Jair Bolsonaro  e Fabrício Queiroz
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Queiroz cai, Weintraub sai, STF endurece e Bolsonaro fica acuado

Tempestade perfeita

Jair Bolsonaro  e Fabrício Queiroz
Jair Bolsonaro  e Fabrício Queiroz

Queiroz cai, Weintraub sai, STF endurece e Bolsonaro fica acuado

Renato Dias

No contrapé da demissão de Abrahan Weintraub e do pedido de pacificação do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, a prisão de Fabrício Queiroz, que não foi efetuada pela PF, po­de esquentar o cenário político nacional, admite Daniel Aarão Reis Filho, doutor do Depar­ta­mento de História Contempo­rânea da Universidade Federal Fluminense [UFF]. Fabrício Queiroz é um dos homens mais enro­lados do Brasil, metralha. Amigo de confiança pessoal, diz. O STF deu demonstração de força em relação a Jair Bolsonaro, frisa.  É uma notícia alvissareira, fuzila.

Podcast Daniel Aarão Reis Filho

_ Fabrício Queiroz sabe muito.

A prisão do policial militar reformado Fabrício Queiroz, em um sítio no advogado Frederick Wa­seff, que espalha ter inventado o suposto ‘Mito’, aponta que as investigações referentes à dis­tribuição irregular de recursos públicos, de verbas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, se aproximam cada vez mais da família do atual presidente da Re­pública, Jair Messias Bolsonaro [Sem partido]. A análise é do deputado federal Rubens Otoni Gomide [PT-GO]. O capitão reformado do Exército Brasileiro [EB] está ‘acuado’, sublinha o parlamentar.

Podcast Rubens Otoni Gomide

_ É um homem treinado. Como se presume.

Doutor em Educação, Fernando Casadei Salles, de São Paulo, diz não acreditar que a prisão tra­­rá surpresas além do script. A expectativa é em uma suposta delação premiada, avalia o pes­quisador, quadro oriundo da luta armada contra a ditadura civil e militar _ ALN e Mo­li­po. O ce­nário não caminha, hoje, sob a temperatura e pressão, nessa direção, avalia o pro­fes­sor uni­ver­sitário. Eventual prisão da mulher, enteada e filhas pode alterar o comporta­men­to do a­cu­sado pelo Ministério Público e Polícia Civil, observa o analista político da conjuntura nacional

_ Bastou Sérgio Moro deixar o Ministério da Justiça para que Fabrício Queiroz fosse encontrado.

A presidente do PT, em Goiás, Kátia Maria, narra que a operação pode atingir o coração do Clã Bolsonaro. O modus operandi do desvio de recursos públicos, a produção de Fake News _ Notícias Falsas _ pelo ‘Gabinete do Ódio’, ações políticas e digitais que alteraram o resultado das eleições de 2018 ao Palácio do Planalto, assim como a participação das milícias armadas, no Brasil, explica a pedagoga. O local de sua prisão mostra que existia um esquema para a proteção especial de um foragido da Polícia Civil e acusado pelo Ministério Público, denuncia.

_ Operação Anjo: significativa.

Assim a pedagoga, mestre e doutora em Educação, enviada da ONU, a Orga­niza­ção das Nações Unidas, para prestar consultoria à reconstrução da Educação Pública, no Timor Leste, após a descolonização de Japão, Portugal e Indonésia, Jacqueline Cunha, define a ação es­­­pe­ta­cular do MP e PC do Rio e São Paulo. Os incorruptíveis seriam corruptos, como revela a O­pe­ração Anjo. A coincidência do destino, ela ironiza. Em Atibaia, São Paulo, sorri. “Cai Fa­brício Queiroz, o anjo protetor do atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e de seus filhos”, provoca.

_ O Brasil desvendará o mistério.

É a resposta que os 211 milhões de brasileiros esperam, diz o ex-presidente da Agência Munici­pal de Trânsito [AMT], da Prefeitura de Goiânia, o gestor público Senivaldo Ramos.  Se existe ili­ci­tude, crimes ou não que teriam sido cometidos por membros da família do presidente da República, Jair Bolsonaro, destaca. A ‘Gaviões da Fiel’ lavou a nossa alma ao mostrar que a de­mocracia é tão bonita quanto a revolução cubana, a vereadora Marielle Franco vive e a prisão de Fabrício Queiroz explode, sim, o ‘Gabinete do Ódio’, resume Rosemar Cardoso Maciel.

_ O círculo da lavagem do dinheiro e do crime organizado se fecha. [Palavras do sindicalista rojo, red, rouge, gauche Rosemar Cardoso Maciel]

Pré-candidata à Prefeitura de Goiânia, em 2020, a vereadora Cristina Lopes afirma que a prisão preventiva de Fabrício Queiroz e a saída de Sérgio Moro, do Ministério da Justiça, provocaram um verdadeiro ‘abalo sísmico’ no Governo Federal.  Fabrício Queiroz não foi condenado ainda e o processo irá se transcorrer de forma legal e transparente, esclarece a liberal. A queda do foragido poderá implodir o ‘Gabinete do Ódio’, analisa o professor de São Paulo, Heitor Cláudio Silva, líder da fração ‘Combate Pelo Socialismo’, de linhagem trotskista.

_ O meu receio é sobre a relação do Clã Bolsonaro com a Polícia Federal e com o aparato de repressão do Estado Nacional.

Ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, ex-prefeito de Catalão,  ex-secretário de Estado de Gabinete, deputado estadual por quatro mandatos consecutivos, além de governador de Goiás interino Jardel Sebba avalia que a prisão de Fabrício Queiroz aba­la, sim, o Palácio do Planalto. O cardeal tucano insiste que, se as denúncias se comprovarem, os culpados devem ser condenados. O líder do PSDB defende punição, mas reclama que o STF legisla, seria parcial e ataca o que classifica como ‘cobertura tendenciosa’ da Rede Globo de TV

Podcast Jardel Sebba

_ Absurdos de 2020.

A ‘Operação Anjo’ é relevante já que a prisão de Fabrício Queiroz quebra o elo entre o submundo da milícia e a família Bolsonaro, informa o jornalista Marcus Vinícius Beck. Escritor com um estilo autoral. Único. Flávio Bolsonaro está sob o alvo do MP e da PC, suspeito de operações financeiras atípicas, com as supostas ‘rachadinhas’, observa. Os elementos seriam comprobatórios para a cassação pelo TSE da chapa eleita em 2018, com Jair Messias Bolsonaro e Hamilton Mourão Filho, dispara. Flávio Bolsonaro também deveria perder o mandato, atira.

Podcast Marcus Vinícius Beck.

_ Escancara o que é Jair Bolsonaro, que sabia de cada passo de Fabrício Queiroz. O seu orientador jurídico é quem o escondia, da sua cozinha, Frederick Wa­seff.

Os trabalhadores não podem dar um minuto de trégua ao Governo Federal, fuzila o presidente do PSTU, em Goiás, Rubens Donizetti. Historiador, Reinaldo Pantaleão vê um duro golpe no Go­verno Federal. O elo com o submundo do crime, resume. Operador dos filhos, o define.  O grave é que o homem estava escondido sob a proteção do advogado do Clã Frederick Wa­seff, me­­tralha. É tramitar o pedido de impeachment, propõe. Doutor em História, Maxwell Coim­bra aponta uma derrota e acredita até na prisão de seus filhos. O que acirrará a disputa, ataca.

_ Um autogolpe ou um golpe de Estado não está descartado. É uma facada real. O que pode­rá sangrá-lo até 2022. Não como a do Adélio Bispo. O que é péssimo para Jair Bolsonaro.

Jornalista e historiador, especialista em Geopolítica, Frederico Vitor de Oliveira aponta que a notícia cai, hoje, como uma verdadeira bomba no Palácio do Planalto. Nitroglicerina pura, ele ironiza. Fabrício Queiroz é um arquivo-vivo, conceitua. A sua popularidade, do capitão refor­mado do Exército Brasileiro, despenca, com os efeitos da Pandemia do Coronavírus Covid 19, 50 mil mortos, da recessão global, da crise econômica, narra. As consequências são impre­visíveis, acredita. A ‘Operação Anjo’ o entregará ao ‘Centrão’, calcula. Um forte abalo, insiste.

_ A situação de Fabrício Queiroz, o faz-tudo da Família Bolsonaro, traduz que as instituições funcionam, com normalidade. A impunidade não é efetivada. Com a prisão preventiva.

Podcast Carlos Ugo Santander

É esperar o desenvolvimento das investigações referentes às ‘rachadinhas’ e ao suposto envol­vi­mento com o submundo das milícias, anota o professor da UFG, da Faculdade de Ciências So­ciais, peruano graduado em Lima, com mestrado no México, doutorado no Brasil e estágio pós-dou­toral na Itália, Carlos Ugo Santander.  Advogado, apresentador do Programa Controverso, jor­nalista, Giovanny Bueno vê, primeiro, como poesia a prisão em Atibaia. Segundo, em uma propriedade de Frederick Wa­seff, pontua. Terceiro, a quebra de sigilo contra parlamentares.

Podcast Giovanny Bueno

 

_ O que atinge o ‘Gabinete do Ódio’. A quarta, a prisão de Sara Winter. A quinta, a demissão de Abrahan Weintraub. A coincidência de data foi muito ruim. O processo não irá parar.

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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