
Renato Dias
Após a derrota da PEC da Blindagem, trabalhadores da cidade e do campo, aposentados, estudantes secundaristas e universitários saem às ruas, domingo, 14 de dezembro, nos 26 Estados e no DF, para protestar contra o Congresso Nacional. Mais: o parlamento é rotulado de inimigo do Brasil. Democrática, hoje, a pauta inclui a condenação ao projeto de lei da Dosimetria, a manutenção dos mandatos de Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Alexandre Ramagem, além de de anistia aos condenados no STF pela insurreição de 8 de janeiro de 2023. Uma tentativa derrotada de golpe de Estado.

Daniel Aarão Reis Filho, professor doutor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense [UFF], diz com exclusividade a renatodias.online lamentar a passividade das esquerdas no País. Elas perderam a sintonia, reclama. O protagonismo, atira. Somente reagem, observa. Como em relação à PEC da Blindagem, ele explica. O tema, domingo, é uma reação à nova estrepolia política de Hugo Mota e David Alcolumbre, dispara. Em um tom de indignação. O pesquisador defende agenda popular, como jornada 6 X 1, tarifa zero nos transportes e segurança do cidadão.

O professor doutor da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás [UFG], David Maciel, avalia como estratégica manter a mobilização popular contra o Congresso Nacional e a extrema direita. O especialista em Nova República aponta o protesto de 21 de setembro de 2025 como o poder das ruas e praças. O intelectual público propõe a inclusão ainda da PEC da Reforma Administrativa. Emenda que destrói os serviços públicos, precariza as relações de trabalho e dá um passo para nova etapa de privatizações. A PEC já está em tramitação. Historiador é um adepto das ideias de Karl Marx.

Com capilaridade, a extrema direita é hegemônica no parlamento, desafia o poder judiciário, afronta a Constituição Federal, o STF e a sociedade, com o suporte de igrejas fundamentalistas e do capital, analisa a professora doutora aposentada da UFPB, Betty Almeida. A escritora lembra que as pressões de Donald Trump não dão trégua. Com ameaças à América Latina, vê. Refém da maioria conservadora, Luiz Inácio Lula da Silva não aposta em organização popular, critica. Sem sindicatos e com siglas encurraladas por pautas de costumes eles perderam autoridade, desabafa.

Ex-reitor do Instituto Federal de Goiás [IFG], Paulo César afirma repudiar também os retrocessos, hoje, da Câmara Federal e Senado, ataca a suposta anistia ao ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro [PL], condenado a 27 anos e três meses de prisão. O professor recusa a manutenção do mandato de Carla Zambelli, presa na Itália. Ele cobra a preservação dos direitos dos povos originários e do meio ambiente. O gestor público alerta o eleitor da importância do voto nas esquerdas em outubro do ano de 2026 ao Congresso Nacional. Para remover a maioria conservadora, frisa.

Não existe revolução em redes digitais, decreta o professor doutor em Ciências da Religião Antônio Lopes. Ela é apenas uma ferramenta de luta pela construção da hegemonia cultural e política, avalia o adepto das ideias de Antonio Gramsci, pensador italiano. Sem a destruição da extrema direita, não podemos sair das ruas e praças, recomenda. As eleições de outubro de 2026 compõem a agenda com a urgência de os trabalhadores não elegerem membros do Centrão e das bancadas da Bíblia, do Boi e da Bala [BBB], alfineta. Ele quer a regulação dos Big Techs e conglomerados de mídia.

A aprovação do PL da Dosimetria, na Câmara Federal, é uma afronta ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, afirma Lúcia Rincón, professora doutora de História, da PUC Goiás. O Supremo Tribunal Federal [STF] condenou os responsáveis pela tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, formação de organização criminosa e destruição do patrimônio tombado, ela recorda-se. A expectativa é que seja um ato massivo, diz. Indignação, resume. Contra a farra das emendas e as manobras de Hugo Motta, ela pontua.


Afronta ao STF
Anistia sob nova roupagem

Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, com sede em Porto Alegre [RS] e capilaridade no Cone-Sul, Jair Krishke afirma a renatodias.online classifica como esdrúxulas as decisões do Congresso Nacional. A pior legislatura da História, frisa. Composição lamentável, acusa. Uma praga, critica.

Marco Temporal, PL da Dosimetria, salvação de Jair Messias Bolsonaro, recusa em cassar o mandato de Carla Zambelli, presa na Itália, afronta ao STF aberrações que chegam a um nível insuportável, ressalta Jair Krishke. No exterior é difícil explicar o que ocorre no Congresso Nacional, ele lamenta.
O Brasil soberano não aceita, hoje, uma lei sob encomenda para impedir a punição contra a tentativa de golpe de Estado civil e militar, com planejamento da morte de Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. É o que anuncia o filósofo e coordenador da Contee, Railton Nascimento.

Os condenados no STF por formação de organização criminosa e atentado ao Estado Democrático de Direito devem cumprir as suas respectivas penas, exige. Absoluto respeito à democracia, cobra. Ditadura civil e militar nunca mais, ele afirma. O imperialismo dos EUA tenta desestabilizar a América Latina, acusa.
Diego Siqueira, coordenador-geral do Sint-IFESGO, avalia que as manifestações que tomarão as ruas domingo, no país, são a expressão viva da soberania popular. Poder que emana do povo, observa. Não aceitamos ver a democracia ser rasgada por manobras do Congresso Nacional, endurece.

O PL da Dosimetria é um escândalo jurídico e político. É o que conceitua o sindicalista. Uma tentativa disfarçada de anistiar os responsáveis pelo 8 de janeiro e de reescrever a história para absolver quem atentou contra o Estado Democrático de Direito, sublinha. Assim como a reforma administrativa, atira.
Presidente da Associação Goiana de Imprensa [AGI], Valterli Guedes lembra que a democracia no Brasil quase caiu em 8 de janeiro de 2023, denuncia a tentativa de anistia na PL da Dosimetria, assim como as ações para impedir as cassações de Carla Zambelli, Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro.

Atual presidente do Sindsasc, Distrito Federal, o historiador Clayton de Souza Avelar revela a renatodias.online que Brasília deve parar com as ameaças à democracia no país após as últimas medidas aprovadas pela Câmara dos Deputados. Uma ampla mobilização popular será a resposta, ele acredita.

Membro da Associação dos Empregados Aposentados dos Correios em Goiás [ACEGO], o administrador em Marketing Alan Sebastião de Jesus aponta onda fascista, vê operação para retirar Jair Messias Bolsonaro da prisão e salvar mandatos de condenados por graves crimes no Supremo Tribunal Federal.


Extrema direita
Democracia ameaçada
A democracia é principal conquista da humanidade, avalia o ex-deputado Tarzan de Castro. Mesmo assim, ameaças de golpe sempre pairam no Brasil, ele alerta. Proclamação da República, Estado Novo, morte de Getúlio Vargas, autogolpe de Jânio Quadros, 1964, 1968, 1977, 2016 e 2023, diz. Punição evita rupturas, crê.

É uma nova tentativa de golpe sim, confidencia o advogado marxista Luiz Carlos Orro. A aprovação sorrateira do PL da Dosimetria, ataca. Não se trata de uma proposta técnica legislativa, insiste. É anistia para acusados, julgados e condenados por cinco crimes, revela. Não é narrativa e já pertence à história, vê.

Partidos políticos de extrema direita movem, hoje, os cordões para livrar Jair Messias Bolsonaro da prisão, indigna-se o ex-secretário municipal de Esportes e Lazer de Goiânia. Um absurdo, define. Mobilização e ida às ruas, sugere. Mais: batalha nas praças e redes digitais pela democracia no Brasil, ele resume.
O Brasil terá manifestações no dia 14 para emparedar o Congresso Nacional cheio de fascistas, calcula Arthur Otto, físico e mestre em Engenharia Nuclear. Uma de suas referências negativas é Gustavo Gayer [PL-GO], vê. As esquerdas retomaram o controle das ruas, conta. Anistia disfarçada inconstitucional, atira.

Economista de linhagem marxista, Fernando Safatle diz que eventual apoio do centrão é ilusão e afirma que David Alcolumbre e Hugo Motta são anti-Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lembra que as PECs da Bandidagem e da Dosimetria, a punição a Glauber Braga e o abafa do Master constituem rupturas políticas.

Historiador marxista, Reinaldo de Assis Pantaleão conclama trabalhadores, hoje, da cidade e do campo, os aposentados, estudantes e intelectuais à saírem às ruas contra a extrema direita, o fascismo e as medidas aprovadas no Congresso Nacional. O pesquisador do Tempo Presente rejeita a “conciliação política.”

Um levante popular e democrático com a palavra de ordem de Fora Hugo Motta. É o que propõe, hoje, Jordaci Matos, PDT Nacional. O ministro do STF Flávio Dino executa missão republicana ao investigar o Orçamento Secreto e as emendas bilionárias controladas pelo Centrão, pontua o líder trabalhista.
Historiador marxista e jornalista gauche, Frederico Vitor de Oliveira insiste que a pauta é grave, necessita marcar posição, dispara que Hugo Motta é porta-voz do Centrão, faz chantagem com o Governo Federal e até sequestra o orçamento. O ato, domingo, 14, é fundamental para retomar o protagonismo, ele explica.


Cultura
Unidade contra fascismo neoliberal totalitário

Com sólidas convicções nas táticas, estratégias e conceitos formulados por Lev Davidovich Bronstein, codinome Leon Trotski, o ex-presidente da Feteg Altino Barros propõe a formação de uma frente ampla, unidade contra o fascismo, em defesa da democracia. Com a palavra de ordem por uma Constituinte livre, diz.

Bandidos que não toleram ou suportam o Estado Democrático de Direito, declara o ex-secretário-geral da UMES. Organizações criminosas que atuam como máfias, denuncia. Com inserções no Executivo, Legislativo, Judiciário e até MP, acusa. O caminho é democratizar e radicalizar a democracia, dispara.
É um momento histórico de resistência, admite o cineasta Ângelo Lima. O grande barato é a rua, destaca, hoje, o realizador. Conversas com a multidão. É o que ele propõe. Se a esquerda quiser permanecer no poder ela necessita sair do gabinete, registra. Manifestações políticas exigem arte, explica. Não passarão, garante.














