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25 mil cartas a um preso político

25 mil cartas a um preso político

580

dias na prisão

 O calvário e a solidariedade

Luiz Inácio Lula da Silva – caricatura
Luiz Inácio Lula da Silva

 A Luiz Inácio Lula da Silva 

Renato Dias 

Vinte e cinco mil. O número exato de cartas enviadas ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva [PT] sob os 580 dias de prisão na Superintendência da [PF] Polícia Federal, em Curitiba, Estado do Paraná. De 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019. Tempos sombrios. À frágil democracia no Brasil. Com a ascensão das direitas.

Luiz Inácio Lula da Silva em dois momentos históricos

Organizado por Maud Chirio, com apoio de Ernesto Bohoslavsky, Luciana Heymann, Ana Lagüéns, Angela Moreira, além de Benito Schmidt, Adrianna Setembro, prefácio de Emicida e orelha de Conceição Evaristo, a Boitempo Editorial lança dia 31 de maio Querido Lula _ Cartas a um presidente, 240 páginas,  R$ 42,40. Detalhe: pré-venda.

Sergio Moro

A maior vítima da Lawfare do século 21, no Brasil Republicano, o ex-metalúrgico foi afastado do cenário político. Por implacável perseguição jurídica com motivações políticas explícitas. Do juiz de Direito Sérgio Moro assim como do TRF 4, de Porto Alegre [RS]. Suposto Messias, Jair Bolsonaro ganhou as eleições e destruiu o País.

 

Sergio Moro e Jair Bolsonaro

Apesar da repressão policial e das ameaças de radicais, um acampamento em frente à prisão se formou. Destinadas ao prisioneiro cartas, livros, revistas, poemas e cordéis, bíblias, fotografias, desenhos, roupas e cobertores, tecidos até pelas remetentes, bordados, gravuras, divindades de múltiplas religiões e flores secas foram enviados.

Michel Foucault

A organizadora Maud Chirio publica 46 cartas selecionadas. Registro: com um caderno de imagens com fotografias das cartas e dos objetos remetidos. Elas mostram a visão dos que viram de longe o desenrolar da história.  Solidariedade, amor e esperança ao prisioneiro. Carta é uma forma de se fazer presente, diria Michel Foucault.

 

‘A partir de 2003, comecei a ver seu poder de transformação. Paulatinamente, vi a miséria no meu Estado regredir, vi diminuir o número de pedintes nas ruas, vi o pobre ter acesso a curso superior, vi gente comemorando a chegada de energia elétrica em sua casa, vi o pobre descortinar seus horizontes, pegando um avião e descobrindo que o mundo a ele também pertencia. Vi direitos assegurados a nossas domésticas, que de nossas casas tiveram a feliz oportunidade de sair com seus diplomas em mãos. E vi que pra isso tudo, minha vida não tinha piorado. Pelo contrário, só melhorou. Daí que ainda não consigo compreender a raiva que a maioria das pessoas pertencentes a minha classe sente por conta de tais conquistas’. Ana Carolina, Teresina, 13 de abril de 2018

Maud Chirio, organizadora

 

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