Um artista nunca morre

1946-2022
Elifas Andreato
Ele eterniza imagem de Vladimir Herzog
Renato Dias
O artista gráfico e plástico Elifas Andreato morreu na última terça-feira, 29 de março de 2022, por complicações de um infarto. Aos 76 anos de idade. Inventivo, usava a arte como protagonista de denúncias de violações dos direitos humanos. Em defesa da democracia. Assim como das lutas dos trabalhadores. Por um Brasil com igualdade econômica e justiça social.

Nascido no Estado do Paraná, município de Rolândia, em 22 de janeiro de 1946, pós-guerra, no seio de uma família que morou em cortiços. Operário em São Paulo, ele iniciou a sua carreira com caricaturas, murais e ilustrações. Até surgir a oportunidade de estágio em uma agência de publicidade. O ingresso na Editora Abril abriu-lhe os mercados nacional e latino-americano.

Multifacetado, ele produzia, em larga escala. Com os seus traços indefectíveis. Inconfundíveis. As capas de discos de ícones da Música Popular Brasileira [MPB] e samba. Como Chico Buarque, Caetano Veloso e Martinho da Vila. Além de páginas antológicas da imprensa alternativa. Como os resistentes, censurados, Opinião, criado por Fernando Gasparian, e Movimento, com Raimundo Rodrigues Pereira.
Não custa lembrar: Traços e Cores, título lançado no mercado editorial em 2018, reúne mil invenções estéticas com a sua impressão digital. Um dos trabalhos de sua autoria que compõe a vasta obra é o painel elaborado para a Comissão Nacional da Verdade. A CNV foi instalada em maio de 2012. Para investigar crimes ocorridos sob a ditadura civil e militar no Brasil. Tempos sombrios aqueles.