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Líder nacionalista duro com apoio popular

Renato Dias

Em um colégio eleitoral de 108 milhões de votantes, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reelegeu-se, com 87,2%, ao quinto mandato. As urnas lhe deram mais seis anos como inquilino do Kremlin. A sede do Poder Executivo em Moscou. A capital do País. Ele irá até o mês de março de 2030. Com direito a disputar nas ruas mais uma reeleição.

O que esperar do novo mandato

Com o rumo atual das políticas públicas e externas já referendado pelos eleitores, Vladimir Putin deverá acelerar o ritmo de crescimento, aprofundar os laços com a China e aumentar os ataques à Ucrânia. Os republicanos, no Capitólio, bloqueiam remessa à Kiev. Em tempo: a Europa parece ter esgotado recursos destinados a Volodymyr Zelensky.

Graduado em Direito, um membro da KGB, a cruel polícia política do Império Soviético [1917-1991], com serviços prestados na Alemanha, ele assume a direção da FSB, em 1998, acaba nomeado em agosto do ano de 1999 primeiro-ministro. O liberal e alcoólatra Boris Ieltsin, rival de Mikhail Gorbatchev, em 2000, renuncia à presidência da Rússia.

O dirigente concorre e é eleito, em 2000, ao cargo político mais alto da Nação. A sua reeleição ocorre já em 2004. Em 2008 vira primeiro-ministro. Dmitri Medvedev é o presidente da República. Quatro anos depois, em 2012, assume, com o aval dos eleitores russos, para mais seis anos no exercício do Poder Executivo do Estado.

Com sólido apoio político e popular, a sua quarta eleição ocorre, em 2018. Vladimir Putin costura, no ano de 2020, mudança na Constituição. A alteração o mantém no jogo político e eleitoral de 2024. Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia inicia guerra contra a Ucrânia. Ela está, hoje, com dois anos de duração. Kiev respira na UTI.

A 11ª do mundo, a economia da Rússia, apesar de dois anos consecutivos de brutal carnificina, cresce. Um percentual de 3,6%. Mais: ao lado da China, Irã, Coreia do Norte, Síria, aposta no multilateralismo com o Sul Global, tem o Brics como nova referência, ameaça a OTAN e deixa a Casa Branca e a Europa emparedados com temor nuclear.

Um passado com três séculos de czarismo. Veja: a dinastia Romanov caiu em fevereiro do ano explosivo de 1917. Assim como 75 anos de socialismo realmente existente no país. Com Gulags, Holodomor, Processos de Moscou, golpes de Estado. O que revela longa tradição autoritária sob seu território. De 17.089.246 Km2. O maior do Planeta.

Tempo no poder

Vladimir Ilich Ulianov [Lênin] assume o poder de 25 de outubro de 1917. Ele adoece, em 1923 já não dá mais as cartas e morre em 21 de janeiro de 1924. Joseph Stálin controlou o Poder na URSS de 1923 a 5 de março de 1953, data da sua morte, aos 73 anos. Nikita Kruschev, de 1956 até 1964. Leonid Brejnev dá golpe e toma o Kremlin.

Colecionador de Rolls Royce, ele permanece no poder 18 anos consecutivos, morre, é substituído por Iuri Andropov e depois por Konstantin Tchernenko. Os dois da velha nomenklatura comunista morrem. Mikhail Gorbatchev entra em 1985. Sai logo, em 1991. Para dez anos de Boris Ieltsin, em Moscou. A capital da Federação Russa.

Vocações imperial e bonapartista

O presidente Vladimir Putin reproduz, hoje, a tradição autocrática da Rússia dos czares, além da URSS de Joseph Stálin, afirma David Maciel, professor doutor de História, da Universidade Federal de Goiás [UFG].

Sob um capitalismo militarizado, economia de monopólios, forte presença do Estado e projetos imperialistas sobre as ex-repúblicas soviéticas. É o que explica o especialista em História Contemporânea a renatodias.online

A Rússia possui, hoje, interesses no oeste da Ásia e na região subsaariana da África, ele aponta. O que entra em choque com os Estados Unidos das Américas, assim como com a Europa, diagnostica o pesquisador.

Mais: a Rússia está ao lado da China como um polo imperialista alternativo, observa David Maciel, um adepto das ideias de Karl Marx [1818-1883]. Vladimir Putin quer um capitalismo nacional e bonapartista, diz.

Karl Marx

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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