Diretor-editorial do site operamundi.uol.com.br, o jornalista Breno Altman [SP] informa, com exclusividade, que o Coronavírus levará à nova explosão de uma bolha financeira. O que empurrará o capitalismo mundial para à nova crise global, explica. O ‘periodista’ relata que o cenário pode ser pior que a devastadora Bolha Imobiliária de 2008. Com o ingresso em uma grave fase recessiva, dispara. O neoliberalismo entra em novo descrédito, afirma. A sua superação ocorrerá se um amplo bloco anticapitalista emergir da crise, ele insiste. O neoliberalismo não é apenas uma doutrina, conceitua. É a expressão orgânica do capital financeiro, que hoje controla a economia mundial, analisa o pesquisador da geopolítica global.
– O capital lutará com unhas e dentes para manter sua hegemonia e recuperar o valor de seus ativos.
Doutor em História da Universidade Federal do Maranhão, radicado em São Luís, capital, com estágio pós-doutoral realizado nos Estados Unidos das Américas em Literatura Comparada, Rickley Marques [MA], um leitor compulsivo da produção do cubano inventivo e não ortodoxo Leonardo Padura, autor de ‘O Homem que Amava os Cachorros’ [Boitempo Editorial, no Brasil], entre um gole e outro de vinho, aponta que a única certeza que a crise do Coronavírus – Covid 19 apresenta é que o capitalismo, no Brasil, Ásia, Europa e América do Norte não investe em Saúde Pública de excelência, mantém um déficit de leitos e não possui uma rede de infraestrutura para impedir e controlar pandemias. Como a atual, fuzila o intelectual gauche.
– Desigual, o detalhe é simples: nem todos na humanidade têm direito a um leito de UTI. Como ficará o mundo após a pandemia? As cartas estão lançadas.
Corte de recursos
Doutor da Universidade Federal de Goiás [UFG, Humberto Clímaco [GO] revela que os Estados da Itália, França, Espanha e Brasil contém em comum o ‘mantra da austeridade fiscal’. O ‘Deus-Mercado’ apresenta cortes drásticos nos serviços públicos, em direitos dos trabalhadores, além das aposentadorias, como a única solução para a crise da economia, frisa.
Os orçamentos públicos estão cada vez menores para os serviços públicos, metralha. Em particular na área de saúde, atira o intelectual marxista em sua versão trotskista. Recursos desviados para a especulação financeira no formato ou rubrica de ‘pagamento das dívidas’, fuzila. O caos na saúde na Itália ocorre pelo o sucateamento dos serviços públicos italianos, diz
– O jornal francês Les Echos mostra que, depois de 10 anos de cortes orçamentários, a Itália tem um déficit de 56.000 médicos e de 50.000 enfermeiras.
Crítico, Humberto Clímaco registra que, na França, 200.000 leitos hospitalares foram fechados em 30 anos de reformas impostas pela orientação da responsabilidade fiscal. O professor narra que, nos Estados Unidos, os testes para detectar o Coronavírus são caros e realizados em uma proporção reduzida, o que explicaria o pequeno número oficial de infectados. Com estatísticas nas mãos, ele recorda-se que Michel Temer [MDB-SP] estabeleceu, com o suporte do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, o teto de gastos. A Emenda Constitucional 95. O orçamento da saúde teria perdido 20 bilhões (16%). A regra é aprofundada pela política macroeconômica do presidente da República, o capitão da reserva Jair Messias Bolsonaro, ataca.
– A crise do Coronavírus é consequência e, ao mesmo tempo, impulsionadora de tendências existentes: com o quadro do consenso mundial oriundo do pós-guerra já destruído.
Valor virtual
Antes mesmo do neoliberalismo, grande parte da economia do mundo já estava assentada em “floats”, registra o ex-secretário de Estado da Cultura e ex-presidente da União Brasileira de Escritores [UBE], seção de Goiás, Edival Lourenço [GO]. É no derivativo, do título, da hipoteca da ação, da safra futura, explica. Valor virtual, critica. Quando há um ‘sacolejão’, como o do Coronavírus, que interfere diretamente na produção, sobretudo na expectativa da indústria do mundo, que é a China, os valores desidratam-se rapidamente, pontua. As bolsas de valores do mundo caíram quase 50%, vocifera. Não é transferência de riqueza de uma mão pra outra, afirma. É sumiço de valores contáveis, relata. Todo mundo perde e ninguém ganha, atira ele.
– Para recuperar uma queda de 50% é preciso um crescimento de 100%.
Demanda tempo e um esforço extraordinário, insiste o vencedor do Prêmio Nacional de Literatura Jabuti do ano de 2012. É elevar a pedra de Sísifo do sopé da montanha ao topo novamente, faz literatura, filosofia e economia comparadas. Ainda que os bens reais permaneçam os mesmos, os bens derivados reduzem drasticamente e decrescem, avalia. São valores virtuais interferindo na economia real, bate na mesma tecla econômica. Os orçamentos são baseados em valores virtuais, conta. Faltarão recursos em todas as rubricas do orçamento do País, acredita. Temos uma atenuante, vê. “A nossa produção de commodities [economia real] representa mais de 20% do PIB [Produto Interno Bruto, a soma das riquezas].”
– De qualquer modo teremos recessão e os pobres pagam um preço mais caro.
Segunda guerra mundial
É a crise mais grave desde a segunda guerra mundial [1939-1945], admite o especialista em Computação e Informática, Julian Melgaço [SP-GO]. Ademir Luiz [GO], presidente da União Brasileira de Escritores [UBE], historiador e professor da Universidade Estadual de Goiás, a UEG, aposta que os EUA, com um PIB de 18 trilhões de dólares, darão suporte à economia brasileira para evitar o caos e a sua implosão. Paulo Miguel Diniz [GO] Ex-secretário de Estado da Fazenda, ex-diretor da Receita Estadual, ex-Ouvidor-Geral do Estado, o advogado especialista em Direito Tributário e Empresarial, lamenta a troca de farpas entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, teme a não aprovação das reformas e a não execução da agenda liberal
– A Alemanha possui quase o dobro de leitos de UTI da Inglaterra, que ultrapassa de longe a estrutura do Sistema Único de Saúde [SUS] do Brasil. A Cloroquina e a Azitromicina constituem esperanças.
É o que diz Jardel Sebba, médico graduado na Universidade Federal Fluminense [UFF], ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, deputado estadual por quatro mandatos consecutivos, prefeito de Catalão, ex-secretário de Estado de Gabinete e governador do Estado interino em duas oportunidades. A Fundação Getúlio Vargas mostra a possibilidade real de o PIB do Brasil sofrer uma queda de 4,4% [Negativo], anuncia José Sebba Junior. O ex-prefeito de Montividiu do Norte, ex-secretário de Estado de Ação Social e Trabalho, ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de Goiânia, ex-secretário particular da Presidência da Alego e ex-chefe de gabinete do TCE [GO] projeta também que a recessão econômica será ‘global’.
– Motivo: Saúde Pública com a explosão do Coronavírus, a retração das atividades econômicas e as mortes em escala industrial.
Editor do Ciao Bella Connection, o sindicalista do Rio de Janeiro Gibran Jordão [RJ], marxista renovado e adepto das ideias de Liev Davidovich Bronstein [1879-1940], ‘nom de guerre’ Leon Trotsky, diz que a crise de 2020 será econômica, social, política, de saúde pública, sanitária e de hegemonia. O que traduz que o neoliberalismo em sua face autoritária é um caminho de destruição das forças produtivas, analisa fundamentado no método do materialismo histórico e dialético. A crise de 2020 é produto da crise de 2008, com a injeção de recursos públicos na fração hegemônica do capital, o financeiro, na ciranda da especulação, o que produz a superacumulação e de depressão do mercado consumidor, alfineta o doutor da Faculdade de História da UFG, David Maciel. Já chegou nolimite, explica. O déficit fiscal atinge o mercado mundial, dispara. O valor do petróleo despencou, recorda-se. O Coronavírus corta o circuito produção, distribuição e consumo. A China foi atingida, frisa. “É preciso investimento público”, repete.
– Para reduzir a desigualdade social. A política macroeconômica do Paulo Guedes é mais do mesmo. O resultado da crise pode culminar até com a instalação de uma ditadura fascista.
Impacto devastador
A Covid 19 terá um impacto devastador na economia do Brasil, diagnostica o historiador e jornalista, especialista em Geopolítica, Frederico Victor de Oliveira. Pesquisador do IBGE, ele aponta 13, 5 milhões de desempregados e desalentados, 38 milhões de pessoas no mercado de trabalho informal e 48,5 mi em situação de vulnerabilidade social, crise que irá se aprofundar, crê. A desaceleração da economia da China, maior parceira comercial do Brasil, reduzirá a exportação de commodities, atira. O cenário na Europa será de Terra Arrasada, acredita. Apesar disso, o Velho Mundo deve adotar uma agenda do Welfare State, pontua. Já Jair Bolsonaro executará o receituário da Escola de Chicago, do ‘Estado Mínimo, metralha.
– Já vi outras crises. No Brasil e no mundo. As respostas têm sido rápidas e diferentes. As medidas não possuem uma ideologia. É o perfil da economia nacional.
Contraponto otimista
A análise é do engenheiro agrônomo graduado na USP, Hermes Traldi [SP], produtor rural e empresário do mercado. A Bolsa de Valores perdeu e já recuperou-se, destaca. A produção agrícola atingirá um valor mais alto após o fim da crise, prevê. O mercado de commodities se reaquecerá, aposta. Ele antevê um novo incremento na Indústria. Como produtor de insumos básicos, o Brasil terá uma recuperação mais veloz, afirma. Não haverá nem vencedores muito menos perdedores, o Brasil mostrará que é um País diferente, dispara. A Região Sul está mais preparada para o enfrentamento do Coronavírus e São Paulo mostra reação, aponta ele. O Brasil reagirá com excelência após a passagem desse verdadeiro Tsunami do Covid 19, atira.