Julgamento da História, na Argentina: 1985
Nunca Más
Jorge Rafael Videla, prisão perpétua
Renato Dias
_ Aguardo, com ansiedade, a sua peça de acusação.
Assim, ponderado, à época, o presidente da República da Argentina, Raúl Alfonsín, eleito em 30 de outubro de 1983, com 7.724.559 votos, um percentual de 51,7%, dirigiu-se, na Casa Rosada, sede do poder, em Buenos Aires, a cidade mais charmosa do Cone-Sul, ao promotor de Justiça, Júlio Cesar Strassera. Trata – se do responsável pelo julgamento civil dos nove integrantes das três juntas militares da ditadura civil e militar do País.
A ditadura civil e militar na Argentina
Um golpe de Estado civil e militar, em 24 de março do ano de 1976, com protagonismo das Forças Armadas, além do suporte do Deus – Mercado, a colaboração efetiva dos conglomerados de mídia, o apoio da Igreja Católica e recursos dos Estados Unidos das Américas, depôs a presidente da República, Maria Estela Martinez de Perón e instalou uma ditadura de sete anos. De 1976 a 1984. Mais: com 30 mil mortos e desaparecidos.
Raul Alfonsín abre o processo de Justiça de Transição
Raúl Alfonsín, presidente da República da Argentina, enviou ao Congresso Nacional, um Projeto de Lei que propôs a revogação da autoanistia. Mais: a criação da Comissão Nacional Sobre o Desaparecimento de Pessoas, a Conadep. Para investigar os crimes de violações dos direitos humanos e de genocídio. O relatório final é assinado pelo escritor Ernesto Sábato. Histórico, o título do documento é “Nunca Más”.
Presidente da Conadep, Ernesto Sábato: Nunca Más
Nascido em 24 de abril de 1911, em Rojas, Ernesto Sábato, ensaísta, romancista e artista plástico, Prêmio Cervantes, assume em 15 de dezembro de 1983 a missão de presidir a Comissão Nacional de Pessoas Desaparecidas. Sob a ditadura civil e militar na Argentina. A comissão especial entregou o explosivo Nunca Más em 20 de setembro de 1984. Com crimes das juntas militares. Robusto material para o julgamento civil.
Leitura da sentença em 9 de dezembro de 1985
A instrução criminal inicia – se em 22 de abril de 1985. Com os depoimentos de 833 pessoas. A sustentação oral de Júlio Cesar Strassera ocorre em 18 de setembro. Com o auxílio de Luís Moreno Ocampo. A leitura da sentença é feita em 9 de dezembro de 1985. Jorge mais: Rafael Videla Redondo e Emilio Eduardo Massera foram condenados à prisão perpétua; Orlando Agosti, a quatro anos e seis meses de prisão; Roberto Viola, a 17 anos; Armando Lambruschini, oito anos
O filme é fantástico. A análise da reportagem brilhante. E democracia sempre!