100 dias, hoje
A terceira Era Lula
Presidencialismo de coalizão
Renato Dias
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva [PT], atinge 100 dias no Palácio do Planalto após derrotar, sob o rigor da Lei, a tentativa terrorista de um golpe de Estado civil e militar em 8 de janeiro de 2023.
Apesar das cenas de violência explícita às sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, planejadas com antecedência, o Estado de Direito não foi abolido. Com os destaques a Luiz Inácio Lula da Silva e a Alexandre de Moraes.
Jair Messias Bolsonaro [PL] criou entraves à transição, não entregou a faixa, viajou aos EUA, levou joias, relógios, objetos de valor, deixou rombo fiscal bilionário e uma turba irada. Ávida por derramar sangue.
Mesmo sem previsão orçamentária, o governo federal abriu o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida. Mais: ele suspendeu as privatizações, como da ECT, EBC, além de conceder um reajuste salarial aos servidores públicos.
Sem fronteiras, Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com os presidentes dos países da América Latina e do Caribe, Alemanha, França, Estados Unidos das Américas e até da Ucrânia. China e Rússia, em abril.
Pragmático, referendou as reeleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, no Congresso Nacional. Assim como construiu no BRICs a nomeação de Dilma Rousseff à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento [NBD], com sede em Xangai, China.
Orgãos de fiscalização e controle revelaram tentativa de desviar joias no valor de R$ 16,5 milhões, um segundo lote desviado que incluía relógio de ouro de R$ 800 mil e um terceiro escondido por Nelson Piquet no Distrito Federal.
A União interveio na crise humanitária dos Yanomamis. Reserva indígena devastada pelo garimpo ilegal, com a poluição dos rios, a contaminação dos peixes, grilagem de terras, desmatamento e 570 mortes evitáveis de crianças.
Não há guerra contra jornalistas. O Ministério da Cultura voltou. A Fundação Palmares retomou a sua normalidade. A Lei Rouanet entrou em cena. Mais uma dose de reforço contra a Covid 19. O arcabouço fiscal está pronto.
O Palácio Alvorada enviou o diplomata Celso Amorim. Primeiro, à Venezuela. Motivo: para conversar com Nicolás Maduro. Segundo, a Moscou. Para buscar o caminho da paz com a Ucrânia. A guerra dura um ano e 40 dias.
O Brasil quer um mundo multipolar, sem guerras, com fome zero, comércio com China, EUA, Comunidade Econômica Europeia, América Latina e Caribe, África e Oriente Médio. Sem hegemonia global. Nem unipolaridade.
Registro: o inquilino do Palácio do Planalto enquadrou as Forças Armadas [Exercício, Marinha e Aeronáutica] nos limites da lei, com exonerações, subordinou a Abin à Casa Civil, estabeleceu a harmonia com STF, STJ, TCU, Congresso Nacional e os 27 governadores.
Luiz Inácio Lula da Silva não permitiu manifestação oficial no dia do golpe de Estado civil e militar de 1964, que depôs o presidente da República à época, João Goulart. Data: em 31 de março, instalou a Comissão de Anistia e determinou a volta do conselhão.
Liberação de R$ 150 milhões para impulsionar as patrulhas escolares no Brasil e a criação de um núcleo com 50 policiais federais para monitorar ameaças e planejamento de ataques nas redes sociais. Medidas já adotadas após a tragédia de Blumenau.
A redução substancial das altas taxas de juros. Para controlar a inflação, retomar o crescimento do PIB, reindustrializar o Brasil, gerar empregos diretos e indiretos. É o que quer o novo Governo Federal em 100 dias.
Uma suspensão para promover ajustes e atender as demandas educacionais dos professores, servidores e dos estudantes. À Reforma do Ensino Médio, que é anacrônica. Memória: para os tempos contemporâneos.
As chuvas de verão mataram dezenas na Bahia, Nordeste. Jair Messias Bolsonaro passeava de Jet Ski em Santa Catarina. Região Sul, do Brasil. Tragédia de 2023 no litoral de São Paulo, no Sudeste. Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou a área e deu socorro.
Crime sem castigo, a execução de Marielle Franco, em 14 de março de 2018, no Rio, será elucidada. A PF fechou o çerco à rota do ouro. Oito mil militares em cargos civis exonerados. Ampliação dos espaços de poder a negros, mulheres e indígenas.
O cercadinho foi parar na lata de lixo da História do século 21 no Brasil Republicano. Pente fino em licitações, contratos com indícios de superfaturamento. Obras paralisadas são retomadas. Sem amarras do Teto de Gastos. Um novo tempo