O que é isso?
Renato Dias
Design gráfico: Eric Damasceno
Trinta e quatro pessoas precisaram de atendimento médico, das 44 removidas, após uma série de explosões de artefatos bélicos no Edifício Fênix, à Rua Hércules Florence, Botafogo, no município de Campinas, a 92 quilômetros de São Paulo.
Mais: o apartamento em que ocorreram as explosões apontadas guardava um arsenal espetacular com 111 fuzis, rifles, espingardas e revólveres, duas granadas e três mil munições. Dados apresentados pela Polícia Civil do Estado de São Paulo.
O dono seria Virgílio Parra Dias. Um homem de 69 anos. Ele é graduado na Academia Militar de Agulhas Negras [Aman]. De 1977 a 1980. Tempos sombrios. De ditadura civil e militar. Veja: logo virou coronel do Exército Brasileiro [EB]. Oficial das Forças Armadas.
Referências suas nas redes sociais apontam que o militar é, sim, um adepto das ideias do pensador de extrema-direita Olavo de Carvalho, morto no ano de 2023, eleitor do capitão reformado Jair Messias Bolsonaro, derrotado nas urnas de outubro de 2022.
O Portal da Transparência informa ainda que Virgílio Parra Dias é aposentado. Reserva Remunerada. Com um salário bruto de R$ 29,4 mil. Não há informação referente à legalização da posse e uso das 111 armas encontradas, além de granadas e munições.
Desaparecido, apesar de ser procurado pela Polícia Civil [SP], Virgílio Parra Dias foi encontrado três dias depois do incêndio, com um ferimento. O oficial do EB acabou encaminhado a uma unidade de saúde, em Campinas, para internação.
As explosões ocorreram a um dia do ato público das direitas na Avenida Paulista. O armamento estava a apenas uma hora do comício. Não custa lembrar: Em 30 de abril de 1981 bombas explodiram antes da hora no colo de um agente do Exército.
O atentado da direita explosiva no Rio seria usado para acusar a esquerda. Não colou. A farsa logo caiu. O sargento Guilherme Pereira do Rosário morreu. O capitão Wilson Dias de Carvalho saiu ferido. O IPM terminou em pizza. Newton Cruz sabia de tudo.