EB amador ajuda o PCC
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Paulo de Tarso Venceslau
O Exército Brasileiro, através do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, tenta se cacifar para fiscalizar, auditar e montar um sistema paralelo de apuração dos votos da eleição marcada para outubro. Mas foi reprovado na primeira prova do mundo real. A prova, diferente do presidente que acusa, mas não prova, foi apurada por um órgão do Estado. Nesse caso, foi uma ação da PF (Polícia Federal). Uma ação que pode desandar projetos golpistas do presidente Bolsonaro e seus aliados.

A PF, no cumprimento de suas atribuições constitucionais, investigava um membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) que havia obtido o registro de CAC (caçador, atirador e colecionador) com documentos falsos. Esses documentos foram apresentados ao SisGCorp (Sistema de Gestão Corporativo) da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados, um órgão de apoio técnico normativo do Comando Logístico do Exército Brasileiro, comandado por um general de divisão. Com esse registro, o investigado adquiriu “legalmente” sete armas, uma delas um fuzil.
Com esse registro, o investigado adquiriu “legalmente” sete armas, uma delas um fuzil
Acontece que a atual legislação impede que pessoas com antecedentes criminais consigam se registrar como CAC. E o investigado responde a 16 processos criminais. A conclusão é óbvia: o Exército Brasileiro não tem competência e muito menos expertise para fiscalizar, auditar ou montar um sistema paralelo de apuração de um sistema que opera há 25 anos sem sofrer qualquer questionamento. Se o presidente quiser melar as eleições para se manter no poder ou para justificar um golpe terá de procurar outro argumento.
