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A nova e velha crise no Oriente Médio

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Interpretações

O que pensa a Academia

Antònio Lopes, doutor em Ciências da Religião
Lucas Marques, sociólogo

Renato Dias

Uma tática de defesa contra o Estado de Israel, à ocupação do seu território e à violência execu­tada nos lugares sagrados ao Ethos Palestino. Veja: é o significado do ataque, com cinco mil mísseis, além de operações por terra, ar e mar, do Hamas. Organização que adota a estratégia de luta armada. O filósofo John Locke admite que o direito à resistência é um princípio liberal.

O ataque do Hamas é uma consequência da política de agressão cotidiana contra os palestinos. É o que observa, hoje, o professor doutor de Ciências Sociais da UFG, Carlos Ugo Santander. Às flagrantes violações dos direitos humanos dos palestinos condenados sem um devido processo legal, assim como os ataques às propriedades palestinas, diz o pesquisador.

Já no âmbito das relações internacionais, o Ocidente possui um reduzido interesse na resolução do conflito, o que mostra a manipulação contínua dos valores fundamentais da comunidade internacional, como a condenação da agressão torpe, vil, ao Estado com poder nuclear contra a população miserável, explica. “Tolerância de décadas de violência aos palestinos,” crê.

Crítica, Jaqueline Cunha, professora doutora em Educação, consultora da ONU, afirma que o conflito entre Israel e a Palestina é político, religioso, territorial econômico. O início em 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados: judeu e árabe. Nunca foi aceito por ambos, resume. Mais: Israel decretou guerra e os horizontes são os piores possíveis, antevê.

Israelenses possuem trance, mas quem bomba são os palestinos, faz um trocadilho ácido Fernando Silva, graduado e mestre em Sociologia, pela UFG. Ele repudia a violência de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro do Estado de Israel. Velho político conservador, com as ideias de extrema direita e alinhado dos Estados Unidos das Américas [EUA], no Oriente Médio.

Paulo Henrique Costa Mattos, professor de Sociologia e de História da Universidade de Gurupi, no Tocantins, critica a inação da ONU pela explosão do conflito. Um cenário complexo, frisa. Israel não respeita ainda os acordos, pontua. A ocupação pelos colonos judeus de território palestino é combustível à crise, diz. Não haverá paz sem o Estado Palestino com capital em Jerusalém, crê.

Não é possível, hoje, confundir a reação do oprimido com a violência do opressor, reage o econo­mista Fernando Safatle. A mídia adultera a realidade ao conceituar os palestinos como terro­ristas, alerta. Em tempo: a solução para evitar nova escalada não deve ser militar, observa. Ele defende o estabelecimento dos dois Estados e repudia a bandeira de Israel na cúpula do Senado.

Economista polonês naturalizado brasileiro, o marxista Markus Sokol lamenta as mortes. Não vejo saída à vista a curto prazo, analisa. Teria que ter um cessar-fogo imediato, insiste. Depois, se não passa pela descolonização dos territórios, sempre vetada pelos EUA, não avançará, fuzila. Minha perspectiva é a de um único estado, laico e democrático, do rio ao mar, afirma.

A escalada do conflito já era esperada com a retomada do poder pelo populista de extrema direita Benjamin Netanyahu e sua aliança com os ortodoxos radicais para ter maioria. A interpretação é do operador do Direito e observador da Geopolítica Mundial Luís Dolci. “Os palestinos, isolados, sem real apoio, com fome e privações materiais, sanitárias e culturais, revoltam-se”, conta.

O professor de História, Fred Frazão, vê a data simbólica da reação palestina, aos 75 anos de mas­sa­cre, promovido pelo Estado sionista e racista de Israel. Ele denuncia o que classifica como Apartheid. A solução da guerra virá somente com a criação de um Estado Nacional Palestino laico, democrático e socialista, diz. “Solidariedade às vítimas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia”.

A Internacional
https://youtu.be/fofD9keoXwA?si=uo2qIjXOPoU2QQIl

https://www.youtube.com/live/glVlnU1mXs8?si=eh_lrS463SxLdK2r

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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One thought on “A nova e velha crise no Oriente Médio

  • Esse conflito insano entre judeus israelenses e palestinos tem hiatos ou tréguas mas tem recaídas onde prevalece a insanidade dos grupos extremistas Hamas e Hezbbolah e a incontida brutalidade de Isrrael apoiada pelo governo americano que visa tão somente a sua estratégia geopolítica ou política de dominação!
    E ao que se nos apresenta não tem perspectiva de paz ou negociação minimamente razoável para um acordo de paz!
    E assim caminha a humanidade…

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