Marcos Antônio Dias Batista, irmão desaparecido
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‘O livro que não escrevi’

Memórias reveladas

O livro que não escrevi

Honorina Maria Dias revela ter enterrado livros dos seus irmãos, chegou a ser ameaçada por um agente dos órgãos de repressão, de arma em pu­nho, e fichada pelos extintos SNI e Dops

 

Renato Dias

Um thriller político. Com início após o golpe de Estado civil e militar no Brasil, em 31 de março, 1º e 2 de abril de 1964. Com a deposição do presidente da República, João Belchior Marques Gou­lart. Um nacional – estatista. Em sua versão trabalhista. Ele se desenvolve sob a guerra fria. Mais: termina com corpo desaparecido, a morte da mãe, e longe da descoberta dos últi­mos momentos de vida e dos restos mortais do irmão de apenas 15 anos de idade, Marcos An­tô­nio Dias Batista. É a saga de Honorina Maria Dias Batista. Drama político, ideológico, pessoal.

Honorina Maria, à esquerda. e Maria de Campos, com cartaz

– Crimes sem castigo.

É o que afirma, com exclusividade, a odontóloga, especialista em Saúde Pública. Com pós-graduação em Psicologia com aplicação na Odontologia & foco em tratamento de crianças especiais, além de curso em Perícia Odontológica. Nascida em 15 de outubro de 1955, ela perdeu o irmão, preso, torturado, executado em maio de 1970. Um membro da  VAR –Palma­res. O seu pai Waldomiro Dias Baptista, em 15 de outubro de 1992. Atropelado. A sua mãe, em grave acidente, após sair de audiência em Brasília [DF], com José Alencar, ministro da Defesa.

– Data: 15 de fevereiro de 2006. A genitora, Maria de Campos Baptista, 78 anos de idade.

 

 

Repressão política

Honorina Maria Dias Batista revela ter enterrado livros dos seus irmãos Marcos Antônio Dias Batista e Waldomiro Batista, classificados como subversivos, comunistas, pela ditadura civil e militar. Mais: chegou a ser ameaçada por um agente dos órgãos de repressão, de arma em pu­nho. Fichada pelo extinto SNI, o monstro criado por Golbery do Couto e Silva em 1964, par­ti­ci­pou da abertura da Vala de Perus, em São Paulo, e da remoção de ossadas pelo médico legista da Unicamp, em 1991, Fortunato Badan Palhares. É ex-secretária  do Tortura Nunca Mais [GO].

– Memórias reveladas. Histórias. Um livro que não escrevi.

 

 

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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