EUA e China: 2° guerra fria
Próximo conflito será com ataques cibernéticos
‘Negacionismo’, a fragilidade do sistema de saúde e a lentidão da burocracia explicam crise da Pandemia, diz historiador britânico
Niall Ferguson
Renato Dias
A história não possui um caminho inexorável, tem marchas e contra- marchas e traz a marca da imprevisibilidade, com as múltiplas opções para a humanidade. A análise é do historiador britânico radicado nos Estados Unidos das Américas [EUA], América do Norte, Niall Ferguson. O futuro não está definido, avalia.
O pesquisador da contemporaneidade admite que o mundo globalizado enfrenta, hoje, em 2022, uma segunda Guerra Fria. A primeira ocorreu, sob tensão, de 1945 a 25 de dezembro de 1991. Dois impérios em disputa. Pela hegemonia mundial. Capitalismo versus socialismo. EUA contra União Soviética [URSS].
O intelectual público classifica como populistas Donald Trump, ex-presidente dos EUA. Assim como Narendra Modi, chefe de Estado da Índia. Além de Viktor Orbán, mandachuvas da Hungria. Como Jair Messias Bolsonaro, capitão reformado do Exército Brasileiro. Em disputa pela reeleição.
Crítico, o escritor não atribui apenas ao negacionismo de Jair Messias Bolsonaro a escalada da Pandemia do Coronavírus Covid 19 no País. A fragilidade, ausência de universalidade e capacidade do sistema de saúde e a lentidão da burocracia do Estado contribuíram para o agravamento das crises sanitária e de saúde pública, crê.
O inquilino da Casa Branca, Joe Biden, democrata, pode perder as próximas eleições legislativas e ficar engessado, com a sua plataforma de mudanças, com minorias tanto na Câmara quanto no Senado da República, calcula Niall Ferguson. Apesar da intervenção keynesiana na economia com trilhões de US$, atira.
Admiração e divergências de interpretação e metodologias. É o que explica a sua relação com o marxista britânico Eric Hobbsbaw. Um ícone da historiografia. Dos séculos 20 e 21. Niall Ferguson diz temer o totalitarismo da China e informa optar pelo ideário liberal conservador dos EUA. A liberdade de pensamento e expressão são indispensáveis.
Guerra cibernética
A próxima guerra a assombrar a humanidade, os cinco continentes do Planeta Terra, é a cibernética, fuzila. O seu dedo em riste aponta à China, Rússia e Irã, aliados estratégicos, e adversários dos EUA, sublinha. O aquecimento global é uma ameaça iminente à sobrevivência, calcula o professor no Programa Roda Viva.