Política

Eu já sei o que fazem com os desaparecidos

Eu já sei o que ‘fazem’

com os desaparecidos

explosivo
explosivo

Renato Dias 

Preso, submetido a torturas, executado extrajudicialmente, ele teve o seu corpo esquartejado e os restos mortais jogados no forno de uma usina, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Em 1974. Sob a ditadura civil e militar no Brasil. Assim morreu David Capistrano. Um homem que lutou na Guerra Civil Espanhola [1936-1939]. A última batalha das utopias. Cinzas do século XX.

Assim mataram David Capistrano. Cinzas do século XX

David Capistrano da Costa

O Vale do Javari, Amazônia, está hoje, em 2022, século XXI, controlado por cartéis da Co­lômbia, Peru e EUA. Além de a extensa área ser dominada por grileiros, garimpeiros, pes­ca­do­res ilegais e invasores do território indígena demarcado. Reserva ambiental que deveria ser protegida pelas Forças Armadas. Sem a real presença do Estado, para garantir direitos, virou terra sem leis

Cartéis da Colômbia, Peru e EUA controlam o Vale do Javari 

Vale do Javari

Inebriadas pela volta ao Governo Federal, que tomaram de assalto em 1937 e 1964, hoje com oito mil cargos políticos na Esplanada dos Ministérios, como registra o IPEA, as Forças Armadas querem violar a Carta Magna de 5 de outubro de 1988. Para ocupar o status de Poder Mode­rador e obter privilégios à corporação. Como o consumo de salmão à prótese peniana de 10 cm.

Poder moderador, oito mil cargos e prótese peniana de 10 cm

Os generais de Jair Bolsonaro

Mais: pensões gordas às filhas solteiras. O que exige o abandono estratégico de sua missão insti­tucional de vigilância das fronteiras e focar apenas no delírio de Olavo de Carvalho. Um perfeito idiota produto da guerra fria [1945_1991]. Qual? O de fuzilar a urna eletrônica, deflagrar um novo golpe de Estado e impedir a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2 de outubro de 2022.

Um delírio de Olavo de Carvalho. O perfeito idiota da guerra fria

Olavo de Carvalho

O atual presidente da República, um suposto Messias, Jair Bolsonaro [PL], executa o que já havia prometido no ano turbulento de 2018, na campanha eleitoral. O que? A erosão da democracia. Como? Ele desmontou a Funai, o Ibama, desidratou o ICMBio, aparelhou a Polícia Federal. Em tempo: transformou as malvistas Forças Armadas em instituições de governo e não de Estado.

O desmonte da Funai, do Ibama e o aparelhamento político da PF

O desmonte da Funai

Adeptos de sua liturgia política neofascista ganharam uma espécie de boiada de salvo-conduto. Para acelerar o desmatamento da Amazônia, a extração clandestina, a invasão de áreas que de­veriam ser protegidas e estão, hoje, infestadas por homens comuns com agendas de retro­ces­so civilizatório, utopias regressivas e o anúncio da Era Distópica. Assim caminha o Brasil: 2022

Assim caminha o Brasil em 2022: distópico

Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra

Indigenista, funcionário afastado da Funai, Bruno Pereira, e o jornalista do Reino Unido, Dom Philips, foram caçados como animais, mortos, esquartejados e os seus corpos teriam sido inci­nerados. Removidos e enviados para peritos e legistas, o crime do desaparecimento é um revival dos métodos utilizados para liquidar com os dissidentes. À época do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. O nome invocado em 17 de abril de 2016 por Jair Bolsonaro. Tempos sombrios.

Não há crime perfeito. O corpo fala

Corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips

 

Histórias de mortes na Amazônia

Renato Dias

Assim assassinaram Chico Mendes, em 1988

Chico Mendes

Seringueiro, líder sindical, ativista socialista do PT, no Acre, Chico Mendes aos 44 anos foi assassinado a tiros, a sangue frio, em 22 de dezembro do ano de 1988. Dias após a promulgação da Constituição Federal de 5 de outubro. Pela defesa da Amazônia.

O massacre de Eldorado dos Karajás

Massacre de Eldorado dos Karajás

Curva do S, em Eldorado dos Karajás, Estado do Pará, dia 17 de abril de 1996. Uma operação integrada por 155 policiais militares mata 21 trabalhadores rurais sem terras. Eles queriam a desapropriação de um latifúndio. Terra sem função social.

Uma religiosa nascida nos EUA e naturalizada brasileira

Dorothy Stang

Religiosa nascida nos EUA e naturalizada brasileira, Dorothy Mae Stang, radicada em Anapu, Estado do Pará, morreu com tiros nas costas, aos 73, em 12 de fevereiro de 2005. Por defender a reforma agrária e a exploração sustentável da terra

Território Indígena Uru-Eu-Wau-Wau

Ari Uru – Eu-Wau-Wau

Líder e guardião do Território de uma etnia indígena no Brasil, no Estado de Rondônia, Ari Uru- Eu-Wau-Wau denunciava a extração ilegal de madeiras. Com sinais de torturas, de violência. Ele encontrado morto. Quando? Em 18 de abril de 2019.

Morte por fiscalizar o Vale do Javari 

Maxciel Pereira dos Santos

Servidor da Funai designado para fiscalizar o Vale do Javari, Maxciel Pereira dos Santos caiu em uma emboscada. Em 6 de setembro de 2019, na praça, em Tabatinga. Morto com dois tiros na nuca. Aos 34 anos de idade. Um crime até hoje sem castigo. Impune.

Um crime sem castigo 

Zezico Rodrigues Guajajara

Território Indígena, em Aribóia, no Estado do Maranhão, o diretor do Centro de Educação Escolar Indígena Aruru, Zezico Rodrigues Guajajara é assassinado a tiros. Quando? Em 31 de março de 2020, perto da Aldeia de Jutiua, no município de Arame.

Modelo econômico para a área rural no Brasil

Trabalho análogo à escravidão no Brasil

Capitalismo selvagem, modelo econômico que estabelece uma relação predatória com a natureza, fundado no agronegócio, na indústria da mineração, garimpo, extração e pesca ilegais, poluidores, dominam o campo, diz relatório da CPT Nacional.

Violência no campo explode sob Jair Bolsonaro

Jair Messias Bolsonaro

Um aumento vertiginoso da ordem de 75% no número de assassinatos na área rural no País ocorreu em 2021. O índice de mortes cresceu 1.100% no mesmo período investigado. É o que aponta documento detalhado da Comissão Pastoral da Terra

Levantamento minucioso da Comissão Pastoral da Terra

 

Necropolítica

A banalização da morte

2019 _ 2022

Brasil sangra e chora

Lágrimas caindo

Renato Dias

Em 8 de fevereiro de 2019, 14 pessoas assassinadas, por agentes do Estado, no morro do Fallet-Fogueteiro, região de Santa Teresa, Rio de Janeiro, executada pelo BOPE

8 de fevereiro de 2019: 14 mortos 

Massacre no morro do Fallet-Fogueteiro

A chacina na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro [RJ], ocorrida no dia 6 de maio de 2021, deixou um saldo trágico de 29 mortos. A tiros ou com objetos de cortes.

6 de maio de 2021: 29 mortos

Massacre na favela do Jacarezinho

O massacre na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, na outrora Cidade Maravilhosa, promovido em 24 de maio de 2022, causou as mortes de 25 pessoas. Escândalo.

24 de maio de 2022: 25 mortes

Massacre na Vila Cruzeiro

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 20 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 20 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. 

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