Odemar Leotti
Estilo de Vida

Ciclo aborda a crise da modernidade

Zygmunt Bauman

Ciclo aborda a crise da modernidade

Discurso da modernidade e impacto na contemporaneidade

 

Odemar Leotti

Especial para

www.renatodias.online

 O Ciclo de palestras: O discurso da modernidade e sua crise na contemporaneidade tem como proposta apresentar um estudo/debate sobre o pensamento moderno e a crise contemporânea que desaguou no momento considerado como Pós-Modernidade. O pensamento ocidental, se impondo às múltiplas formas culturais e seus espaços de partilhas do sensível, se instaura em sua forma moderna no final do século XVIII.

Vendo as diferenças culturais como desviantes e instáveis foram reduzidas por uma taxonomia cujo dispositivo mensurador impõe uma leitura hierarquizante rebaixando diferentes formas cultivadoras de vidas classificando-as como saberes menores. Esse saber colonizador que teve como fundamento o eurocentrismo tornou possível a violentação física e discursiva de uma diversidade de formas culturais. Como consequência tornou proscritas as possibilidades da vida como multiplicidade ao fechar o mundo e ao integrá-las às teorias estéticas que a partir do século XIX foram vinculadas a um pensamento histórico filosófico. Tal pensamento, de cunho eurocêntrico, submeteu as diversas singularidades à sua inteligibilidade sistematizante e metafísica ao nomeá-las como exóticas, inumanas. Porém todo esse aparato conceitual na verdade não passava dos seus limites de leituras em suas tentativas universalizantes e dissolventes.

O insustentável ato de apresamento do diferenciar poético a um tempo de estabilidade marcou o pensamento moderno em sua busca do modelo único, porém nunca foi imaginado por ele de que a unicidade somente se dá em sua forma singular e multiplicadora. Por outro lado, o que presenciamos foi o ponto de chegada de uma forma de resistência produzida pela força poética desde os começos modernizantes até o tempo presente é a prova de resiliências dos espaços agenciais das múltiplas culturalidades, provando, tal qual falou Jean François Lyotard, ser impossível controlar nuvens. Portanto estamos em um tempo em que tudo é provisório, tudo está em jogo, mas está vivo, pois mudaram as regras, mas não impediram o ato de jogar-se como criação. Tudo é deslizante, é escorregadio, tudo já não é mais tão sólido e se desmancha no ar, como anteriormente já afirmava Marx. Nesse jogo de forças se situa a vida em distintas formas de pensamento.

Para dar conta ou ao menos dar uma modesta contribuição nos instou a procurar, nos entender com a leitura e escrita, com a pesquisa, o ensino e a extensão. Provocar sua problematização em um tempo em que tudo é provisório, onde o que se queria sólido desmancha-se no ar e o que está por vir ainda não se instaurou. Estariam esses lugares em jogo nessas condições em que nada se segura e tudo se desmancha nesse renovar da vida em sua multiplicidade. Assim pensando, iremos continuar aceitando exercer o ato de pensar nos limites do permissível ou na rebeldia resistente? Servirmos como consolidadores das ordens remetentes como destinatários submissos ou como lugares das apropriações fabricantes a partir das táticas surgidas dos lugares da poética em seu livre pulsar? Os tempos retirantes das determinações de uma filosofia da história e de sua moral instituidora do determinismo temporal seria o ato de restabelecimento dos lugares da poética para um mundo como obra de arte.

Para tanto é preciso restabelecer as condições de sujeitos de uma autêntica autonomia em busca da libertação da liberdade desses lugares da multiplicação que desde fins do século XVIII e início do século XIX viveu em estado de proscrição. É nesse marcador da vida que o Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais Contemporâneos PPG-ECCO da Universidade Federal de Mato Grosso UFMT apresenta aos seus pós-graduandos e ao público em geral o ciclo de palestras: “o discurso da modernidade e sua crise na contemporaneidade”. Para tanto foram convidados estudiosos de diferentes lugares que grande enriquecimento dará à nossa experiência como estudiosos no campo da pesquisa, do ensino e da extensão. O cronograma vem a seguir com as seguintes apresentações que se darão dos dias 21 a 25 de junho de 2021 a partir das 19h30.

Jean François Lyotard

Abertura

21/06/2021

Prof. Dra. Maristela (UFMT): Coordenadora do PPG-ECCO e Dra. Ludmila Brandão supervisora do projeto de pós-doutorado do prof. Dr. Odemar Leotti.

Palestra de abertura: Prof. Dra. Maria Luiza Süssekind (UFRJ): Conversas pós-abissais: (im) possibilidades, descolonização e cotidianidade nos estudos curriculares;

22/06/2021

Prof. Dr. Antônio Celso Ferreira (UNESP-ASSIS) aposentado: Uma visão literária da promessa e do fracasso do Império dos EUA.

23/06/2021

Profa. Dra. Beatriz Feitosa. (UFR). Trajetórias Humanas sob impacto da Modernidade Líquida: agenciamento estatal e territorialização precária

24/06/2021

Prof. Dr. Pedro Alexander Cubas Hernández. (UFR) – Pensando um Brasil moderno nos inícios da República Velha

25/06/2021

Prof. Dr. Benjamim (UFR): Engrenagens maléficas da política: o contexto amazônico de Inglês de Sousa

25/06/2021

Profa. Dr. Rachel Tegon de Pinho (UNEMAT) Loucura, modernidade e civilização

Prof. Dr. Odemar Leotti (UFR)

O discurso da modernidade e sua crise na contemporaneidade

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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