Os crimes da ditadura civil e militar
Memória sufocada: documentário
História e cinema
_ Nunca houve mortes nas dependências do DOI-CODI, II Exército, sediado em São Paulo.
É o que afirma, em narrativa caricatural, o coronel reformado do Exército Brasileiro [EB] Carlos Alberto Brilhante Ustra. Mais: o seu depoimento à Comissão Nacional da Verdade foi realizado em 10 de maio de 2013. Com registro documental em vídeo.
A CNV, criada pela então presidente da República Dilma Rousseff, ex-guerrilheira presa e torturada à época da ditadura civil e militar no Brasil, investigou crimes como prisões, torturas, exílios, além de demissões, também assassinatos e desaparecimentos.
Dados oficiais da CNV de 2014: 434 mortos e desaparecidos, 20 mil torturados, 8.350 indígenas mortos, 4.841 pessoas perderam direitos políticos. Veja: assim como 1.700 trabalhadores rurais foram executados e ainda 6.501 militares acabaram reformados.
Maria Amélia Teles informa ter sido alvo de torturas por Carlos Alberto Brilhante Ustra. César Teles, seu marido, idem. A sua irmã, que estava grávida, Crimeia Schmidt. Os seus filhos, crianças, Edson Teles e Janaína Teles, pararam na Tutoia, Perdizes, capital.
Os EUA despejaram 10 milhões de dólares para influenciar o Congresso Nacional, eleito em 1962, e desestabilizar o presidente da República, João Belchior Marques Goulart. O pleito à Casa Branca nos EUA custava naqueles tempos oito milhões de dólares.
Nada comunista. Longe do projeto da foice do martelo. Jango era, no máximo, um político socialdemocrata ao estilo da Europa Democrática. É o que observa o jornalista e escritor Juremir Machado. Biógrafo do nacional-estatista e líder trabalhista.
Pesquisa de opinião pública realizada no mês de março de 1964 apontava que Jango poderia ser eleito, nas urnas de outubro do ano seguinte, em 1965, com 47% das intenções de votos. O seu percentual de rejeição entre os eleitores do Brasil: de 45%.
Amelinha Teles conta que Carlos Nicolau Danielli não morreu em um tiroteio e, sim, sob torturas no DOI-CODI. Veja: não foram executados santinhos, contra-ataca Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador. Eles eram terroristas, insulta a memória e a verdade.
Preso, Adriano Diogo ouviu que estaria na antessala do inferno e iria integrar a suposta Vanguarda Popular Celestial. Dr. Tibiriçá mostra um Magnum ao ativista. Arma que mataram Alexandre Vannuchi Leme, da USP, codinome Minhoca, da ALN, em 1973.
Lourival Gaeta é acusado de assédios moral e sexual, estupro, de masturbar – se e também ejacular em mulheres, presas políticas. Marival Dias Chaves do Canto relata que Hélcio Pereira Fortes não caiu em combate. Morreu sob o suplício da tortura.
Imagens de 1964, como a da marcha da família com Deus e pela liberdade, parecem repetir – se nas jornadas de junho de 2013. Depois, capturadas pela extrema-direita. Um golpe pós-moderno depõe Dilma Rousseff. A presidente da República eleita nas urnas.
_ Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o terror de Dilma Rousseff.
Jair Bolsonaro, deputado federal do baixo clero, no exercício do 7° mandato seguido, discursa antes de proferir o seu voto em 17 de abril de 2016. Sem punição. A cadela do fascismo sempre no cio. Tempos sombrios de 2016 a 2022. A luta nunca acaba.