Tempos sórdidos

Tempos sórdidos
Cristiane Lemos
Estamos “vivendo” momentos tão sórdidos. Meu Deus, o que está acontecendo? Um jovem de Anápolis e uma mulher da Itália que estavam isolados com covid foram encontrados mortos em suas casas. Sozinhos. Tão distantes e tão perto nesta tragédia pessoal. Um fotógrafo suíço reconhecido desmaia numa rua de Paris e só depois de 11 horas alguém chama por socorro. Ele já estava congelado. Um filho morre de covid por desconfiar da vacina. Alguns meses depois o pai morre de covid. Nem a morte do filho ensinou. O negacionismo foi mais forte.

Um irmão do Congo sonha com uma vida melhor no Brasil. Faz bicos para sobreviver. E por mais de 15 minutos é violentado num lugar público da orla do Rio de Janeiro ao requerer seu pagamento de trabalho. Um trabalhador negro chega do trabalho e ao tentar abrir o portão é alvejado com três tiros pelo vizinho que pensava que era ladrão. Obviamente que há muito mais atrocidades. As mortes por desumanidade estão disparadas. E saber que o mundo roda banalizando a vida de maneira tão peculiares dilacera a alma!
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Cris Lemos