Marcantonio Dela Corte
Política

A saga de Marcantonio Dela Corte pós-64

Quatro IPMs em três organizações.

Três anos de cadeia: com sequelas

explosivo
explosivo

 

 A história de Marcantonio Dela Corte sob a ditadura civil e militar

Marcantonio Dela Corte

Renato Dias

Quatro inquéritos policiais militares. Três prisões. Três anos de cadeia. Três organizações. Ação Popular,  área de influência; PC do B e PCB. Com sequelas. Como a depressão aguda. A primeira, acusado de participação em revoltas no movimento secundarista. A segunda, ao lado de Juarez Ferraz Maia. Com pena de confinamento. A terceira, em 1966, com a queda do Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil. Com Divino Souza, Michéas Gomes de Almeida, Joaquina de Castro. Sigla fundada em 18 de fevereiro de 1962. Luiz Vergatti era o secretário-geral, no cerrado. Homem do Comitê Central. A quarta, com a prisão de membros do PCB. O Partido Comunista Brasileiro criado em 25 de março de 1922. O seu aniversário de 100 anos ocorrerá em 25 de março de 2022. É a história do professor Marcanto­nio Dela Corte, ex-presidente da Associação dos Anistiados Políticos [Anigo],  de Goiás.

Golpe de Estado de 1964
Golpe de Estado de 1964

Testemunha ocular da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, em Goiânia, após a consolidação do golpe de Estado civil e militar que depôs o então presidente da República, João Belchior Marques Goulart, em 1964, ele, doente, viu os aviões da Força Aérea Brasileira [FAB] desferirem rasantes violentos no Palácio das Esmeraldas. Em 26 de novembro de 1964. Para promover a deposição do inquilino da Casa Verde à época, Mauro Borges Teixeira. Filho de Pedro Ludovico Teixeira, o interventor de Getúlio Vargas, em Goiás, em 1930. Médico que fun­dou Goiânia, em 1933. Uma metrópole, hoje, legítima filha da Revolução de 1930. Assim como do Assalto ao Tiro de Guerra, protagonizado por Neso Natal e revolucionários do PC do B, em novembro de 1964.  Além de estar na manifestação de 1968 que em que morreu Ornalino Cândido da Silva, em 1º de abril do ano que não terminou.

 

Ismael Silva de Jesus

Com membros do Comitê do PCB, Marcantonio Dela Corte caiu, termo utilizado pela esquerda para designar prisão, em 1969. Dois anos de cana. No Cepaigo. O ex-guerrilheiro não se esquece da morte do secundarista Ismael Silva de Jesus, morto no 10° BC, sob torturas e com a versão oficial do Exército Brasileiro de suposto suicídio:1972 Mentira. A prisão lhe trouxe sequelas viscerais. Como a depressão. O ativista começou e não pode terminar os cursos de Direito e de História. Intelectual orgânico, ele participou da campanha em defesa da Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. Integrou ainda o movimento por eleições diretas e livres para a presidência da República. Nos anos de 1983 e 1984, aprovou os avanços contidos na Carta Magna promulgada em 5 de outu­bro de 1988, pelo senhor dignidade Diretas Já Ulysses Guimarães, anticandidato no ano de 1974. Contra o general Ernesto Geisel.

Diretas Já 1984

A luta continua por uma Frente Ampla contra Jair Messias Bolsonaro

Septuagenário, o velho contestador continua a sua senda. Na luta. O seu adversário possui alvo, em 2021. É o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro [Sem partido]. Com a sua vocação bonapartista. Um autocrata que ensaia um autogolpe. O responsável pela maior crise sanitária e de saúde pública do País e da América Latina, com o Coronavírus Covid 19 e 605 mil mortos. O Produto Interno Bruto, PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no e pelo Brasil, caiu 4,1% em 2020. O saldo societário é de 14,8 milhões de desempregados, seis milhões de desalentados, 125,9 milhões de habitantes em um quadro de insegurança alimentar, 36 milhões no mercado de trabalho informal, censura à imprensa, artes e espetáculos, 66 mil moradores em situação de rua apenas em São Paulo Com o fechamento de 600 mil empresas e 36 mil indústrias. A velha reprimarização da economia nacional.

Desfile de blindados, em Brasília, a capital da República

 

Fora, Jair Messias Bolsonaro

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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