Augusto Heleno em realidade paralela
1964 e 2023
General depõe terça-feira, 26 de setembro, 9h, à CPI
Renato Dias
General do Exército Brasileiro [EB], Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional [GSI], além de ex-ajudante de ordens de Sylvio Frota, ministro da Guerra demitido no dia 12 de outubro de 1977, por Ernesto Geisel, após ameaçar a distensão lenta, segura e gradual [1974-1985], possui hoje uma visão especial do Tempo Presente.
Intelectual orgânico da extrema direita, ele avalia que não houve ditadura civil e militar no Brasil. Trata – se de uma deturpação da História, atira. Com tanques e fuzis, João Goulart foi deposto em 2 de abril de 1964, deputados federais, senadores, assim como governadores cassados, com 479 mortos e desaparecidos, 19 crianças sequestradas.
Dez mil exilados políticos, duas mil pessoas denunciaram ao STM terem sido torturadas, nove mil indígenas dizimados, dezenas de milhares demitidos. Veja: censura imposta à imprensa, artes, espetáculos, 6.500 militares atingidos. Atos institucionais. Mais: eleições indiretas, fechamento do Congresso e até a intervenção no Supremo Tribunal Federal.
Orientador estratégico do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, Augusto Heleno nega que tenha ocorrido no dia 8 de janeiro de 2023, com o ataque terrorista aos Três Poderes, uma tentativa de um golpe de Estado civil e militar. Ele diz que se trata de uma insatisfação popular. O oficial frisa que a definição de golpe é de uma ‘extrema vulgaridade’.