Camilo Vannuchi
EntrevistaPodCast

Vala de Perus As ossadas ‘falam’. Não existem crimes perfeitos

30 anos depois

Vala de Perus

As ossadas falam. Não

existem crimes perfeitos

Livro-reportagem, com pegada de thriller político e estilo de romance histórico, de autoria do jornalista Camilo Vannuchi, é uma ferida aberta que não cicatriza. Mesmo 30 anos depois

SAO PAULO, SP – 01 SETEMBRO: O jornalista e escritr Camil Vanucchi posa para foto em praça, no Alto de Pinheiros, em Sao Paulo, em 01 de setembro de 2019.

Ouça o Podcast de Camilo Vannuchi

 

Frases

Vala de Perus reabre as feridas abertas dos crimes da ditadura civil e militar

Camilo Vannuchi

 

Os Esquadrões da Morte possuíam salvo-conduto para matar negros, pobres e favelados

Camilo Vannuchi

 

Os mortos são mais do que 434. Pelo menos oito mil indígenas e quase dois mil camponeses

Camilo Vannuchi

 

Não houve uma ditabanda

Camilo Vannuchi

 

Vala de Perus: Uma Biografia faz um paralelo com a atualidade

Camilo Vannuchi

 

As ossadas estão na Unifesp

Camilo Vannuchi

 

Renato Dias

De dez até, quem sabe, 42.  É o número de corpos de guerrilheiros desaparecidos políticos que podem ser identificados oriundos da Vala Clandestina, do Cemitério de Perus, São Paulo. Fosso com 30 m de comprimento, 50 cm de largura, com 2,70 m  de profundidade. Descoberta em 4 de setembro de 1990. Cinco anos após a instalação da chamada Nova República [?]. Trinta anos depois. Em 2020. Investigação iniciada à época pelo repórter Caco Barcelos e reve­la­da com exclusivi­dade ao jornalista por um funcionário público municipal com peso de consciência.

Trinta anos depois, o repórter investigativo, Camilo Vannuchi, traz informações exclusivas das múltiplas e entrecruzadas histórias. Crimes de lesa-humanidade. Imprescritíveis. Como estabe­le­ce o Direito Internacional. Com estilo autoral. Um ‘mix’ de livro-reportagem, com pegada de thriller político e estilo de romance histórico. Como o de Leo­nardo Padura, cubano, em sua obra seminal ‘O homem que Amava os Cachorros’. Vítimas da ditadura civil e militar [1964-1985]. Noite que durou 21 anos. Tempos Sombrios. Sob a tutela da Autocracia Burguesa.

As primeiras ossadas - Vala de Perus
As primeiras ossadas – Vala de Perus

Cinco casos de desaparecimentos forçados foram desvendados. Com a identificação dos cor­pos. A entrega das ossadas. Aos familiares. Flávio Carvalho Molina, ativista do Molipo. Dissi­dência da ALN. A Ação Libertadora Nacional. O Grupo dos 28, Primavera ou Outono fora criado no ano de 1970. Em Havana, Cuba. Ele foi executado extrajudicialmente. Em 6 de novembro de 1971. Frederico Eduardo Mayr  morreu em 23 de fevereiro de 1972. Um quadro também do Molipo. Dimas Casemiro, Movimento Revolucionário Tiradentes cai em 17 de abril de 1971.

Mortos e desaparecidos - Vala de Perus
Mortos e desaparecidos – Vala de Perus

Denis Casemiro, Vanguarda Popular Revolucionária, fuzilado dia 18 de maio de 1971. Desa­pa­re­­cido em 20 de maio de 1971, O sumiço, em 20 de janeiro de 1971, de Aluisio Palhano, diri­gen­te da Vanguarda Popular Revolucionária [VPR], foi elucidado em 2018. Explosivas, a his­tó­rias compõem os capítulos do livro Vala de Perus: Uma Biografia, 336 páginas, R$ 60,00, publi­cado pela Alameda Editorial, site: www.alamedaeditorial.com.br. O prefácio é de Caco Bar­celos, da TV Globo. O livro é dedicado a Paulo Vannuchi, ex- ALN, seu pai, ex-ministro da SEDH

Cartaz - Vala de Perus
Cartaz – Vala de Perus

Mulher, nordestina, assistente social, à esquerda no PT, Luiza Erundina tinha sido eleita vereadora, em São Paulo, no ano de 1982. Quadro anos depois,  deputada estadual em 1986. Já em 1988, derrota a Articulação dos 113, de Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu de Oliveira e Silva, que bancaram e perderam com Plínio Arruda Sampaio, na convenção do PT, e ganha as eleições para a Prefeitura Municipal de São Paulo. Uma revolução. Paulo Salim Maluf,  prefeito da Capital que construíra o Cemitério de Perus, em março de 1971, amarga a derrota eleitoral.

Vala-Clandestina-de-Perus-1990
Vala-Clandestina-de-Perus-1990

Prefeita de São Paulo, Luiz Erundina é peça-chave nas investigações. Da Vala de Perus. Assim como a Unicamp. Com o médico-legista Fortunato Badan Palhares. Profissional que acabaria pro­cessado por suposta negligência. Com os 1.049 sacos plásticos que contém as ossadas de mor­tos pela ditadura civil e militar, por agentes do Estado, Forças Armadas, Deops, DOI-CODI e de negros, pobres, favelados pelo Esquadrão da Morte, liderado pelo delegado de Polícia, com os olhos esbugalhados e as veias abertas pelo consumo de cocaína, Sérgio Paranhos Fleury.

Violência do Tempo Presente

A violência contra negros, pobres e favelados é uma herança da Casa Grande e Senzala. A Vala Clandestina, diz Camilo Vannuchi, era o depósito dos restos mortais das vítimas da violência do Estado. Políticas de Estado que persistem até, hoje. Em 2020. Sob a presidência da República de Jair Messias Bolsonaro. Jornalista, Bruno Paes Manso aponta a existência de uma República de Milícias. ‘Cadê o Amarildo?’, pedreiro desaparecido no Rio de Janeiro, recorda-se o autor. Vala de Perus: uma Biografia é uma referência para o Tempo Presente e mais do que urgente.

_ Necessária!

 

Serviço

Lançamento

Livro: Vala de Perus: Uma Biografia

Dados: 336 páginas

Valor: R$ 60,00

Publicação: Alameda Editorial

Site: www.alamedaeditorial.com.br

Prefácio: é de Caco Bar­celos, da TV Globo

Livro é dedicado: a  Paulo Vannuchi

 

Números

Saiba mais

1.049

Número de

sacos achados

na Vala

Clandestina


5

Número de

militantes

identificados

pelos peritos


 42

Número de

desaparecidos

que podem ser

encontrados


 1971

O ano da

abertura

do Cemitério

de Perus [SP]


1990

4 de setembro.

A abertura

da Vala

Clandestina


 

 

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

Avatar photo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *