Um capitólio para chamar de seu
Um capitólio para chamar de seu
Ameaças de quem prevê o futuro
Derretimento assusta neofascismo no Brasil
Renato Dias
Acuado pela crise na economia, a inflação em dois dígitos, o aumento dos preços dos combustíveis, a volta, em larga escala, da fome, os índices crescentes de desemprego e de precarização do trabalho, que impactam o seu já frágil desempenho nas pesquisas de opinião pública, o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro [PL], ensaia um capitólio. Para chamar de seu.
Acuado pela desidratação nas pesquisas, acossado pelo STF e sob o temor do pós-1° de janeiro de 2023 à sua família
A narrativa é a mesma fabricada por Steve Bannon e adotada por Donald Trump. Antes e depois das eleições presidenciais nos EUA. Primeiro, levantar, com um tsunami de ‘Fake News’, absurda suspeita de fraude nas urnas. Com a perspectiva de inflamar as ruas. Depois, com a derrota eleitoral, a exigência de anulação do pleito. Registro histórico: nada saiu como o programado.
A invasão do Capitólio
Republicanos de extrema-direita, armados ou não, invadiram, em 6 de janeiro de 2021, em Washington, o Congresso Nacional. Capitólio. Com cinco mortos. O número de policiais feridos chegou a 138. Com 15 internados. Indiciados, presos e condenados totalizam 727. Supremacistas brancos, integrantes do QAnon e até do Proud Boys participaram da tentativa de autogolpe
Cinco mortos, 138 feridos, 15 internados, 727 processados nos Estados Unidos: fracasso da ocupação ilegal
Donald Trump deixou a Casa Branca pela saída dos fundos. Ao lado de sua mulher Melanie Trump. Sem admitir a surra. Nem reconhecer a derrota. Insurgência contra as sólidas instituições dos EUA. Não houve a mínima colaboração das Forças Armadas do País na operação de guerra insuflada por um discurso explosivo e tramada nos subterrâneos e sombras das redes sociais.
As extremas-direitas no Brasil
Direitas não possuem vocação para recusar ‘rupturas’ da legalidade nem para dividir fundos públicos com excluídos
A extrema-direita não possui vocação para recusar a ruptura da legalidade, institucional, no Brasil. Como apontam os episódios históricos de 1889, 1930, 1932, 1937, 1945, 1948, 1954, 1955, 1956, 1959, 1961, 1964, 1968, 1977, 1984, 2016 e 2018. Jair Messias Bolsonaro ameaça o Congresso Nacional, o STF, o TSE, a imprensa desde 1° de janeiro do ano de 2019. De sua posse.
Jair Messias Bolsonaro faz motociatas para energizar 7 de setembro, espalhar o medo e forçar uma negociação?
Jair Messias Bolsonaro grita, convoca ao 7 de setembro e insiste em ‘autogolpe’. Ele espalha o medo, cultiva a intolerância e destila o ódio à democracia. Mais: mobiliza adeptos em motociatas e não esconde o seu desejo explícito, fascista, de fechar as portas das instituições e de querer moldar uma República à sua imagem e semelhança. Como? Patrimonialista e antidemocrática.
Gabinete do Ódio já põe em operação as suas falanges digitais fascistas para disseminarem tsunami de Fake News
Com o auxílio de suas milícias digitais, sob a coordenação do Gabinete do Ódio, além das orações dos bispos, apóstolos, pastores e obreiros aos fiéis conservadores de múltiplas denominações neopentecostais, a arrogância de fardados e o financiamento de segmentos da Faria Lima, o golpe está ensaiado. Não dará certo. O País não irá suportar mais quatro anos de destruição.
Não há coesão no agronegócio, indústria, conglomerados econômicos e financeiros para eventual aventura golpista
Não há, hoje, coesão no agronegócio, setor primário da economia, indústria, secundário, conglomerados econômicos de serviços, monopólios financeiros, nem capilaridade hegemônica na sociedade civil, como OAB, ABI, CNBB, MST, MTST, CUT, CTB, UNE, UBES, frações evangélicas, os suportes de EUA, China, Europa e países do Mercosul a referendarem eventual aventura golpista.
Parte dos monopólios de mídia identifica-se com programa de Paulo Guedes, nutre repulsa ao Messias e caça 10ª 3ª via
Parte dos conglomerados de comunicação não quer repetir a sua cega adesão, como em 1954, 1964 e 1984, para suspender as eleições de outubro de 2022 e levar Jair Messias Bolsonaro de volta ao Palácio do Planalto. Apesar de sua identidade com a agenda neoliberal de Paulo Guedes, a total aversão a Luiz Inácio Lula da Silva e a repulsa ao PT. Eles tentaram nove nomes à 3ª Via. Não combinaram com os eleitores do Brasil. Jair Bolsonaro
Falta combinar com milhões de eleitores que não suportam mais quatro anos de destruição da economia e da sociedade