Kátia Maria
Cidade

Audiência contra a LGBTfobia

Organizada por Kátia Maria

Vereadora em Goiânia

No Dia Internacional de Enfrentamento à Homofobia, o auditório Carlos Eurico, da Câmara Municipal de Goiânia, se coloriu com as cores do arco-íris e da diversidade para discutir políticas públicas inclusivas e contra o preconceito, a intolerância e a violência. A vereadora Kátia (PT) promoveu uma audiência pública discutir o combate à LGBTfobia em Goiânia e reuniu representantes da prefeitura, Polícia Civil, OAB, Defensoria Pública, ativistas e representantes da comunidade LGBTQIA+. “É muito simbólico estarmos aqui hoje para demarcarmos nosso posicionamento e de todo o debate político que iremos travar nesta Casa”, afirmou Kátia. “Uma Casa de Leis que tem a responsabilidade de resguardar e lutar pelos direitos de todas as pessoas e ajudar a construir, com debates e projetos de lei, uma cidade mais inclusiva e respeitosa com todos”.

Segundo dados de um dossiê apresentado pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, Goiás ocupa o 3º grupo de estados com mais mortes violentas de pessoas dessa comunidade. O grupo formado por Goiás, Rondônia, Piauí, Roraima, Amapá, Pará, Paraíba e Distrito Federal registrou entre 1 e 1,99 óbitos violentos de pessoas LGBTI+ por milhão de habitantes em 2022. De acordo com o documento, 273 brasileiros foram assassinados, se mataram ou morreram em desastres devido à orientação sexual. A maioria das vítimas era travesti e mulher transexual. “Passamos e ainda estamos vivendo momentos de muita incitação à violência e, sempre que se incita a violência, as pessoas mais afetadas são da comunidade LGBT, são os negros, as mulheres, nossos povos originários e os mais vulneráveis”, comentou a vereadora. “Nós precisamos fazer uma contraofensiva a toda essa onda de ódio e violência que foi proliferada”, completou.

Presente na audiência pública, o delegado Joaquim Adorno, titular do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), concordou com a parlamentar. “Lidamos com essa violência todos os dias e vemos muitas coisas absurdas”, disse ele. “Mais do que cadeias para esses criminosos, precisamos de psicólogos para entender de onde vem todo esse ódio”, acrescentou. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicado ano passado, Goiás é o estado que mais registrou aumento de homicídios contra a população LGBTQIA+ no Brasil na comparação de dados de 2020 e 2021, com aumento de 375% neste tipo de crime. O estado também teve um crescimento de ocorrências de lesão corporal contra a população gay.

“Precisamos combater todas as formas de violência e esse debate precisa ser transversal”, afirmou Kátia. “Só teremos paz na sociedade se tivermos políticas que possam garantir não só segurança pública, mas também saúde, educação, emprego, lazer, direitos humanos e desenvolvimento social”, afirmou .Durante a audiência, ativistas e representantes LGBTQIA+ apresentaram seus relatos e reivindicações como a criação de um Conselho Municipal para a comunidade; a ampliação da assistência à saúde das pessoas trans; a inserção da Parada da Diversidade no calendário cultural da cidade, como forma de garantir respeito e voz aos participantes; e políticas que garantam mais segurança, respeito e inclusão. “Tenho certeza que a partir dessa audiência poderemos ampliar esse debate no Plenário e construir projetos que busquem garantir os direitos e o respeito a todos”, explicou a vereadora. “Respeitar o igual é fácil, mas respeitar, aceitar e conviver com a diferença, com a diversidade é a maior forma de enriquecer nossa convivência em sociedade”.

Kátia Maria

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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