Política

Explosivo

explosivo
Apesar de você, de Chico Buarque

Renato Dias 

Política de Potência. Assim o professor doutor de História da Universidade Federal Fluminense [UFF], Daniel Aarão Reis Filho, conceitua a Política Externa adotada pelo presidente dos Estados Unidos das Américas, Donald Trump [Republicanos]. O pesquisador diz que ela se baseia em ameaças, no emprego da força bruta para favorecer os interesses dos EUA, informa. Veja: o que explica a adoção unilateral de taxação de 50% dos produtos exportados do Brasil destinados ao consumo no seu país.

Especialista na geopolítica mundial, o escritor observa que o que conta na política de potência seriam os interesses e não mais os princípios do Direito Internacional. Ela foi usada antes da I Grande Guerra [1914-1918] e tem sido retomada hoje no contexto de tensa instabilidade hegemônica que marca as atuais relações internacionais, pontua. A invasão da Ucrânia pela Rússia, os massacres empreendidos por Israel em Gaza, os bombardeios no Irã, por parte de Israel e dos EUA, são exemplos, relata.

Daniel Aarão Reis Filho afirma com exclusividade ao Portal de Notícias renatodias.online que enquanto perdurar a atual instabilidade hegemônica e não se estruturarem novos equilíbrios baseados na multipolaridade, o mundo globalizado será obrigado a lidar com e a lutar contra a Política de Potência. O Congresso Nacional, o Executivo e o Judiciário desligaram-se dos interesses das camadas populares, gerenciam crises, a sociedade deve protestar e virar à esquerda nas urnas de 2026, propõe.

O intelectual público quer a derrota do regime de trabalho 6 X 1, liquidar com a injustiça tributária, o que implica na taxação das grandes fortunas e dos mais ricos, além de radicalizar a defesa da soberania nacional. Com o suposto presente oferecido por Donald Trump, ironiza as medidas adotadas pela Casa Branca. Além de aprofundar a luta contra o racismo, pela erradicação da fome, a violência às mulheres, LGBTsQIAP+, pobres nas periferias, recomenda. É urgente mobilizar e ocupar as ruas, atira.

Professor doutor da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás [UFG], David Maciel avalia que o atual inquilino da Casa Branca projeta desestabilizar o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como de governos de perfis ideológicos diferentes do seu, registra. Novos ataques virão, prevê. O marxista diagnostica uma autonomia do Congresso Nacional e a força política do Centrão. O caminho é puxar a disputa política, hoje, para as lutas sociais e as mobilizações de massas, fuzila.

Sair do mundo institucional e das bolhas das redes digitais, refém dos algoritmos, das Big Techs, ele defende. Para que o Governo Federal não se restrinja a ser uma variante moderada da democracia restrita e do neoliberalismo duro em voga desde o golpe de 17 de abril de 2016, alfineta o docente. Operação política, jurídica, midiática, empresarial e até militar que depôs a então presidente da República, Dilma Rousseff. Sob a narrativa frágil de pedaladas fiscais para a aprovação do impeachment sem crime.

Vice-diretor da Faculdade de História da UFG, o professor doutor Roberto Abdalla lembra que Donald Trump não quer, hoje, admitir o protagonismo do BRICS. Uma ameaça ao legado dos que orientaram o mundo após a Segunda Guerra Mundial [1939-1945], resume. Aos que deram as cartas nos últimos 80 anos na História Contemporânea, metralha. A análise dos EUA é obtusa, crê. Desastrosa, afirma. Ação promovida pela estupidez arrogante que causa desastres, critica. Trata – se de uma defesa do impensável, conta.

Bom para o palhaço e destruidor para o circo, ele abusa do humor. O historiador vê a defesa dos interesses privados das Big Techs. Brasil, México, Canadá, União Europeia são taxados com tarifas que prejudicam a própria economia norte – americana, destaca. Os seus candidatos locais têm sido derrotados nas eleições por adversários de seus aliados, registra. Veja: como nos pleitos no Brasil, Uruguai, México, Bolívia, Colômbia, Canadá, Reino Unido, França, por exemplo. Em tempo: eleições realizadas nos últimos anos.

A Educação poderá, sim, contribuir para a construção de uma visão social mais crítica para a consolidação do interesse público, acredita. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deve dialogar com o Brasil, dar entrevistas aos veículos de comunicação, estimular os ocupantes da Esplanada dos Ministérios, expor os integrantes do velho Centrão e convocar atos com pautas definidas. Como taxação dos bilionários, aumento do IOF, redução do IR aos trabalhadores e fim da escala 6 X 1, diz o professor.

Um suposto novo “Imperador do mundo”,  o republicano Donald Trump quer o globo, hoje, submisso aos interesses geopolíticos e econômicos dos EUA. É o que aponta o ex-reitor do Instituto Federal de Goiás [IFG] Paulo César. Imprevisível, o seu comportamento dá sinais de ser um recurso usado para gerar dúvidas, insegurança aos que ele trata como opositores à sua Política Externa, analisa o gestor público. Nunca é simples cravar uma resposta única, absoluta, sobre as suas pretensões erráticas, ele insiste.

História: a perda gradual da supremacia norte-americana, o crescimento da China e o BRICS constituem os motivos para taxações e bravatas, sublinha. O eleitor do Brasil pode mudar, já em outubro de 2026, o perfil do Congresso Nacional, alerta.  É um enorme desafio, vê. O Congresso Nacional nutre uma obsessão em manter os privilégios de séculos dos mais ricos do país, reflete. A reação da sociedade para o embate é indispensável, desabafa. “É fundamental a opção preferencial pelos mais pobres”, revela.

A medida de Donald Trump de taxar em 50% os produtos do Brasil é arbitrária e agressiva contra um país sempre disposto ao diálogo. A observação crítica é do peruano Carlos Ugo Santander, professor doutor de Ciências Sociais da UFG. Os BRICS constituem um projeto global para a construção de um mundo multipolar, informa. Lamentável o cruzamento de Jair Messias Bolsonaro no episódio, ataca. Os EUA mostram, hoje, sinais evidentes de declínio e decadência sob a globalização, frisa.

Trata-se de oportunidade rara,  única, que abre uma possibilidade política e social, não somente institucional, para o Governo Federal, adianta. Para ampliar a sua musculatura na sociedade civil, explica. De mobilização publicitária fundada no pluralismo e diversidade, insiste. Dos movimentos sociais urbanos e rurais, das periferias, classes médias e afirmar o seu projeto de poder à esquerda, mais amplo, para as eleições explosivas de outubro do ano de 2026, propõe, hoje, o intelectual público.

Professora doutora de História da PUC Goiás, Lúcia Rincón aposta na realização do plebiscito nacional presencial para taxar os milionários, isentar os mais pobres, acabar com a jornada de trabalho 6 X 1. É possível sim e vamos ganhar as eleições de 2026, crê. Adepta das ideias de Karl Marx [1818-1883], ela critica a qualidade da atual legislatura do Congresso Nacional. Donald Trump esperneia, hoje, com o crescimento real da China e a consolidação do BRICS, ameaças à hegemonia do dólar, analisa.

 

PT em movimento 

Renato Dias 

Influente no Congresso Nacional, com livre trânsito no Palácio do Planalto, o deputado federal Rubens Otoni Gomide [PT-GO] afirma ao Portal de Notícias renatodias.online que ameaças, bravatas, tarifaço de Donald Trump servem para retirar a máscara nacionalista de Jair Bolsonaro e os seus adeptos e mostrar a sua verdadeira face de lambe-botas do império norte-americano. Dos EUA.

A sociedade civil cobra do Congresso Nacional um sólido compromisso com a democracia, o Estado de Direito, e políticas públicas inclusivas e cidadãs, diz o parlamentar. 2023 e 2024 foram anos de semeadura com a retomada de investimentos, crescimento econômico, geração de empregos e a execução de medidas estratégicas, atira. “Tempos de colheita, obras, ações em 2025 e 2026”.

Extrema esquerda 

Sem conciliação pela governabilidade 

Renato Dias 

Republicano, Donald Trump, hoje, em medidas desordenadas, conspira para o mercado financeiro faturar mais com a especulação na Bolsa de Valores, avalia o advogado trabalhista Rubens Donizete. Presidente do PSTU, ele vê que o tarifaço levará os Estados Unidos das Américas à catástrofe. Trotskista, o líder sindical condena o aumento de 18 deputados federais e quer ruptura com o Centrão.

Sem conciliação, propõe o socialista. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deveria usar as suas múltiplas virtudes não somente para ganhar as eleições de outubro de 2026, pontua. A estratégia é conquistar o poder político e econômico para mudar as estruturas do Brasil, defende. Com os trabalhadores nas ruas, fuzila. Nada de acordo espúrio à uma suposta governabilidade, frisa.

Band leader da Unidade Popular [UP],  o historiador marxista – leninista Reinaldo Pantaleão vê tentativa de Donald Trump de inviabilizar o BRICS, a criação de uma moeda que esvaziaria o dólar e o fim do processo judicial que atinge Jair Bolsonaro. Luiz Inácio Lula da Silva erra ao tentar celebrar alianças com as direitas, desabafa. A tendência é o equívoco se repetir em 2026, reclama.

As vozes 

Da sociedade civil 

Renato Dias 

O presidente da AGI, Valterli Guedes, lembra que Donald Trump, com vocação para um suposto Imperador do Mundo, prometeu anexar o Canadá, mudar o nome do Golfo do México, quer construir ainda um enorme resort na Faixa de Gaza, ameaça a Groenlândia, ataca o Irã e pretende canonizar o inelegível Jair Messias Bolsonaro. Já próximo de condenação no STF. Rumo à prisão, diz.

O jornalista, advogado, procurador jurídico aposentado da Assembleia Legislativa e ex- secretário de Estado afirma que o Congresso Nacional deve ser enquadrado pelos brasileiros. Nas ruas, exige.  Ele propõe também uma mudança radical da legislação partidária. Para acabar com legendas de aluguel e a farra com dinheiro público, dispara. O modelo atual prejudica o Brasil, crê.

O advogado Gustavo Alves de Oliveira, um dos operadores do Direito do MST, rejeita as medidas de Donald Trump, defende a soberania e o respeito às atribuições do STF. Ele ataca o Centrão, condena a criação de 18 cadeiras e quer a população nas ruas. É possível ampliar a capilaridade social da esquerda para conquistar a hegemonia política e vencer as eleições de outubro de 2026, sublinha.

Ex- líder estudantil, com passagem pelo revolucionário Comitê Gregório Bezerra [CGB], Itamar Borges critica a política macroeconômica liberal de Fernando Haddad. Funcionário de TI da Procuradoria da República, ele condena o amplo leque de alianças com inflexão à centro – direita para as urnas eletrônicas do ano que vem. Um duro ataque, hoje, aos órfãos políticos de Jair Bolsonaro.

BRICs 

‘Lula deve virar à esquerda’

Renato Dias 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mira desarticular os BRICS e atingir os integrantes fundadores mais fracos, como África do Sul e Brasil, afirma o jornalista e historiador Frederico Vitor de Oliveira. Não se justifica taxar em 50% as exportações brasileiras como resposta à suposta perseguição judicial a Jair Bolsonaro. “De forma grosseira, desqualificada e argumentos ofensivos”.

O Congresso Nacional, dominado pelo Centrão de Hugo Motta [Republicanos], tenta instituir um parlamentarismo que usurpa as funções de Poder Executivo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, sublinha. Já estaria em marcha um plano para atende interesses escusos de grupos econômicos em deixar o Palácio do Planalto refém de uma facção da Câmara dos Deputados, ele denuncia.

Para se proteger e retomar sua força popular,  Lula deve jogar no ataque com a população, dialogar e expor as ameaças com inserções em cadeia nacional de rádio e TV e entrevistas com foco no andar de baixo, explica. Além de mobilizar os movimentos sociais, tanto rurais quanto urbanos, para irem às ruas, observa. “Assim como dar uma guinada à esquerda nas políticas do Governo Federal”, fuzila.

Tarifaço

Antônio Lopes

A manchete midiática retrata, perpetua traumas históricos, consequência da trama imperialista ianque. O Mundo apresenta-se recortado pela expropriação do trabalho, da terra, recursos minerais e gentes pelo vil metal e novos tempos digitais alavancados a fake News. Insiste e persiste a histórica manipulação da soberania periférica, sobrevive a parca dignidade humana transformada em violência generalizada. Ainda respiram os sociopatas do poder armados da herança de mando, terra, belicismo, patrimonialismo globalizado. 

A voto ou à força os novos gestores da ética amalgamada a caos programam e lucram a ferro e fogo com o desenvolvimento entregue a décimos percentuais, recortes da equidade forjada a mínimos sociais. São dias da Era Pós, definida por Eric Hobsbawm como um ‘Tempo Pós-Tudo’. A covarde ferramenta de Trump remete aos antigos e trágicos golpes de bastidores que devastaram a América Latina como se essa fosse não uma arena cultural, mas o quintal dos desmandos dos muitos loucos eleitos Mundo afora. Senhores de valores os quais poderiam ensinar calamidades humanitárias, maldade e golpismos a Jânio Quadros, Médici, Ustra, Geisel, Figueiredo, família Marinho e negacionistas na escola de aprendizes do mal. 

Não por acaso a lambança ideológico-política ‘desconhece’ o poder de articulação do mercado, e prossegue a barganhar a dignidade dos minguados ricos e milhões de pobres por intermédio da mais-valia absoluta extraída a ferro e fogo do suor trabalhado. A inoperância do Estado neoliberal acostumou seu povo aos golpes, à tragédia sociocultural, ao status político conjuntural aproximado ao fascismo. Perpetua a reeleição dos conchavos, a ladroagem endêmica do sistema de poder. O dinheiro gasto para alimentar a corrupção e politicalha brasileira é mais que suficiente para manter a escola integral viva que garanta mais que a simples sobrevivência, fazer crescer a coletividade consciente alavancada por mão de obra formada e especializada como estrutura da sociedade capaz de exercitar e usufruir do voto como ferramenta de emancipação dos direitos comunitários. Urge ao País enfrentar a livros e quatro refeições diárias os filhos, netos e bisnetos da ignorância do Brasil plenamente povoado por alienados seguidores dos vampiros instalados na gerência da lambança organizacional generalizada.

São muitas as siglas, maiores os desmandos, indecente a proposta de aumentar as cadeiras dos que se nominam representantes do povo. Que povo? Quanto desse povo? Povo que trabalha enquanto imigrante ilegal’ nos Estados Unidos e que forjou a eleição de Bolsonaro e o clã dos dinossauros ao reeleger Trump? A história local determina a classe trabalhadora urbana tumultuada, rural expulsa do campo pelo apocalíptico advento capitalista do Agro, ou instalada no exército industrial de reserva, sua parcela em situação de rua nas cidades, enfim, acuada na base da pirâmide social. Cabe ao eleitor ocupar as ruas, instituições de poder, forjar e promover mudanças radicais na forma de encarar este lugar para além do simples lugarejo colonial. Assim como os maus ventos das estações, Trump, Bolsonaro e os que se dizem representantes dos deuses, diabos e piratas de plantão, “todos esses que aí estão, atravancando meu caminho, eles passarão, eu… passarinho”, assim afirmado pelo saudoso sábio Mario Quintana

Bob Marley

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

Avatar photo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *