Golpe de Estado não é revolução
2004, 2014 _ Ucrânia
A dupla queda de Viktor Yanukovytch
Renato Dias
_Foda-se a União Europeia.
É o que disparou a Secretária Assistente de Estado dos Estados Unidos das Américas, Victoria Nuland, ao embaixador dos EUA, Geoffrey Pyatt, em Kiev, a capital da Ucrânia. Em uma conversa vazada. Sob a temperatura elevada da suposta Revolução da Praça Maidan. Epicentro de crises explosivas política, institucional e geopolítica mundial. Meses de novembro e dezembro de 2013 e janeiro e fevereiro de 2014. De alta voltagem.
A Revolução Colorida teve dois capítulos. O primeiro, no ano de 2004, com o cancelamento da vitória, na eleição presidencial, de Viktor Yanukovytch, a realização de um novo pleito, oficializado apenas com a sua derrota política. O segundo, em 2013 e 2014, com insurreição popular, sob hegemonia de pequenas vanguardas. Barulhentas, armadas, violentas. De extrema-direita. Além de um setor neonazista adepto das ideias de Stepan Bandera.
O presidente eleito da Ucrânia, Viktor Yanukovytch, resistia, no ano de 2014, em assinar um acordo com o FMI. O órgão exigia ajustes fiscais neoliberais. Assim como afastavam-lhe da Rússia. O principal parceiro comercial do País. História: ao qual era único sob 300 anos de czarismo. Além de ter integrado a URSS por 75 anos. Revolução Colorida é um eufemismo. O que ocorreu no País foi um golpe de Estado civil e militar.
Vice-presidente dos EUA, em 2014, Joe Biden, era o responsável pela crise na Ucrânia. O senador John Maccain até discursou em Maidan. A embaixada dos EUA, em Kiev, teria sido o Quartel General, QG, do golpe de Estado. A denúncia é do cineasta Oliver Stone. Viktor Yanukovytch fugiu de helicóptero e obteve asilo diplomático sob o guarda-chuvas de Vladimir Putin, presidente da Federação Russa. Em guerra há 8 dias com a Ucrânia.
Com o rótulo de ‘ouro’, Hunter Biden integrou o Conselho de Administração da Burisma. Filho de Joe Biden. Empresa gigante da área de energia na Ucrânia. De 2014 a 2019. Para um bom entendedor, um pingo é letra. Com um salário nada modesto: 50 mil dólares por mês. De 2014 a 2019. Suspeito de estabelecer negócios com uma investidora da Rússia e um Fundo de Investimentos da China. Vice de Barack Obama, Joe Biden é, hoje, presidente.
Oligarca, com uma fortuna sob suspeita, Petro Poroshenko chega ao poder. A sua agenda? Neoliberal, cultura não republicana e patrimonialista. Do estilo vícios públicos, benefícios privados. A milícia neonazista, o Batalhão Azov, é incorporado à Guarda Nacional da Ucrânia [Palaciana]. Autocracia, crises, corrupção e miniguerra civil contra dissidentes levaram à eleição de um suposto outsider: Volodymyr Zelenskyy.
Criada em 1949, sob hegemonia dos EUA e a sedução do Plano Marshall [1948_1951], para conter a expansão do bloco soviético, a Organização do Tratado do Atlântico Norte [Otan] teria desrespeitado múltiplos acordos. O de Alma-Ata, Cazaquistão, 1991; Budapeste, Hungria, 1994; Geórgia, 2008; Minsk, Bielorrússia, 2015. Com a sua vocação expansionista. A Otan integrou 13 países ex-aliados da Rússia. O que culminou na guerra
explosivo
Guerra Rússia e Ucrânia
O mundo em desordem
Veja a votação nas Nações Unidas
144 países – A favor da resolução pelo fim da guerra, a retirada das tropas da Rússia da Ucrânia, um apelo pela construção de uma saída diplomática ao conflito
5 países – Contra a resolução da ONU
35 países – Optaram pela abstenção. Nem a favor nem contra a resolução
Nota do editor
Em tese, não é uma verdade revelada, Moscou não teria a rejeição absoluta de pelo menos 40 Estados – Nação. Países que são ou podem ser aliados. Táticos ou estratégicos. Em curto, médio ou longo prazos. Na geopolítica mundial. Como China, Índia, África do Sul, Irã, Síria, Paquistão, Cuba, Bolívia, Nicarágua e pasmem, Brasil.
À resolução da ONU
Os países que votaram contra:
_ Rússia
_ Síria
_ Bielorrússia
_ Coreia do Norte
_ Eritreia
Não votou:
_ Venezuela
Abstenção:
_ Angola
_ Armênia
_ Bangladesh
_ Bolívia
_ Burundi
_ República Centro-Africana
_ Cazaquistão
_ China
_ Congo
_ Cuba
_ El Salvador
_ Guiné Equatorial
_ Índia
_ Irã
_ Iraque
_ Laos
_ Madagascar
_ Mali
_ Mongólia
_ Moçambique
_ Namíbia
_ Nicarágua
_ Paquistão
_ Quisguistão
_ Senegal
_ África do Sul
_ Sudão
_ Sudão do Sul
_ Sri Lanka
_ Tadjiquistão
_ Tanzânia
_ Uganda