O que pretende Gilvane Felipe?
Análise da notícia
Renato Dias
Ética e nobreza marcaram o ato de renúncia do historiador Gilvane Felipe à presidência do Cidadania, no Estado de Goiás. Uma sigla de centro-esquerda, que compõe federação com o PSDB. Na esfera política nacional.
O Cidadania é o herdeiro do PPS. O Partido Popular Socialista. Legenda fundada após a queda do Muro de Berlim, ícone da guerra fria [1945-1991]. Sucedâneo do PCB. Partido da foice e do martelo nascido em 1922.
Gilvane Felipe discorda da tática suicida do PSDB. O intelectual público quer a formação de uma aliança do novo campo democrático contra as direitas. Forças políticas e sociais que ameaçam as instituições do Brasil.
O dirigente aponta o que Marconi Perillo não vê. O presidente nacional do PSDB sonha, em vão, em atrair o eleitorado que assumiu o ethos da extrema direita. Um aceno sem a contrapartida do eleitor. Em Goiás e no País.
A receita é velha. Empoeirada. Longe da esquerda e perto da direita. Uma direita já congestionada. Por personagens. Como Jair Bolsonaro, Tarcísio Vieira, Ronaldo Caiado, Wilder Morais, Vanderlan Cardoso, Gustavo Gayer.
Não há espaço para uma suposta terceira via artificial. Como em 2018 e 2022. Veja: a repetição do caminho será a antessala da derrota. As eleições de 2024 e de 2026 estarão polarizadas. É a realidade, sim.
Mais: não se faz política com o fígado. A democracia continua em jogo. Em disputa. Trata-se de um processo mundial. No Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos. O dia 8 de janeiro de 2023 não pode ser esquecido.