Riscos de golpe no Brasil em 2022?


Riscos de golpe no Brasil em 2022?

Jair Bolsonaro, frações das Forças Armadas e setores das classes médias já realizam ameaças
O que pensam os Intelectuais públicos
Renato Dias
Caso seja derrotado nas urnas eletrônicas de outubro de 2022, o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro [PL], deverá criar uma ‘situação de caos’. Com violências e até atos terroristas. É o que acredita o professor doutor em História da Universidade Federal Fluminense [UFF], Daniel Aarão Reis Filho. Para melar a eleição presidencial, afirma o pesquisador.

É um cenário possível com a tentativa do que classifica como uma ‘virada de mesa’, explica o historiador. Veja o passado, o presente e as suas ameaças constantes, examina. Com a ideia de invocar a Lei da Garantia e da Ordem, para a intervenção das Forças Armadas do Brasil e a suposta manutenção da ordem, diz o analista de golpes de Estado civis e militares.

Se conseguirão é outra história, avalia o escritor Daniel Aarão Reis Filho. As forças democráticas precisam preparar – se, orienta. Para esclarecer que não aceitarão de forma passiva qualquer alteração no jogo eleitoral democrático, pontua o docente. É urgente que os movimentos políticos e sociais organizem – se para derrotar uma eventual aventura golpista, ele dispara.
Jair Bolsonaro pode criar uma ‘situação de caos’
Daniel Aarão Reis Filho
A história da moldura política da República, no Brasil, é marcada por tentativas e golpes protagonizado por militares com o apoio de civis, como o de 1964, que durou 21 anos, informa a professora doutora da Faculdade de História da UFG, Alcilene Cavalcante. “Assim como em Honduras [2009], Paraguai [2012] e o jurídico, político, midiático e militar de 2016, que depôs Dilma Rousseff”.

É inquestionável que Jair Bolsonaro, com o seu séquito de generais beneficiados com rendimentos de mais de R$ 300 mil, já tumultuam o processo eleitoral, fuzila. Com pressões, suspeições e ameaças explícitas, atira. O golpe talvez já esteja em curso, ela observa. Ao meterem as mãos no último baluarte da democracia, as eleições, desabafa. Alerta de Michael Moore, diz.
O golpe talvez já esteja em curso
Alcilene Cavalcante
Se depender da vontade do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, haverá golpe, informa o professor doutor da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, Djaci de Oliveira. Não há, hoje, em 2022, condições para um golpe de Estado, analisa. Uma operação de risco, registra. O que pode virar uma grande furada, insiste. “Com enterro de credibilidade e instabilidades interna e externa”.

O sociólogo lembra dos riscos reais ao Brasil de aplicações de elevadas sanções econômicas mundiais, em um tempo de globalização. Bastam os exemplos de Venezuela e a Rússia, hoje, anota. Em tempo: o agronegócio e o sistema financeiro do país perderiam faturamento, conta. Mais: Getúlio Vargas já dizia, porém, que a elite brasileira é burra, ironiza o pensador.
A elite brasileira é burra
Djaci de Oliveira
A possibilidade de um golpe de Estado na América Latina sempre existe, calcula o doutor em Ciências Sociais e Políticas Comparadas da UFG, peruano Carlos Ugo Santander. A probabilidade é baixa, narra. Os indicadores econômicos, sociais, sanitários apontam que os golpistas são um fracasso como gestores públicos, explica. Golpe, hoje, apenas para manter privilégios, crê.

A possibilidade de um golpe de Estado na América Latina sempre existe
Carlos Ugo Santander
O professor de História Fred Frazão, adepto das ideias de Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Ilich Ulianov [Lênin], Liev Davidovich Bronstein [Leon Trotski] e Ernest Mandel, diagnostica que a ameaça de golpe está mais presente, hoje, em 2022, do que no barulhento 7 de setembro do ano de 2021. A alternativa ao recuo do fascismo atual é a mobilização de massas, constata.
A ameaça de golpe está mais presente, hoje
Fred Frazão

O professor doutor da Faculdade de História da UFG, David Maciel, vê riscos sim por três razões. O mercado fatura alto e não possui motivos para remove-lo do Palácio do Planalto, sublinha. As instituições destinadas a impedi-lo são as mesmas que promoveram o golpe de 2016, como o STF, Congresso e mídia, sintetiza. Luiz Inácio Lula da Silva aposta só na via eleitoral, ataca
As instituições destinadas a impedi-lo são as mesmas que promoveram o golpe de 2016
David Maciel

O professor doutor em Educação da Universidade de Sorocaba, em São Paulo, Fernando Casadei Salles, detecta um novo modelo, incolor e inodoro, de golpe. Não está consolidado, atira. Um fato dado, descarta. Tem chão ainda, observa. Faltam as velhas condições objetivas e as subjetivas, projeta o analista de cenário. Nenhuma delas compõe a realidade, diz.
Um novo modelo, incolor e inodoro, de golpe
Fernando Casadei Salles

Os ensaios e tentativas de execução de um golpe de Estado no Brasil iniciaram-se desde o dia 1° de janeiro de 2019, após a posse, na presidência da República de Jair Messias Bolsonaro. A avaliação crítica é do professor doutor de Sociologia da PUC Goiás, Silvio Costa. O momento de tensão mais grave ocorreu entre os dias 6 e 7 de setembro de 2021, revela.
Com duas manifestações em Brasília e São Paulo
Silvio Costa

Com um tom bastante elevado, resume. O Supremo Tribunal Federal [STF] reagiu com um contragolpe, relata o pesquisador. A invasão do Capitólio, nos EUA, sob Donald Trump, fracassou, pontua. Já, na Bolívia, o golpe de Estado obteve um protagonismo miliciano, com o suporte posterior das Forças Armadas, observa o sociólogo marxista.
As ameaças do capitão reformado do Exército Brasileiro [EB] persistem, em 2022
Silvio Costa
