Markus Sokol e Gleisi Hoffmann, em ato público, São Paulo
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Dia 29: uma vitória histórica!

Dia 29: uma vitória histórica!

Markus Sokol

O grande derrotado dia 29 foi o inimigo, Bolsonaro com seus generais, mas também foram derrotados os golpistas da “direita” e do “centro”. Acabrunhados, nenhum dos líderes deles saiu à rua na maior manifestação desde a eleição presidencial há três anos. Nem o MBL nem os “democratas” da véspera – sumiram todos!
Dia 29 foi uma vitória da independência política dos trabalhadores. E como em outras jornadas históricas, deixou vários órfãos políticos. Não queremos exagerar, não chegou a meio milhão na rua, a maioria eram jovens, mas é nesse caminho – não em outro! – que é possível avançar contra Bolsonaro. Sempre com base em reivindicações concretas, e não em elucubrações abstratas sobre a democracia em geral e o calendário eleitoral em particular.  A hesitação e a dúvida são do pensamento humano, além do medo. Mas, com todo respeito, na oposição um erro é um erro – e quem desconversou do dia 29 em algum momento, errou!

Quando o poeta tem a razão
Segue abaixo uma listinha de argumentos da rede social. Não é preciso identificar autores, pois foram repetidos às centenas na última semana. Publicá-los para que não se repitam é uma ajuda à construção das vitórias futuras do nosso povo:
1 Não temos dinheiro, organização e nem força para criar um fato político contundente.
2 A represa vai estourar em breve, quando um número razoável de brasileiros estiver vacinado.
Temos que mobilizar nossa tropa de forma remota para estourar a mobilização no pós-pandemia.
4 Se a narrativa do genocida está convencendo a esquerda a ir pra rua, aí sim, fomos derrotados.
5 Defendemos lockdown. Os bancários lutando por home office não vão pra rua. O MST tá em casa, só saiu para doar alimentos.
6 Erro brutal, reforça o argumento do imbecil Bolsonaro, e enfraquece a união para combater a pandemia com base na ciência.
7 Somos os principais divulgadores do “fique em casa” e do distanciamento social, prisioneiros do discurso correto. Vamos ter que ter sangue frio.
8 Nossos governadores estão na linha de frente da luta contra o negacionismo. Ao propor aventureiramente atos de massa estamos nos contradizendo.

Todos vaticínios e argumentos derrotados. Não, o dia 29 não foi uma derrota da esquerda ou da ciência. Foi uma vitória popular e uma derrota do “fique em casa”, da conciliação de governadores, dirigentes pálidos e burocratas sindicais, derrota da política de caridade para acabar a fome, derrota da união nacional contra o vírus, enfim, uma derrota da tara pelo “centro democrático” para a sucessão institucional, única e estreita esperança de quem “pode” esperar outubro de 2022 em casa.  A esperança que partilhamos é a esperança maior de quem não pode esperar. Como disse o poeta, citado dia 29 na cartolina de um jovem  na avenida Paulista, “quem espera nunca alcança”, por isso, “fora Bolsonaro!”, acrescentou ele. Tem razão, fora já!

Markus Sokol, dirigente do PT, é membro da Corrente O Trabalho e do Diálogo e Ação Petista

Leon Trotsky

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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