Operação Condor
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45 anos depois

A análise da notícia

45 anos depois

Fernando Casadei Salles

O golpe de Estado na Argentina, de 24 de março de 1976, se insere dentro de uma política global dos EEUU para o continente latino-americano, inaugurado em 1964, pelo golpe de Estado no Brasil e depois consolidado nos anos seguintes, nos países que formam o cone – sul do continente: Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia. Ficou de fora da narrativa apenas o Paraguai. Pela simples razão de o País já se encontrar sob o regime ditatorial desde 1954.

Fernando Casadei Salles
Fernando Casadei Salles

Apesar da aparência ofensiva autoritária todas essas ações se alinham ao objetivo de diminuir o impacto político trazido pela revolução cubana acontecida em 1959. Portanto, todos perfilam da mesma natureza defensiva. O que faz todas essas ditaduras se constituírem em suas naturezas mais profundas simples ações reativas as provocadas pela revolução cubana. O fato político de maior repercussão na América Latina  nos inícios da década de 60. Além desse ponto em comum, marca a unidade desse processo a violência policial militar desencadeada em cada um dos países. Unidas no mesmo objetivo estratégico de alinhamento em primeiro lugar contra Cuba e em segundo, mais amplamente, no alinhamento com os EEUU no contexto da Guerra Fria. [Explicação do editor: a disputa geopolítica entre Moscou, socialismo realmente existente, e a Casa Branca, após a segunda guerra mundial, 1945 a 1991] Apesar da forte convergência política militar entre os diversos países da AL, especialmente os componentes do cone sul do continente, que de tão identificados entre si, até chegaram a criar uma ação operacional comum, Operação Condor.  cuja finalidade maior consistia em uma atuação repressiva conjunta dos diferentes aparelhos repressivos nacionais. Iniciativa realizada sem qualquer prejuízo a autonomia dos seus diferentes aparelhos repressivos.

De  funcionaram segundo suas próprias estratégias de políticas e de ações. Argentina e Chile, por exemplo, optaram por uma política de destruição em massa dos seus opositores. Enquanto, o do Brasil optou pela eliminação física de todos os membros de comando das organizações de esquerda, prisão em massa dos membros dessas organizações que não se encontravam em posição de comando e ou de apoio às ações políticas dessas organizações. [Explicação de www.renatodias.online: as organizações seriam Ação Libertadora Nacional, Molipo, MR-8, VAR-Palmares, MRT, POC, PCBR, PRC, PCR, AP, PC do B, AP-ML, VPR e Partido Comunista Brasileiro, o Partidão]. Enquanto no Uruguai e na Bolívia a opção foi, de maneira geral, a da prisão em massa dos opositores do regime. Isso explica porque os números em si mesmo não explicam a violência no seu sentido meramente gradativo.

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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