China: 100 anos nesta noite
100 anos
nesta noite
Para onde caminha a China?
Renato Dias
O Partido Comunista da China, após a sua fundação, em 1° de julho de 1921, possuía traços próprios, na política e na ideologia, com o protagonismo tanto dos camponeses quanto do Exército de Libertação Nacional, sem a hegemonia da classe operária, como na Rússia e depois na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas [URSS]. A análise é do professor doutor da Faculdade de História, da Universidade Federal de Goiás UFG, David Maciel, um marxista.
O PCC executou, de 1949 a 2021, a transição de uma economia colonizada, agrária, para um capitalismo de Estado moderno, analisa. Ancorado no intervencionismo estatal, atira. Para uma aliança com o capital externo, primeiro, e com o capital nacional, na segunda etapa, examina. O que expressa uma combinação entre Estado e mercado, com acelerados processos de urbanização e industrialização, com revolução tecnológica, diz o pesquisador.
Sob um regime de partido único autoritário, aos moldes stalinistas, dispara o historiador gauche. Modelo que impõe aos trabalhadores uma exploração brutal que o separa de qualquer conceituação de socialismo, define. Não há um controle da economia, da riqueza social, do poder político pelos trabalhadores da cidade e do campo, metralha. A possibilidade de transição para o capitalismo privado aparece, sim, no horizonte da China, acredita.
A China possui, hoje, desafios como superar o autoritarismo com o estabelecimento da democracia, liberdade, o respeito aos direitos humanos, com o crescimento econômico, o desenvolvimento tecnológico e oferecimento de qualidade de vida, crê o professor doutor da Faculdade de Ciências Sociais, da UFG, Carlos Ugo Santander. Nascido no Peru, o intelectual admite o protagonismo do país asiático na economia globalizada do século XXI.
Historiador e sociólogo, professor mestre da Universidade de Gurupi, do Estado do Tocantins, Paulo Henrique Costa Mattos afirma ao Portal de Notícias www.renatodias.online que a China não é socialista, muito menos democrática, e o PCC não é comunista e está a uma distância estratosférica das ideias formuladas por Karl Marx, Friedrich Engels e Vladimir Ilich Ulianov, codinome Lênin. É capitalismo de Estado, conceitua.
O doutor em Sociologia, professor da Pontifícia Universidade Católica, a PUC de Goiás, Silvio Costa, recorda – se que a China havia perdido a Guerra do Ópio, sofrido a invasão do Japão, virado uma colônia da Inglaterra. Cem anos depois, o País é a segunda maior economia do Planeta Terra e deve ultrapassar o Produto Interno Bruto, o PIB, dos Estados Unidos das Américas, EUA, nos próximos anos, avalia o marxista especialista em Comuna de Paris.
Cinco polos de força na geopolítica mundial apontam o fim da unipolaridade, insiste ele. EUA, Europa, forte centro de poder, a Rússia, que detém gás e petróleo, assim como o Irã, no Oriente Médio, além da própria China que amplia investimentos na Ásia, África, Oriente Médio, Europa, e até na América Latina, sublinha o docente e escritor. O mundo é, hoje, multipolar e a China pode virar uma fonte de poder aeroespacial, de comunicações e militar, crê.
As histórias tanto do Partido Comunista Chinês quanto da China Popular se confundem e chegam nas primeiras décadas do século XXI com a consolidação de avanços históricos após a revolução socialista de 1949. É o que diagnostica o professor doutor da Universidade Federal de Jataí, Fernando Santos. O processo de abertura do País ao comércio internacional, sob a globalização, o reposicionou no cenário geopolítico, fuzila.
A China Popular não fez a abertura com a rendição aos pressupostos do neoliberalismo, pontua. Mais: não se curvou às demandas por desnacionalização de sua economia, destaca. Assim como não destruiu o seu diversificado parque industrial, registra. Nem deixou de investir em desenvolvimento tecnocientífico, aponta. A China é, hoje, uma potência global e paga o preço político por fazer um contraponto aos Estados Unidos das Américas, afirma
As relações comerciais chinesas com os países centrais e periféricos possuem perfis amplos, atira. Não há ainda tensões significativas, hoje, entre a hegemonia imperialista global americana e a China, observa. A China cresce, se fortalece e se insere nas brechas deixadas pela relação segregadora baseada na relação centro e periferia da geopolítica global, relata o estudioso do tema da UFJ.
Os EUA financiam golpes, contrarrevoluções, conflitos étnicos, religiosos para manter sua hegemonia de corte ideopolítico, reclama. “A China Popular, por não ter peso equivalente em números de bases militares ou de influência ideológica na dinâmica geopolítica, abre os fulcros e cismas deixados pela violência dos EUA e reforça suas relações bilaterais com países periféricos, sem deixar de dar atenção às parcerias comerciais com países do G7”
O sociólogo Lucas Marques Ribeiro lembra que o PCC é uma legenda revolucionária, sim. Mais: promoveu o crescimento estratosférico da economia do País, registra. O Estado adotou o pragmatismo com uma intervenção cirúrgica, o planejamento estratégico da economia e o apoio ao mercado, anota. A tendência é de a China, no PIB, ultrapassar os EUA, acredita. O PCC é, hoje, o farol para os órfãos da extinta URSS e do socialismo real, desabafa.
Cientista político, Aldo Arantes conta que a Guerra do Ópio, a colonização do País, as invasões estrangeiras e a revolução socialista de 1949 constituem marcos históricos do século XX. A China preserva o meio ambiente, larga na frente do 5G e do 6G, contribuiu para a construção e distribuição da riqueza mundial e põe em execução um processo de elevação salarial dos trabalhadores, metralha. O socialismo da China tem a sua face própria, narra o comunista.
Especialista em socialismo da China, Euler Ivo Vieira informa também que o País cresce em percentuais elevados desde o ano de 1976, é a maior economia importadora de commodities, possui um robusto mercado interno consumidor com 1,4 bi de habitantes, investimentos em tecnologia e que obtém uma alta produtividade. O segundo maior Produto Interno Bruto do mundo globalizado em 2021, relata. Não há exploração do trabalho, contesta.
O Estado determinou a ampliação do mercado interno, com a duplicação dos salários dos trabalhadores, dispara. Foco total no mercado interno, insiste. A economia deslanchou, avalia. A China inovou ainda no socialismo, alerta. O socialismo é uma fase de transição para o comunismo, cita o adepto de Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Ilich Ulianov, codinome Lênin, e de Mao-Tsé-tung, o líder da revolução socialista de outubro do ano de 1949.
🇨🇳 *Comemoração dos 100 anos do Partido Comunista Chinês* 🇨🇳
Acontecendo agora:
Em chinês: https://youtu.be/9iB7kvXM3eA
Em inglês: https://www.youtube.com/watch? v=76Enk-k0ztI
Em espanhol: https://www.youtube.com/watch? v=82wAxR0cTAA
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