Jair Bolsonaro e as Forças Armadas
Política

Riscos de golpe no Brasil em 2022?

Blindados de Jair Bolsonaro _ uol/FSP
explosivo
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Riscos de golpe no Brasil em 2022?

Jair Messias Bolsonaro em 7 de setembro de 2021

Jair Bolsonaro, frações das Forças Armadas e setores das classes médias já realizam ameaças

 O que pensam os Intelectuais públicos

Renato Dias

Caso seja derrotado nas urnas eletrônicas de outubro de 2022, o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro [PL], deverá criar uma ‘situação de caos’. Com violências e até atos terroristas. É o que acredita o professor doutor em História da Universidade Federal Fluminense [UFF], Daniel Aarão Reis Filho. Para melar a eleição presidencial, afirma o pesquisador.

O historiador e escritor Daniel Aarão Reis Filho

É um cenário possível com a tentativa do que classifica como uma ‘virada de mesa’, explica o historiador. Veja o passado, o presente e as suas ameaças constantes, examina. Com a ideia de invocar a Lei da Garantia e da Ordem, para a intervenção das Forças Armadas do Brasil e a suposta manutenção da ordem, diz o analista de golpes de Estado civis e militares.

Palácio do Planalto

Se conseguirão é outra história, avalia o escritor Daniel Aarão Reis Filho. As forças democráticas precisam preparar – se, orienta. Para esclarecer que não aceitarão de forma passiva qualquer alteração no jogo eleitoral democrático, pontua o docente.  É urgente que os movimentos políticos e sociais organizem – se para derrotar uma eventual aventura golpista, ele dispara.

Jair Bolsonaro pode criar uma ‘situação de caos’

Daniel Aarão Reis Filho

A história da moldura política da República, no Brasil, é marcada por tentativas e golpes protago­ni­zado por militares com o apoio de civis, como o de 1964, que durou 21 anos, informa a pro­fessora doutora da Faculdade de História da UFG, Alcilene Cavalcante. “Assim como em Hon­duras [2009], Paraguai [2012] e o jurídico, político, midiático e militar de 2016, que depôs Dilma Rousseff”.

Alcilene Cavalcante

É inquestionável que Jair Bolsonaro, com o seu séquito de generais beneficiados com rendi­men­tos de mais de R$ 300 mil, já tumultuam o processo eleitoral, fuzila. Com pressões, suspeições e ameaças explícitas, atira. O golpe talvez já esteja em curso, ela observa. Ao meterem as mãos no último baluarte da democracia, as eleições, desabafa. Alerta de Michael Moore, diz.

O golpe talvez já esteja em curso

Alcilene Cavalcante

Se depender da vontade do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, haverá golpe, informa o professor doutor da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, Djaci de Oliveira. Não há, hoje, em 2022, condições para um golpe de Estado, analisa. Uma operação de risco, registra. O que pode virar uma grande furada, insiste. “Com enterro de credibilidade e instabilidades interna e externa”.

Djaci David de Oliveira

O sociólogo lembra dos riscos reais ao Brasil de aplicações de elevadas sanções econômicas mundiais, em um tempo de globalização. Bastam os exemplos de Venezuela e a Rússia, hoje, anota. Em tempo: o agronegócio e o sistema financeiro do país perderiam faturamento, conta. Mais: Getúlio Vargas já dizia, porém, que a elite brasileira é burra, ironiza o pensador.

A elite brasileira é burra

Djaci de Oliveira

A possibilidade de um golpe de Estado na América Latina sempre existe, calcula o doutor em Ciências Sociais e Políticas Comparadas da UFG, peruano Carlos Ugo Santander. A probabilidade é baixa, narra. Os indicadores econômicos, sociais, sanitários apontam que os golpistas são um fracasso como gestores públicos, explica. Golpe, hoje, apenas para manter privilégios, crê.

Carlos Ugo Santander
Carlos Ugo Santander

A possibilidade de um golpe de Estado na América Latina sempre existe

Carlos Ugo Santander

O professor de História Fred Frazão, adepto das ideias de Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Ilich Ulianov [Lênin], Liev Davidovich Bronstein [Leon Trotski] e Ernest Mandel, diagnostica que a ameaça de golpe está mais presente, hoje, em 2022, do que no barulhento 7 de setembro do ano de 2021. A alternativa ao recuo do fascismo atual é a mobilização de massas, constata.

A ameaça de golpe está mais presente, hoje

Fred Frazão

Fred Frazão

O professor doutor da Faculdade de História da UFG, David Maciel, vê riscos sim por três razões. O mercado fatura alto e não possui motivos para remove-lo do Palácio do Planalto, sublinha. As instituições destinadas a impedi-lo são as mesmas que promoveram o golpe de 2016, como o STF, Congresso e mídia, sintetiza. Luiz Inácio Lula da Silva aposta só na via eleitoral, ataca

As instituições destinadas a impedi-lo são as mesmas que promoveram o golpe de 2016

David Maciel

David Maciel

O professor doutor em Educação da Universidade de Sorocaba, em São Paulo, Fernando Casadei Salles, detecta um novo modelo, incolor e inodoro, de golpe. Não está consolidado, atira. Um fato dado, descarta. Tem chão ainda, observa. Faltam as velhas condições objetivas e as subjetivas, projeta o analista de cenário. Nenhuma delas compõe a realidade, diz.

Um novo modelo, incolor e inodoro, de golpe

Fernando Casadei Salles

Fernando Casadei Salles

Os ensaios e tentativas de execução de um golpe de Estado no Brasil iniciaram-se desde o dia 1° de janeiro de 2019, após a posse, na presidência da República de Jair Messias Bolsonaro. A avaliação crítica é do professor doutor de Sociologia da PUC Goiás, Silvio Costa. O momento de tensão mais grave ocorreu entre os dias 6 e 7 de setembro de 2021, revela.

Com duas manifestações em Brasília e São Paulo

Silvio Costa

Silvio Costa

Com um tom bastante elevado, resume. O Supremo Tribunal Federal [STF] reagiu com um contragolpe, relata o pesquisador. A invasão do Capitólio, nos EUA, sob Donald Trump, fracassou, pontua. Já, na Bolívia, o golpe de Estado obteve um protagonismo miliciano, com o suporte posterior das Forças Armadas, observa o sociólogo marxista.

As ameaças do capitão reformado do Exército Brasileiro [EB] persistem, em 2022

Silvio Costa

Jair Messias Bolsonaro

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 20 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 20 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. 

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