O Brasil sobe a rampa
Política

O velho que foge. O novo que entra

Terra arrasada 

Dia 1° marca a saída do inferno

Um novo Brasil em movimento

O Brasil que Lula e Alckmin encontraram

Renato Dias

O funeral do passado abriu labaredas para iluminar o futuro do Brasil com a subida da rampa, no último domingo, do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva [PT]. A esperança já brilha. Nos 26 estados e no DF. Motivo: para a erradicação do atual quadro de insegurança alimentar que, hoje, atinge 125,9 milhões. Assim como acabar com a extrema pobreza de 33 mi de habitantes.  Veja: além de suspender as privatizações da Petrobras e ECT. Mais: elucidar a morte de Marielle Franco e liquidar o analfabetismo. Uma moderna e multipolar Política Externa. O país testemunhou tsunami de lágrimas. O amor derrotou o ódio. A democracia está de volta. Em 2023. É o diagnóstico do Portal de Notícias de esquerda www.renatodias.online

Jair Bolsonaro – Crédito: Isto é

A professora doutora da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás [UFG], Alcilene Cavalcante, observa que os primeiros atos e decretos do novo Governo Federal apontam para uma radicalização da democracia. O curto prazo, de 30 dias, para a AGU analisar a revogação dos sigilos de 100 anos, é um sinal de respeito à Lei da Transparência, diz. A pesquisadora afirma também que o Relatório Final do Gabinete de Transição [GT] mostra que o projeto de Jair Messias Bolsonaro [PL] era de corte neofascista, sexista, misógino, homofóbico, racista e xenófobo, destaca. Basta examinar os dados recordes de feminicídios no ano de 2022, como de estupros e agressões domésticas em 2021, sublinha a docente.

Alcilene Cavalcante
Alcilene Cavalcante

Economista graduado na USP, adepto das ideias de Karl Marx e um seguidor de Leon Trotski, o polonês radicado no Brasil Markus Sokol lembra que o salário mínimo está sem aumento real há quatro anos e corroído pela inflação. O intelectual público frisa que o desemprego supera marca de dez milhões de trabalhadores. Famílias inadimplentes, 79%, relata. Ele denuncia que os serviços da dívida interna consomem 50% da receita. Animado, insiste que o discurso de Luiz Inácio Lula da Silva reafirma as promessas de campanha e primeiras medidas positivas. “A irrupção, à esquerda, foi a palavra de ordem ‘sem anistia, sem anistia’, a Jair Messias Bolsonaro, hoje, na Flórida [EUA]”.

Markus Sokol

A historiadora e mestre em Ciências da Religião, Ana Rita Marcelo de Castro mostra a desestruturação de políticas públicas no SUS e Educação. O número de crianças que não conseguem ler ou interpretar um texto pulou de 50% para 70%, o pior resultado em dez anos, critica. A extinção do Ministério da Cultura corresponde à um corte de 85% no orçamento global e em 66% no número de servidores, dispara. Sob a Pandemia do Coronavírus Covid 19, o Brasil é o segundo no ranking mundial em número de vítimas, ataca a professora. Raio x:  a Companhia Nacional de Abastecimento reduziu em 95% os estoques de arroz, o que contribuiu para elevação em valores estratosféricos nos preços e na inflação do Brasil, explica.

Ana Rita Marcelo Castro

A herança maldita do desgoverno não pode ser, hoje, mensurada, admite o ambientalista Márcio Santilli. Apesar de estatísticas ainda parciais, é possível relatar também as 700 mil mortes, evitáveis, sob a Pandemia, com o isolamento internacional do Brasil, além da miséria a 33 milhões, o aumento expressivo de 60% do desmatamento da Amazônia e dos múltiplos biomas e a destruição do aparelho de Estado, atira o ex-parlamentar. O terceiro mandato é de Frente Ampla, heterogênea, com 37 ministérios, Luiz Inácio Lula da Silva terá um mosaico real da sociedade, para a reconstrução do País, pontua. Nos próximos quatro anos, registra. Frentes apresentarão demandas aos quatro anos de retrocesso civilizatório, acredita ele.

Márcio Santilli

Uma Herança Negativa da Era Jair Messias Bolsonaro é pleonasmo, alfineta-o o velho marxista Luís Celso. Uma tragédia social anunciada, resume. Pandemia com 700 mil mortes e a fome diário no prato de 55% dos brasileiros _ crianças, jovens, adultos e idosos _, lamenta. A população em cenário de pobreza extrema é de ficar estupefato: 33 mi, metralha. O ativista de esquerda diz que inexistirá a pacificação sem punição. O simbolismo da solenidade de posse dia 1° de janeiro de 2023, que retratou a ampla diversidade que compõe o Brasil, um país com dimensões continentais, 213 milhões de habitantes, é histórico, inesquecível, especial, conta. Chorei, afirma emocionado. A democracia deve ser para sempre, crê.

Luís Celso

A tática é golpear junto e marchar separado na luta de classes no Brasil. É o que afirma o advogado Rubens Donizzeti, um intérprete das ideias do velho revolucionário argentino Nahuel Moreno. Após optar pelo voto crítico, para derrotar a extrema-direita, o operador do Direito formula críticas duras à frente que define – a como amplíssima, que inclui até Arthur Lira, atual presidente da Câmara dos Deputados. O marxista concorda ter sido histórica a solenidade de posse em Brasília, dia 1° de janeiro, com a subida da rampa. Ele defende revogações de medidas, como as reformas Trabalhista e Previdenciária. Para acabar com o precariado, a informalidade, a fome, a miséria extrema e a insegurança alimentar, metralha o trotskista.

Rubens Donizzeti

O sindicalista, ambientalista e membro do grupo de suporte à agroecologia Jesus Divino informa que o mais grave, hoje, seria a manutenção de um núcleo duro eivado de ódio e raiva. Pitbulls que podem ameaçar e agredir autoridades civis, políticas, ativistas de esquerda e até cidadãos, lamenta. O que desestabilizaria a frágil democracia no País, teme. Atentados à ordem estabelecida e ao Estado de Direito, explica. Um retrocesso civilizatório em pleno século 21, destaca o empreendedor. Defensor de uma moderna Reforma da Previdência, ele conta que a diversidade que subiu a rampa do Palácio do Planalto indica a adoção de mudanças reais na economia, política, sociedade. “Com Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin”

O Brasil chega ao Poder

Animado, Francisco Celso Calmon, jornalista e youtuber, diz, hoje, ao Portal de Notícias www.renatodias.online que o coro massivo espontâneo dos presentes à solenidade de subida da rampa do Palácio do Planalto, em uníssono “Sem anistia, sem anistia”, em uma referência política explícita ao ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro e seus aliados que cometeram crimes, teria sido o ápice da virada política no Brasil. Um marco, insiste. A Justiça de Transição, ele observa. Sem perdão nenhum aos crimes tipificados no moderno Direito Interna­cional dos Direitos Humanos, sublinha. É o início da reconstrução cidadã do Estado Democrático de Direito no País, acredita, emocionado, o coordenador do Canal Pororoca YouTube

Francisco Celso Calmon

Jair Messias Bolsonaro e adeptos chegaram ao poder para destruir, uma tragédia social, desabafa o cineasta premiado Ângelo Lima. A festa em Brasília, capital da República, com Luiz Inácio Lula da Silva e Janja, foi a mais espetacular, histórica, e bela que já testemunhei, relata. Em tempo: a entrega da faixa presidencial constitucional constituiu – se em um verdadeiro olé, destaca. Com a sua diversidade, um gesto de nobreza nunca visto na História do País, informa o diretor de Retrato 3/4, um filme – documentários que resgata os tempos sombrios, tristes, da ditadura civil e militar no Brasil de 1964 ao ano de 1985, Era que o capitão reformado do Exército Brasileiro defende até em 2023.

Ângelo Lima

A seleção escalada por Lula e aliados

 

***Presidente da República

Luiz Inácio Lula da Silva

Vice-presidente da República

Geraldo Alckmin

Primeira-dama

Rosângela Silva [Janja]

Chefe de gabinete

Marcos Aurélio Santana _ Marcola

Ministro do Gabinete Civil

Rui Costa

Ministro do Desenvolvimento Social

Wellington Dias

Presidente do BNDES

Aloizio Mercadante

Presidente da Petrobras

Jean Paul Prates

Ministério da Fazenda

Fernando Haddad

Secretário-executivo da Fazenda

Bernardo Appy

Ministério do Planejamento

Simone Tebet

Ministério da Indústria e Comércio

Geraldo Alckmin

Ministério da Justiça e SP

Flávio Dino

Secretaria Nacional do Consumidor

Wadih Damous

Secretaria de Assuntos Legislativos do MJSP

Elias Vaz

Ministério dos Povos Originários

Sônia Guajajara

Ministério da Ciência e Tecnologia

Luciana Santos

Ministério dos Esportes

Ana Moser

Ministério da Cultura

Margareth Menezes

Presidente da Funarte

Maria Marighella

Presidente da Fundação Palmares

João Jorge

Ministério dos Direitos Humanos 

Sílvio Almeida

Ministério da Igualdade Racial

Anielle Franco

Presidente da Funai

Joenia Wapchania

Ministério da Previdência Social

Carlos Lupi

Ministério do Meio Ambiente

Marina Silva

Ministério do Desenvolvimento Agrário

Paulo Teixeira

GSI

Gonçalves Dias

Ministério das Relações Exteriores

Márcio Vieira

Ministério da Defesa

José Múcio

Ministério das Relações Institucionais

Alexandre Padilha

Ministério da Educação

Camilo Santana

Ministério da Saúde

Nisia Silveira

Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente

Ethel Maciel

Ministério do Trabalho

Luiz Marinho

Ministério dos Portos e Aeroportos

Márcio França

Ministério das Cidades

Jáder Barbalho Filho

Ministério dos Transportes

Renan Calheiros Filho

Líder na Câmara dos Deputados

José Guimarães

Líder no Senado

Jacques Wagner

 

Líder no Congresso

Randolfe Rodrigues

AGU

Jorge Messias

Ministério das Mulheres

Cida Gonçalves

Presidente da CEF

Maria Rita Serrano

Presidente do BB

Tarciana Medeiros

Secretaria de Comunicação

Paulo Pimenta

Ministério da Integração

Waldez Góes

Ministério da Agricultura

Carlos Fávaro

Ministério de Gestão

Esther Dweck

Diretor-geral da PF

Andrei Augusto Passos Rodrigues

Diretor-geral da PRF

Antônio Fernando Oliveira

 

CGU

Vinicius Marques de Carvalho

Presidente da Embratur

Marcelo Freixo

As primeiras medidas

Do novo Governo Federal

_ A suspensão das privatizações

_ Exoneração de 1.350 gestores de Jair Messias Bolsonaro

_ Fim da farra de adeptos de Jair Bolsonaro no exterior 

_ Decreto que restringe a avalanche armamentista

_ Fiscais voltarão a aplicar multas ambientais

_ Proibição da pesca ilegal

_ Veto ao garimpo em terras indígenas

_ Ruptura do Teto de Gastos

_ Vacina anual contra Covid e gripe

_ Mudança radical na Política Externa

_ Sem alinhamento automático com EUA

_ Reforço da aliança no Sul Global

_ Comércio com América Latina

_ Parceria especial com a China

_ Crítica a Israel

_ Defesa de dois Estados: Israel e Palestino

_ Atenção à África e Ásia

_ Renegociação com Europa

_ Investigação dos cartéis de combustíveis

_ Revogação de mudanças em agências de saneamento

_ A volta do Bolsa Família

_ Apuração e elucidação da morte de Marielle Franco

_ Abertura de inquérito sobre crimes contra ministros do STF

_ Investigação de golpe de 2019 na Bolívia

 

Sílvio Almeida

 Markus Sokol

Cida Gonçalves

A análise da notícia

A herança maldita

Paulo Henrique Costa Mattos

A posse de Lula nesse domingo, primeiro de janeiro de 2023 foi uma posse até então inédita. Mesma relação a primeira posse de Lula. Teve uma carga simbólica nunca vista. Lula virou um símbolo do humanismo, de quem nasceu pobre, virou um líder, foi o melhor presidente do país, depois foi massacrado, preso e renasceu das cinzas, derrotando o Bozonazista que levou o país a barbárie e a mais ensandecida devastação social, política, ética e trabalhista. Depois de quase sete anos de todo tipo de aviltamento institucional, de violação da Constituição, de tentativas golpistas, de genocídio, de ampliação da violência, de crescimento de precarização do trabalho, da renda, da indignidade humana.

Luiz Inácio Lula da Silva – caricatura
Luiz Inácio Lula da Silva

Lula se tornou presidente restituindo a cidadania, cívica, simbólica de tudo aquilo que foi roubado do povo. O governo Lula será marcado por inúmeras dificuldades, mas Lula, ao contrário do bandido fascista que nos governou, que praticou o governo mais corrupto e incompetente da história da República, será um governo de um estadista, do tamanho que o Brasil precisa, um governo reconhecido pelo mundo e capaz de recolocar o país nos trilhos da democracia, da justiça social, do respeito a Constituição.

Jair Messias Bolsonaro – O Estado de S. Paulo

Lula terá muitas dificuldades para governar, mas interrompeu o obscurantismo, o autoritarismo, o negacionismo e o projeto de destruição nacional em andamento. O desafio civilizatório e a convicção de que a política deve ser o caminho de superação dos problemas nacionais encontrou em um ex-operário uma referência. Que possamos ver nos próximos anos a melhoria de vida do povo, das políticas públicas, dos direitos humanos e trabalhistas.

Coronavírus

Somente um Presidente humanista, sensível e com ampla compreensão social poderia colocar um artesão, um jovem com paralisia cerebral, um cozinheiro, uma catadora, um Índio, um negro, uma mulher, um deficiente físico, um professor e um cachorro para subir a rampa do Planalto. Ele sabe que sem proteção a todos os seres humanos, animais e a natureza não é possível construir um país com desenvolvimento sustentável. Quanto a Bolsonaro, esse não escapa da condenação de genocídio, de assalto aos cofres públicos e de ter realizado o governo mais corrupto e devastador da história brasileira. Para Bolsonaro não deverá haver perdão, anistia, complacência.

Palácio do Planalto

 

Márcio Santilli

Ana Rita Marcelo de Castro

Angelo Lima

Rubens Donizzeti

Jesus Divino

 

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

Avatar photo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *