Cirurgia bariátrica e a Pandemia
Opinião
Cirurgia bariátrica e a Pandemia
Leonardo Porto Sebba
A obesidade é uma doença crônica e em todo o mundo a cirurgia bariátrica se tornou um dos métodos mais eficazes no tratamento da enfermidade. Além da redução de peso, o paciente consegue diminuir e erradicar índices de comorbidades. Como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas respiratórios. Com a pandemia, observamos que esses problemas mostram-se como os principais fatores de risco para as formas graves do novo coronavírus e que incluem internação em UTI e mortalidade pela síndrome respiratória aguda grave. Além de todas as doenças e complicações que são evitadas com a perda de peso, podemos somar agora as gravíssimas consequências da Covid19.
Por isso, o Conselho Federal de Medicina [CFM] publicou, no dia 21 de maio, a Recomendação Nº 1/2020. Ela dispõe sobre a continuidade das cirurgias bariátricas e metabólicas eletivas no período da pandemia da COVID-19, nos estados em que não houver determinação contrária do Conselho Regional. Na decisão, o órgão colegiado considerou que pacientes portadores de doenças graves e ou/crônicas, como a obesidade e o diabetes, precisam de tratamento e que a sua postergação pode resultar no aumento da morbidade e da mortalidade.
Como presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica em Goiás, me sinto seguro para alertar que o retardo no tratamento cirúrgico de pacientes com obesidade clinicamente severa, pode resultar em aumento da morbi-mortalidade decorrente do COVID19, caso estes pacientes venham a contrair o vírus. Doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão são tratadas com efetividade com a cirurgia bariátrica ou metabólica. A posição do CFM é importante para dar respaldo a continuidade das cirurgias bariátricas e metabólicas no país. Uma vez que os pacientes que aguardam a operação apresentam risco aumentado diante de doenças infecciosas como a COVID-19.
O Conselho levou em consideração os números da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico [Vigitel] que apontou que 55,7% da população adulta no país tem excesso de peso e que 19,8% é obesa; e os dados do 16º Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde que mostra o diabetes como quarta principal causa de morte em homens e a terceira causa em mulheres. Saúde e prevenção são fundamentais!
Leonardo Porto Sebba
Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – Seção Goiás
Cirurgião bariátrico