Lula voltou
Discurso histórico
Lula voltou
Renato Dias
Longe do ‘economicismo’. Portador do que conceitua como ‘consciência de classe’. Em defesa do internacionalismo. Com referências explícitas a Noam Chomsky e Bernie Sanders, dos Estados Unidos das Américas. Anne Hidalgo, de Paris, França. Alberto Fernandez, Argentina. Ao sumo pontífice, Jorge Bergoglio, o Papa Francisco. O ex – presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva pronunciou um discurso histórico. No Sindicato dos Metalúrgicos. Em São Bernardo do Campo. Estado de São Paulo. Antológico. No dia 10 de março de 2021. O ministro do Supremo Tribunal Federal [STF], Edson Fachin, havia anulado as suas quatro condenações.

O ex – operário metalúrgico classifica a Operação Lava Jato como ‘a maior farsa jurídica’. Da História do Brasil. O líder petista aguarda sentença do Supremo Tribunal Federal _ STF _ que declare o ex – juiz de Direito Sérgio Moro ‘suspeito e parcial’. A sua narrativa formula ácidas críticas aos conglomerados de comunicação _ Globo, Folha de S. Paulo, Estadão, Veja, Isto É _, que não verificaram a autenticidade das acusações feitas pelo Ministério Público e a Polícia Federal. Com vazamentos seletivos, denuncia o cardeal de esquerda. Desde 1989, pontua ele. A Força Tarefa destruiu 4,4 milhões de empregos e afastou R$ 172 bilhões de investimentos.

_ 40 vezes mais do que a Operação Lava Jato diz ter recuperado.
Jair Bolsonaro
Lula atacou o inquilino do Palácio do Planalto. Fanfarrão, define – o. A sua gestão é um ‘desgoverno’. Nacional – desenvolvimentista, metralha a agenda neoliberal de Paulo Guedes. Nada de privatizações, repetiu. O Estado deve fomentar o desenvolvimento econômico sustentável, nos setores primário, secundário e terciário, gerar empregos e renda, explica. O Brasil era a sexta economia do mundo e em 2021 caiu para a décima segunda posição no ranking internacional, recorda-se. Com 14 milhões de desempregados e 270 mil mortos sob a Pandemia do Coronavírus. É preciso direitos aos sem-teto, sem-terra e servidores do SUS, diz.

Eleito em 2002, reeleito em 2006, o ex – sindicalista gauche fez a sucessora Dilma Rousseff. Já no ano de 2010. A reelegeu, em 2014. Luiz Inácio Lula da Silva condenou o golpe de 2016, no Brasil. Mais: exorciza a liberação do porte de armas. Assim como atira contra o poder das milícias. Como a que matou a vereadora do Partido Socialismo e Liberdade, Marielle Franco, em 14 de março de 2018. É fundamental ampliar a presença do Estado nas periferias e favelas das 27 unidades da Federação, crê. Com Educação, Cultura, Saúde, frisa. Sem balas perdidas, reclama. Ele fuzila o ‘Deus Mercado’, condena o racismo, a misoginia, o sexismo, a homofobia.

Mundo multipolar
O fundador do PT foi acusado sem provas. Com base em ilações. Convicções. Da República de Curitiba. Sem direito a um Habeas Corpus. Do STF. Após uma postagem no Twitter do general Eduardo Villas Boas. Um golpe, como concertação, na frágil democracia. O seu discurso nega a necessidade de subserviência aos EUA e prega a soberania e a independência do País. Além de insistir no BRICs, UNASUL e Mercosul. Em um mundo multipolar. Sem a hegemonia do Tio Sam. Pacífico. Distante da indústria da guerra. Sem anunciar, Luiz Inácio Lula da Silva afirma não guardar ódio. Ele mantém uma postura de Estadista e desponta como candidato natural.
_ À presidência da República, em 2022.