‘Brasil não vive, hoje, sob o fascismo’
Na próxima, vire à esquerda
‘Brasil não vive, hoje, sob o fascismo’
Ex – operário metalúrgico preso, em 1977, com Nahuel Moreno e a Liga Operária, e no ano de 1980, ao lado de Lula, descarta comparações com regimes de Benito Mussolini e Adolf Hitler
Renato Dias
_ A palavra ‘fascismo’ está na moda e até virou arroz de festa.
A análise é de José Maria de Almeida. Adepto das ideias de Liev Davidovich Bronstein. ‘Nom de Guerre’ de Leon Trotski [1879-1940]. Ex-operário metalúrgico, preso em 1977, por ligações com a clandestina Liga Operária [LO]. Mais: ao lado do revolucionário argentino Nahuel Moreno, deportado à época para a Venezuela. Depois, em abril de 1980, detido pelo Departamento Especial de Ordem Política e Social [Deops-SP], sob a tutela do delegado de Polícia Romeu Tuma, com Luiz Inácio Lula da Silva. Presos, eles iniciaram greve de fome. Acabaram libertados.
_ É preciso impedir que a revolta, sob a Pandemia do Coronavírus Covid 19, a crise política, a recessão global, nos leve a não apreender a realidade histórica, política, social e econômica.
O fascismo nascido, em 1919, que leva Benito Mussolini ao poder do Estado, em 1922, na Itália, é autoritário e se apoia em milícias armadas que impedem a auto-organização dos trabalhadores, frisa. Benito Mussolini, 1922, e Adolf Hitler, 1933, na Alemanha, também na Europa, chegaram assim ao poder, diz. “Depois, trocaram as milícias armadas pelo apoio institucional do aparelho policial do Estado, as Forças Armadas”. Didática, é a explicação do presidente nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado [PSTU]. Dissidência à esquerda do PT.
_ Jair Bolsonaro foi eleito em um sistema democrático e burguês. O Brasil não vive, hoje, uma ditadura ainda.
O líder socialista acredita, porém, em uma escalada conservadora. De criminalização dos movimentos sociais. Urbanos e rurais. O que poderá se elevar, afirma. Com mais reduções dos direitos trabalhistas, pontua. Os trabalhadores irão estabelecer resistências, anuncia. O Palácio do Planalto poderá adotar o expediente da GLO, dispara. A Garantia da Lei e da Ordem, a Lei Antiterrorismo, fuzila. Medidas criadas sob a presidência da República de Dilma Rousseff, recorda-se. Mantida por Michel Temer e usada pelo capitão reformado do Exército Brasileiro, atira.
_ O capitalismo do século 21 será assim daqui pela frente.
Bonapartismo
José Maria de Almeida admite que a vontade pessoal de Jair Messias Bolsonaro é a de instalar uma ditadura, de corte ‘bonapartista’, com o suporte das instituições do Estado, como as Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica. O imperialismo e o capital _ financeiro, agronegócio, indústria e serviços _ não querem entregar o País de porteira fechada ao inquilino do Palácio do Planalto, metralha o trotskista. Não existem condições políticas para a deflagração de um golpe, crê. O clã Bolsonaro mantém, sim, ligações, com milícias, explica.
_ Já que não existe ameaça ao controle da burguesia na Economia, no Estado e nas Relações Exteriores. O quadro da burguesia, em 2020, é de total zona de ‘conforto’.
De linhagem ideológica materialista e dialética, sob a inspiração nas ideias de Karl Marx [1818-1883], Friedrich Engels [1820-1895], Vladimir Ilich Ulianov, ‘codinome Lênin’ [1870-1924], de Leon Trotski [1879-1940], além de Nahuel Moreno [1924-1987], o revolucionário observa que com alto grau, em junho de 2020, de polarização política e ideológica entre as classes sociais em movimento, é estratégica a autodefesa dos trabalhadores. Se o cenário, hoje, fosse classificado de fascismo, como iríamos educar os trabalhadores quando o fascismo chegar, questiona.
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_ Ditadura nunca mais. Para a classe trabalhadora importa, sim, mesmo que limitadas, as liberdades.