Rosemar Cardoso em contagem regressiva
Para a queda do fascismo
Renato Dias
O poeta Rosemar Cardoso Maciel diz ao Portal de Notícias www.renatodias.online que já teve 20 anos. Nascido no Ceará, conta que circulara no porto de Mucuripe. O engenheiro eletricista rende – se, hoje, à composição de Fagner, recorda – se da calça nova de riscado e lamenta que não tinha camisa de algodão. Cáustico, o admirador de Che Guevara, um apaixonado nos versos de Pablo Neruda pontua que faltam 20 dias para a derrota do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro [PL], e a queda do fascismo no Brasil. Deus é brasileiro e tem lado, observa. Ele afirma acreditar no poder de mobilização de Luiz Inácio Lula da Silva [PT]. Vida, vento, vela levam – me daqui, recita os versos de um ex-membro do extinto Pessoal do Ceará.
Pablo Neruda
Cem sonetos de amor [I]
Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em Taltal não amanhece ainda a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações
tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos,
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa os cravos.