Precisamos falar sobre o Gustavo Gayer
Renato Dias
O deputado federal Gustavo Gayer [PL Goiás] é um colecionador. De crimes. Veja: os dois últimos de racismo e misoginia. O parlamentar diz que os africanos têm déficit cognitivo, o que implicaria na ausência de democracia no extenso continente. Mentira.
Sociólogo, um professor do ensino médio do Colégio Visão, Goiânia, Osvaldo Machado, foi demitido em 2022 por ter usado em uma questão de prova aos alunos uma tirinha do chargista André Dahmer. Mais: para abordar a violência policial. Do aparelho do Estado.
Lançado em 2005, um romance de Marçal Aquino, ‘Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios’, produção literária que virou filme, com a atriz Camila Pitanga como a protagonista, acabou alvo de censura e excluído da lista do vestibular da UNIRV [Go]
Hélio Oiticica, artista plástico, referência estética no Brasil e no mundo, teve uma de suas obras com versos usados na camisa e no perfil de uma professora de História da Arte, do Colégio Expressão, de Aparecida de Goiânia [GO]. Sob pressão, acabou demitida.
Adepto dos supostos oráculos Olavo de Carvalho e de Jair Messias Bolsonaro, Gustavo Gayer surfou na onda conservadora pós-jornadas de junho de 2013. Sob a Pandemia do Covid 19, defendeu o negacionismo. É porta-voz da tradição, família, moral e bons costumes.
O neofascista acusa ainda o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco [MG]. Absurdo: em um flagrante quebra do decoro parlamentar. Vil, a acusação é infame, após consecutivas derrotas na CPMI do dia 8 de janeiro: “um capacho do crime organizado”.
É uma espécie de lutador Fake contra o fantasma inexistente do comunismo. Em delírio, ataca personagens. A diva Fernando Montenegro é sua vítima. A rainha dos baixinhos Xuxa não escapou de sua ira. PF e STF investigam-no por ataques aos três poderes e Fake News.
Eleito deputado federal dia 2 de outubro de 2022, o segundo mais votado dos 17 do Estado, é ele, com a sua teia de seguidores nas redes sociais, o responsável pelas duas demissões relatadas e à censura em Goiás. Já acionado e até condenado na Justiça.
Deputada federal do União Brasil de Goiás, Silvye Alves denuncia Gustavo Gayer de ter matado, bêbado, no trânsito, duas pessoas, deixado uma paralítica, depois invadir com carro um ponto de ônibus e até fazer gastos irregulares com verba pública. Escândalo.
Sem parar com as suas estrepolias, crimes, ações irregulares, passos inconstitucionais, o seguidor do suposto Messias Bolsonaro ainda xinga o ilustrado ministro dos Direitos Humanos, professor doutor do Mackenzie, Sílvio Almeida, de “analfabeto funcional”.
A xenofobia, o racismo, a aversão aos mais pobres retroalimentam o discurso contra os nordestinos. Com exaltação do Sul/Sudeste. O que Gustavo Gayer [PL-GO] quer: likes e os aplausos dos integrantes de sua bolha. Heteronormativa, supremacista e fascista.
Produção do Reino Unido e EUA, direção de Linne Ramsey, um Thriller do ano de 2011, indicado ao Oscar, Precisamos Falar Sobre o Kevin é um filme perturbador. A crítica vê peso, incômodo, estranhamento. Do início ao fim. Uma história para levar à reflexão