José Anselmo: ida, volta e quedas
Sucessão de crimes do delator
Cachorro com as mãos sujas de sangue
José Anselmo dos Santos
Renato Dias
Leonel Brizola radicaliza o nacionalismo revolucionário, diz Daniel Aarão Reis Filho. Primeiro, a Guerrilha do coronel Jefferson Cardim. Derrotada no ano de 1965.
A segunda, a Guerrilha do Triângulo Mineiro, estimulada pelo Movimento Nacionalista Revolucionário, o MNR, de Leonel Brizola e Flávio Tavares, jornalista trabalhista, 1966.
A terceira, a Guerrilha de Caparaó, conflito que caiu sem disparar um tiro, em 1967, delatado pela população do interior de Minas Gerais, com um desaparecido: da Cova 312.
O ex-governador do Rio Grande do Sul define que José Anselmo dos Santos iria para Cuba treinar técnicas e estratégias de guerrilha e que não deveria envolver – se com a G2.
O retorno de Havana
15 de setembro de 1970
Renato Dias
O marinheiro José Anselmo dos Santos retorna do longo treinamento em Cuba, enviado por Leonel de Moura Brizola, do Uruguai, em 15 de setembro de 1970.
A sua volta iniciou – se no Aeroporto de Jose Martí, Havana. Depois, Milão, Itália. Com destino à La Paz, Bolívia. Escala em São Paulo. Ele desce. Documentos falsos.
O primeiro a deixar Cuba e voltar ao País, na sombra da clandestinidade, é José Maria Ferreira Araújo. Codinome Ariboia. Ele é morto no dia 23 de setembro de 1970.
O segundo a partir foi Edson Neves Quaresma. A sua execução ocorre no dia 5 de dezembro de 1970. Morte mantida em silêncio. Para ocultar eventual delação.
Registro de quedas. Yoshitane Fujimore, um dos principais quadros políticos, organizativos e militares da VPR encontra a morte em 5 de dezembro do ano de 1970.
Aluízio Palhano morreu em 9 de maio de 1971, em São Paulo. O guerrilheiro urbano da VPR, treinado em Cuba, teria sido delatado por José Anselmo dos Santos.
Membro da Coordenação Nacional da ALN, Paulo de Tarso Celestino e a teatróloga Heleny Telles Guariba tiveram contato com o cachorro e morreram:12 de julho de 1971.
Marinheiro cassado e exilado, Edgar Aquino Duarte, retorna ao País, começa a operar na Bolsa de Valores e morre em 13 de junho de 1971, depois de hospedar o infiltrado
Perfil de Soledad Barret
Soledad Barret Viedma nasceu no Paraguai, em 6 de janeiro de 1945, filha do comunista que vivia no exílio Alex Rafael Barret. O golpe de Alfredo Stroessner leva-a ao Uruguai.
Aos 16 anos, a ativista integra a Juventude Comunista. É designada para realizar um curso teórico de formação marxista em Moscou, a meca do socialismo mundial.
Naysandi Barret Araújo conta que Soledad Barret Viedma sofreu um atentado nazista. As suas duas pernas foram cortadas e deixadas com a marca dá suástica.
Poeta, educadora, ela ensinou a língua Guarani aos camponeses de Cuba, casou – se na ilha com José Maria Ferreira e teve uma filha: Naysandi Barret Araújo.
O professor doutor de História Daniel Aarão Reis Filho recorda – se que a palavra-chave era Revolução. Depois de 1949, na China, 1959, em Cuba, 1962, na Argélia, narra.
Ex-militar, Onofre Pinto organiza a volta dos ex-marinheiros e ex-sargentos. Com passagem por Santiago, Chile. Caminho adotado por Soledad Barret Viedma.
Ladislau Dowbor, economista, era casado com Pauline Reichstul. Ele é preso em 1970 é trocado por Ehrenfried von Holeben. Rumo à Argélia. Ela, Cuba. O casal separa – se.
José Anselmo dos Santos diz lamentar a morte de Soledad Barret Viedma, de Eudaldo Gomes e de José Araújo, ex-marinheiros sob o golpe de Estado do ano de 1964.