Karlos Cabral quer federalização
Na investigação
Da morte de goiano
Jovem de Caiapônia morreu durante treinamento do Corpo dos Bombeiros do Mato Grosso. Suspeitas sobre as circunstâncias do afogamento levaram deputado goiano a pedir ao Ministério da Justiça que acompanhe as investigações
O deputado estadual Karlos Cabral (PSB) solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que investigue a morte do goiano Lucas Veloso Peres, de 27 anos de idade, ocorrida em treinamento do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso, em Cuiabá. Natural de Caiapônia (GO), Lucas participava de aula de salvamento aquático em 27 de fevereiro, quando supostamente se afogou. Embora levado para um hospital particular, não resistiu. O corpo foi levado para Caiapônia e enterrado no cemitério São Judas Tadeu. Lucas era noivo e estava com casamento marcado para julho.
Karlos Cabral está indignado com o caso e a dor da família em Goiás. O deputado exige maior rigor na investigação pelas autoridades do Mato Grosso e recorreu ao Ministério da Justiça para federalizar as investigações. Há dúvidas e suspeitas sobre como ocorreu o suposto afogamento do jovem goiano e as investigações estão sob a responsabilidade do Corpo de Bombeiros e não pela Polícia Civil daquele estado.
“Se trata de um cidadão goiano, nascido em Caiapônia, e que a princípio as notícias davam conta de que ele teria se afogado, que teria tido um mal súbito. Mas aos poucos foram relevando-se fatos que nos deixaram extremamente perplexos. Pedimos ao Ministério da Justiça os meios para que essa investigação possa ser federalizada. Não podemos admitir que mais um caso, que não é isolado, caia no esquecimento”, disse o deputado.
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) nesta semana, Karlos Cabral afirmou que a morte de Lucas não é a primeira em treinamentos dos Bombeiros de Mato Grosso. Em 2016, o aluno Rodrigo Claro morreu durante atividades aquáticas, também na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
Repercussão
A mobilização realizada por Karlos Cabral teve ampla repercussão na imprensa de Mato Grosso. Com isso, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado Eduardo Botelho (União Brasil), cobrou providências sobre a investigação da morte do goiano Lucas Veloso. Cobrou também posicionamento do comandante-geral do Corpo de Bombeiros daquele estado, o coronel Alessandro Borges.
Além disso, os deputados estaduais apresentaram nesta semana no Legislativo do Mato Grosso um projeto de lei que torna obrigatória a gravação de treinamentos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar no estado. Uma iniciativa como resposta à morte de Lucas Veloso. O projeto determina que as filmagens devem ser armazenadas em ambientes seguros e protegidos, garantindo a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados. Botelho já declarou apoio à proposta.
Desabafo de mãe
A mãe do aluno Rodrigo Claro, Jane Patrícia Claro, enviou mensagem pelas redes sociais à Karlos Cabral o parabenizando por sua mobilização em prol de maior investigação sobre a morte do jovem goiano. “Parabéns deputado. Infelizmente em Mato Grosso, na época em meu filho Rodrigo Claro foi morto em treinamento dos Bombeiros, nenhum deputado teve a coragem que o senhor está tendo em defesa dessa Justiça”, afirmou a mãe.
“Me vi abandonada pelas ditas autoridades do Estado, que poderiam fazer algo e simplesmente cruzaram os braços. Eu, como mãe, lutei sozinha. Lutei muito para evitar a morte do Lucas, lutei muito para que esses treinamentos mudassem. Mas a mudança, infelizmente, foi para pior e Lucas foi morto”, enfatizou Jane Patrícia Claro.
Karlos Cabral também pede que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás acompanhe o caso. Ele solicitou audiência com o governador Ronaldo Caiado (UB) para levar o caso ao seu conhecimento. “Defendemos que seja realizada uma investigação isenta e ampla. O nosso jovem Lucas não vai voltar, mas podemos evitar que outros tenham esse mesmo destino”, enfatiza.