Rumor de botas?
Rumor de botas?
É a luta de classes, estúpido!
Renato Dias
O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro [Sem partido], ameaça, hoje, a democracia no Brasil, com a possibilidade de cancelamento das eleições de 2022, o fechamento do Supremo Tribunal Federal [STF], a censura à imprensa livre e o apelo aos fuzis, longe do feijão, como uma tática ou peça publicitária para desviar o foco da Pandemia do Coronavírus Covid 19, que devasta o País, da crise econômica, do caos social e do temor da derrota. A análise é do doutor Carlos Ugo Santander, da Faculdade de Ciências Sociais, da Universidade Federal de Goiás.
Sem saída, acuado, a deflagração de uma aventura golpista do atual inquilino do Palácio do Planalto é real. É o que admite o professor doutor da Faculdade de História [UFG], David Maciel. Apesar de as condições lhes serem desfavoráveis, pontua o pesquisador das crises da Nova República [1985-2021]. Com as Forças Armadas como anjos tutelares da República, o golpe continuará no horizonte político e institucional do País, observa. Apenas a reação dos trabalhadores urbanos e rurais e das esquerdas podem anular as permanentes ameaças, ele examina.
Professor de Arquitetura e Urbanismo, exilado político no Chile e na Europa, Velho Mundo, sob os tempos sombrios da ditadura civil e militar, Lenine Bueno informa ao Portal de Notícias www.renatodias.online que o dia 7 de setembro de 2021 seria a suposta senha para que a extrema-direita mobilize os seus adeptos, destrua as instituições, instale uma ditadura de novo tipo com Jair Bolsonaro como novo Messias. O mapa do caminho existe, diz. Vontade política idem, atira. Não se sabe se as condições objetivas e subjetivas estão estabelecidas, questiona.
Historiador de linhagem marxista, Reinaldo de Assis Pantaleão, um velho pensador gauche, ilustrado, de linguagem refinada, afirma que o capitão reformado do Exército Brasileiro [EB], um ‘mau militar’, como resumiu o general e ditador Ernesto Geisel, quer sim uma ‘virada de mesa’ no jogo político nacional. O silêncio das maiorias é ensurdecedor, provoca. O Congresso Nacional não reage à altura e o Deus-Mercado é conivente, condena-os. A opinião pública mundial é uma incógnita, fuzila. A saída mesmo é voltar às ruas e virar à esquerda, metralha.
Não haverá o silêncio dos bons em relação à escalada autoritária de Jair Messias Bolsonaro e de seus generais. A garantia é de Markus Sokol. Economista graduado na Universidade de São Paulo [USP]. Um seguidor das ideias de Lev Davidovich Bronstein, codinome Leon Trotski [1789-1940], revolucionário. O jogo começou a virar em maio de 2021, narra. Luiz Inácio Lula da Silva [PT] recuperou os seus direitos políticos e é elegível, registra. A repulsa à tutela das Forças Armadas atinge, hoje, um elevado patamar, explica. Ninguém aguenta mais Jair Bolsonaro, atira.
O engenheiro civil e histórico revolucionário brasileiro Martiniano Cavalcante alerta que Jair Messias Bolsonaro já esticou a corda além do suportável para o atual regime político e à democracia formal. Assim como teria cometido crimes em série, conspira contra a Constituição promulgada em 5 de outubro do ano de 1988 e tenta desestabilizar o Estado de Direito, sublinha. O seu destino histórico é a derrota, a prisão ou o exílio, frisa. A instigação e a radicalização do discurso à 7 de setembro pela sublevação é para evitar a desidratação e virar o jogo, crê.
Band leader socialista, ele propõe a unidade das forças políticas democráticas e de esquerda. Unificadas, nas ruas, no Congresso Nacional, elas devem impor uma derrota histórica aos golpistas, projeta. Com a ampliação das articulações políticas e sociais, a adoção de uma plataforma radical de defesa das igualdades econômica, social e cultural, contra os fascismos e por uma revolução democrática, insiste Martiniano Cavalcante, um herdeiro das ideias do comunista Gregório Bezerra, símbolo das resistências dos anos turbulentos de 1935, 1961, 1964.
Saiba mais
O que está em marcha?
Colaborador do jornal A Verdade, Altenir Santos, membro do Partido Comunista Revolucionário, com influência no Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, além de capa preta da Unidade Popular Pelo Socialismo, classifica a Era Jair Messias Bolsonaro como fascista. O seu projeto de poder inclui a destruição dos direitos trabalhistas, previdenciários, privatizações, liquidação do SUS e Educação Pública, denuncia. Trabalhadores urbanos e rurais, estudantes secundaristas e universitários nas ruas podem derrotar a marcha do genocídio em curso, protesta.
Professora da rede pública, Thelma Gomes, integrante do Diálogo e Ação Petista, tendência de esquerda na legenda da estrela vermelha, nega a existência de um suposto silêncio das maiorias e aponta às ruas de 7 de setembro como um contraponto ao Governo Federal. Arquiteto e urbanista, especialista em Planejamento Urbano, Guilherme Freitas diz ao Portal de Notícias www.renatodias.online não acreditar em um golpe de Estado civil e militar em 2021 ou 2022. A democracia está consolidada e Jair Messias Bolsonaro não tem apoio popular.
Bravata. Blefe. Palavras ao vento. É o que crava Frederico Vitor de Oliveira. Historiador marxista. Distante das interpretações e narrativas da denominada História das Mentalidades. Jornalista, expert em New Journalism. Um especialista em Geopolítica e Questões Militares. Pesquisador da Insurreição de 1932, em São Paulo, sufocada por Getúlio Vargas. As eleições não serão canceladas, critica. O STF não fechará as portas nem a imprensa irá se calar, analisa. Apenas focos reduzidos de ensaio de insubordinação nas PMs, resume. O seu futuro corre riscos, prevê.
Frederico Vitor de Oliveira
Graduado e mestre em História, o professor da Universidade Estadual de Goiás [UEG] e membro da Coordenação da Secretaria de Educação da Prefeitura de Goiânia, Marcelo Benfica Marinho avalia que o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, faz uma aposta desesperada na ruptura institucional antes das eleições de outubro de 2022. Com o temor dos inquéritos no STF, o medo da derrota nas urnas, os ruídos do Congresso Nacional e das ruas ocupadas, ele quer antecipar a deflagração do golpe de Estado civil e militar, dispara o cineasta e escritor.
Nada de demonstração de força. O barulho para a manifestação de 7 de setembro é o desespero de quem sangra em praça pública. A observação crítica é do deputado federal Rubens Otoni [PT]. Com a perda de capilaridade social, econômica, política e cultural, define o parlamentar graduado em Ciências Sociais e Direito. A escritora Betty Almeida pontua que Jair Messias Bolsonaro está acuado pela recessão. Assim como por ser alvo de inquéritos e processos abertos no STF, recorda-se. Além de sucessivas derrotas no Congresso Nacional, destaca. Os seus adeptos mais fanáticos e violentos possuem limites para intervenções, avalia. Ameaças e intimidações, define-as. Com prudência é necessário sair às ruas e evitar provocações, insiste.