Tempo da Justiça em operação
Renato Dias
O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro [PL], acusado pela PF de ter enviado R$ 800 mil aos EUA para pagar as suas despesas à espera do golpe de Estado civil e militar em que poderia voltar ao poder, está acuado e vê o cerco se fechar.
Áudios vazados pela delação premiada do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid apontam pressão política dos empresários Luciano Hang e Meyer Nigri, e a conspiração do general Walter Braga Netto a quatro dias da posse de 1° de janeiro de 2023.
Abin paralela, Gabinete do Ódio, com as milícias digitais, atos antidemocráticos, desvio das joias de propriedade da União e o golpe de Estado civil e militar fracassado de 8 de janeiro de 2023 podem levá-lo a condenações no STF de até 29 anos.
Veja: operações já abateram, em pleno voo, os deputados federais do PL Carlos Jordy e Alexandre Ramagem, assim como o vereador da sigla Carlos Bolsonaro. Jair Renan foi indiciado em um inquérito pela Polícia Civil do Distrito Federal [PC-DF].
Provas robustas envolvem o seu núcleo militar na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Integram, hoje, a relação os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto, Estevam Cals Theophilo Gaspar, e ainda o almirante Almir Garnier.
A articulação pela subversão da democracia no Brasil teria usado também recursos públicos oriundos do fundo partidário do Partido Liberal, presidido por Valdemar Costa Neto [SP], para reuniões, elaboração de minuta com Estado de Sítio e a GLO.
O capitão reformado do Exército Brasileiro Jair Messias Bolsonaro caminha. A passos largos. Para o cadafalso. Não há uma data marcada para a sua prisão. Ela é inevitável. É que o tempo cronológico não é o mesmo do Judiciário. O fim da novela é previsível.