Um café com Boulos
Renato Dias
Acusado de grave incitação à violência e de desobediência a uma ordem judicial, Guilherme Castro Boulos é preso na crise de reintegração de posse, em 19 de janeiro de 2017, em São Mateus. Graduado em Filosofia e formado em Psicanálise, nascido no dia 19 de junho de 1982, ele é, hoje, a cara da esquerda repaginada no Brasil.
Filho de pais médicos, o ativista trocou a zona de conforto da casa com padrão de classe média para morar, já aos 17 anos de idade, em uma simples ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. O barulhento, necessário e desobediente MTST. Na luta por déficit zero de habitação popular nas 27 unidades da federação.
À época da juventude, opção pelos pobres. Como um adepto das ideias de Karl Marx [1818-1883]. Na versão da UJC, União da Juventude Comunista. Depois, o ingresso no Partido Socialismo e Liberdade. Sigla fundada em 2004. Ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva e Chico Buarque, ele condena o golpe pós-moderno contra Dilma Rousseff.
Animado, com o rosto emoldurado pela barba, disputa as eleições disruptivas à presidência da República no ano de 2018 e enfrenta o suposto Messias Jair Bolsonaro. O capitão reformado do Exército Brasileiro [EB] vence para quatro anos de tragédia. Dois anos depois, quase conquista, nas urnas, a Prefeitura de São Paulo [SP].
Na revolução’ que derrotou o fascismo em 2022, ele é eleito com uma votação estratosférica deputado federal do Psol pelo Estado de São Paulo. A luta de classes o intima a concorrer em 2024 à Prefeitura de São Paulo. Com Marta Suplicy [PT] de vice. A escalada da violência política das direitas em curso o leva abandonar o seu Celta.