PT 4.3: maior sigla da História da República
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Vitórias ao Palácio do Planalto
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Eleições em segundo lugar
Além do PTB, UDN, Arena, PDS, PSDB e MDB
Renato Dias
Após ganhar cinco eleições ao Palácio do Planalto [2002, 2006, 2010, 2014 e 2022], e obter o segundo lugar em quatro [1989, 1994, 1998 e 2018], o Partido dos Trabalhadores construiu a sua hegemonia como a maior e mais longeva legenda da História da República no Brasil [1889-2023]. É o que mostram os números. Levantamento especial do Portal de Notícias www.renatodias.online

Fundada em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo, capital, em ato solene com Mario Pedrosa, crítico de arte, ex-assessor de Salvador Allende, no Chile, criador do trotskismo no Brasil, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, Jacó Bittar, Olívio Dutra e o operário metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. Um retirante de Pernambuco, nordeste do País.

Adeptos das concepções de Liev Davidovich Bronstein, nom de guerre Leon Trotski, os trotskistas foram indispensáveis. Para a legalização do Partido dos Trabalhadores. A OSI, que edita O Trabalho em 1° de maio de 1978. Pós-Liga Operária, a Convergência Socialista. Democracia Socialista: Em Tempo. Causa Operária, dissidência da OSI, liderada por argentinos e brasileiros.

O novo sindicalismo, em ruptura com o Ministério do Trabalho, sob a ditadura civil e militar no Brasil [1964-1985] esteve na vanguarda. Com greves. Na linha de montagem. A Igreja Católica, o clero progressista, da Teologia da Libertação e CEBs [Comunidades Eclesiais de Base]. Egressos da luta armada derrotados pela repressão civil e militar.

O PT impulsionou a reconstrução da União Nacional dos Estudantes, a UNE, a UBES, a formação da Central Única dos Trabalhadores, em 1983, e do Movimento dos Sem Terras, 1984. Para lutar pela democratização da desigual estrutura fundiária do País. Milhares de trabalhadores rurais, membros dos Povos Originários, Quilombolas, além de Ribeirinhos e cristãos católicos morreram.

Com trabalhadores da cidade e do campo em seus quadros, um programa socialista, democrático, longe do stalinismo, elegeu oito deputados federais nas urnas do ano de 1982 e o prefeito de Diadema [SP], Gilson Menezes. Já em 1983 ele dá o pontapé por eleições diretas à presidência da República e deflagra uma massiva greve geral contra a ditadura civil e militar.

A Emenda Dante de Oliveira [PMDB-MT], das Diretas Já, não é aprovada em um Congresso Nacional ilegítimo e sob medidas de emergência em 25 de abril. É o aborto do que poderia ser uma revolução democrática. Palavras do sociólogo marxista da Universidade de São Paulo [USP] Florestan Fernandes. 15 de janeiro do ano de 1985: o PT boicota o Colégio Eleitoral.
Três deputados federais que desrespeitaram a resolução política nacional acabaram expulsos da legenda. Pela adesão à Aliança Democrática [AD] e à instalação da suposta Nova República. José Eudes, Airton Soares e a atriz Beth Mendes. Ela viu o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, no cargo de adido militar no Uruguai, e o denunciou. Escândalo mundial.

A bancada federal do PT cresce 100%, pula de oito para 16. Luiz Inácio Lula da Silva é o mais votado no Brasil. Eles contribuem para a elaboração da “Carta Magna Cidadã”, a Constituição Federal promulgada em 5 de outubro de 1988. No mesmo ano elege três prefeitos de capitais. Luiza Erundina, Olívio Dutra e Victor Buaiz.

Com apenas nove anos de História, em 1989, o Partido dos Trabalhadores disputa a primeira eleição presidencial após a ditadura civil e militar. O último pleito ocorrera em 1960 e levou a etílica vassoura Jânio da Silva Quadros ao poder. Em uma tentativa de autogolpe ele renuncia no dia 25 de agosto de 1961. Para tentar voltar com amplos poderes. Pífia, a operação fracassa.

Governador do Estado de Alagoas, Fernando Collor de Mello cria o PRN. A Revista Veja fabrica um personagem. O caçador de marajás. É incensado pelos grandes conglomerados de comunicação. Um outsider. Uma campanha suja, com financiamento empresarial, sob a cultura da guerra fria, o fantasma do comunismo. Luiz Inácio Lula da Silva quase chega lá.

Com capilaridade nacional, o PT alcança o segundo turno presidencial em 1994 e 1998. Sempre atacado pelo agronegócio, indústria, conglomerados financeiros, econômicos e monopólios de mídia. Aos 22 anos na luta de classes no Brasil, adota um programa socialdemocrata de esquerda, a ampliação do leque de alianças, com o Partido Liberal. Trabalho e capital.

O arquiteto da operação é José Dirceu de Oliveira e Silva. À época presidente nacional da estrela vermelha. Mais: trata-se de um ex-guerrilheiro do Molipo. Dissidência da Ação Libertadora Nacional, a ALN criada em 1967. Ambas Organizações de luta armada. O codinome na clandestinidade era Daniel. O dirigente sobreviveu aos anos de chumbo.

Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto em 2003. A crise política de 2005 não impediu a sua reeleição. Ele fez a sucessora. Ex-guerrilheira da Var-Palmares Dilma Rousseff. O ovo da serpente surge nas jornadas de junho de 2013. Lawfare, com desconstrução da mídia, ascensão das redes sociais, Dilma Rousseff é reeleita

Uma onda de golpes de Estado definidos como pós-modernos entra em cena. No mundo. Honduras, 2009, cai Manuel Zelaya. Paraguai, 2012, Fernando Lugo. Ucrânia, Euromaidan, sai Viktor Yanukovych. Evo Morales, do MAS, é deposto em 2019. A presidente da República, Dilma Rousseff, é destituída do cargo, em agosto de 2016.

O líder isolado nas pesquisas de opinião pública para as eleições de outubro de 2018, a maior vítima de uma “Lawfare” no Brasil, que é perseguição jurídica implacável com motivações políticas explícitas, populismo judicial e político, Luiz Inácio Lula da Silva é preso em 7 de abril de 2018 e fica 585 dias na cadeia. Caminho aberto por Sérgio Moro.

Jair Messias Bolsonaro, capitão reformado do Exército Brasileiro [EB], quase expulso da caserna em 1987 por terrorismo, flerta com a cultura neopentecostal, o receituário da Faria Lima, obedece a cartilha da Guerra Fria das viúvas da ditadura civil e militar, abusa das Fake News, em narrativa de suposto outsider e quebra o ciclo de oito, no 1º e 2º turnos, vitórias consecutivas do PT.

Quatro anos de tragédias. Com 700 mil mortes sob a Pandemia do Coronavírus Covid 19. O PIB despenca. A inflação sai do controle. O desemprego cresce. A miséria social atinge, hoje, em 10 de fevereiro de 2023, 33 milhões de habitantes. A insegurança alimentar alcança 125,9 milhões. O Território Indígena Yanomami vira Auschwitz. País é Pária Mundial.

Com gastos de R$ 75 milhões nos cartões corporativos, saques em espécie, aquisição de 107 imóveis, parte expressiva dos bens com dinheiro vivo, assim como acusações de participação no golpe no Paraguai, sem transferir a faixa, nem elucidar a execução, em 14 de março de 2018, de Marielle Franco, ele fugiu aos EUA. Para o Foro de Miami. Com recursos do erário.

Primeiro, Sara Winter e os 300. Segundo, 7 de setembro de 2021. Terceiro ponto, o quebra-quebra, em Brasília [DF]. Dia 12 de dezembro. Após a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva. Quarto: Natal do Terror, 24. Bombas no Aeroporto de Brasília, Gama e na Central de Energia de Sobradinho. Para acionar a suposta Lei da Garantia e da Ordem e o patético Artigo 142.

Uma tentativa terrorista de golpe de Estado civil e militar. É o que a extrema-direita promove em 8 de janeiro de 2023. Réplica mais ampla e organizada do que Capitólio. Ataques planejados com antecedência. O financiamento foi privado. A mobilização: nacional. Com uso ilegal das redes sociais e anuência das Forças de Segurança Estatais

A destruição da turba fascista, já derrotada nas eleições de 30 de outubro de 2022, atingiria até o coração das sedes dos três poderes: o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Por cinco mil enfurecidos. Radicais. Para destruir patrimônios artísticos, culturais, públicos. Luiz Inácio Lula da Silva havia subido a rampa, do Palácio do Planalto, sete dias antes.

Saldo: R$ 50 milhões de prejuízos. Mais de 1.500 presos. Uma minuta de golpe de Estado, para anular a eleição, é encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso pela Polícia Federal. Agentes e oficiais do GSI, Forças Armadas, PM [DF], Guarda Presidencial são afastados. Bomba cai no colo de Jair Messias Bolsonaro.
Luiz Inácio Lula da Silva obtém o apoio do STF, STJ, TCU, MPF, Congresso Nacional, 27 governadores de Estado e ainda da Frente Nacional de Prefeitos. A solidariedade do mundo. O Brasil socorre os Yanomamis, paga o Bolsa Família, reúne-se também com Argentina e chefes de Estado da América Latina e Caribe, Olaf Scholz e Joe Biden.

Com sede em Xangai, na China, a segunda maior economia do mundo globalizado, o Novo Banco de Desenvolvimento, uma instituição financeira criada pelos BRICs _ Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul _, anunciou a sua nova presidente. Veja: é a economista Dilma Rousseff. Luiz Inácio Lula da Silva e ela irão, em março, reunir-se com Xi Jinping, presidente da China.
