Markus Sokol
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À sombra do totalitarismo

Escalada autoritária

À sombra do totalitarismo

Nascido na Polônia, radicado em São Paulo, economista Marcus Sokol vê traços de ditadura e contrarrevolução. Heitor Cláudio [SP] aponta Bonapartismo. Rosemar Cardoso mostra mix. Ademir Luiz, presidente da UBE, não o conceitua como fascismo. Reinaldo Pantaleão ataca

Renato Dias

Forma de governo contrarrevolucionária, extremista e ditatorial. É o conceito de fascismo, diz o economista nascido na Polônia, radicado em São Paulo, capital, filho legítimo de 1968, ano de revoltas explosivas, no mundo, Marcus Sokol. Membro do PT Nacional e da seção brasileira da IV Internacional. A central mundial da revolução. Organismo mundial fundado em setembro de 1938. Na França. Por Liev Davidovich Bronstein, ‘nom de guerre’ Leon Trotski, nascido em 7 de novembro de 1879, líder da revolução de 1917 na Rússia e morto em 21 de agosto de 1940.

Marcus Sokol
Marcus Sokol

_ O fascismo suprime a democracia parlamentar.

Os seus líderes e ideário se apoiam em uma base social própria, mobilizada e armada, frisa o mar­­xista. Com o esmagamento das organizações dos trabalhadores e dos setores populares, ur­­ba­nos e rurais, atira o revolucionário. Elas seriam substituídas por instrumentos de rígido  dis­ci­pli­namento, fuzila. Mais: integrados ao regime. Órgãos das instituições do Estado, ex­pli­ca o dirigente do Diálogo e Ação Petista [DAP] e quadro da fração que edita ‘O Trabalho’.  Fas­cis­tas eram ditadores que se autodeclaravam em termos gloriosos e de ideologia totalitária, frisa.

_ Jair Messias Bolsonaro irá se chocar com as conquistas sociais, o Parlamento, o STF e a mídia. Até ser detido pelos trabalhadores.

Marcus Sokol avalia que o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, aspira ser um bo­na­partista. Um poder que procura se alçar acima e suplantar os demais, numa escalada auto­ritária. O analista de cenário informa que lhe falta ainda uma tropa de rua suficiente para eli­mi­nar a oposição. A ideia do inquilino atual do Palácio do Planalto é arrastar as Forças Ar­ma­das, contar com a tibieza da oposição para se realizar e executar o seu programa obscurantista e vende-pátria, metralha.  O seu ‘negacionismo’ face à pandemia é revoltante, ele denuncia.

_ Ele flerta, sim, com o fascismo histórico.

Professor de História em São Paulo, capital, band leader do Combate Pelo Socialismo, de linha­gem trotskista, ligado PT, à CUT e à Apeoesp, Heitor Cláudio  Leite e Silva revela que o fascis­mo no Poder é como o Bonapartismo apontado por Karl Marx em O Dezoito de Brumário de Luís Bonaparte. So­mente pode ser o Estado da fração hegemônica do Capital, a financeira, fu­zi­la. O fascismo usa o discurso do ódio e opta pela formação de milícias, relata. O mito [sic] mon­tou um go­ver­no bo­napartista, crê. Jair Bolsonaro quer pairar acima dos partidos, narra.

Heitor Cláudio
Heitor Cláudio

_ Com um pro­ble­­ma, sem base social consistente.

A definição do que é fascismo é um falso problema, analisa o professor de História da Universidade Estadual de Goiás [UEG], Ademir Luiz, presidente da União Brasileira de Escritores [UBE-GO]. O próprio fascismo se define bem, nas palavras de Benito Mussolini, IL Duce, destaca. Tudo no Estado, nada contra o Estado e nada fora do Estado, repete a frase do ditador italiano. É uma questão de administração programática, conceitua. Chega a ser infantil definir o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, como um personagem fascista, insiste.

Ademir Luiz
Ademir Luiz

_ Basta ver as suas propostas de desestatização.  Mesmo grosseiro e despreparado, ele não corresponde ao que se chama de fascismo. Historicamente.

Desmonte nacional

A Era de Jair Messias Bolsonaro poderia ser classificada como um verdadeiro ‘mix’ de fascis­mo, terraplanismo, credo neopentecostal, destruição do meio ambiente, desmonte do Estado Na­­cio­nal, ensaios autoritários contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, ra­cista, sexista, misógino, homofóbico. A crítica ácida é formulada pelo sindicalista da Fren­te Bra­sil Popular Rosemar Cardoso Maciel. “O negacionismo aos postulados da Ciência e Acade­mia, em tempos sombrios da Pandemia do Coronavírus Covid 19, mostram visões regressivas”

Rosemar Cardoso Maciel
Rosemar Cardoso Maciel

_ Fascismo é um governo do absurdo e do absoluto, que reporta à Idade Média, das Trevas. Hoje, do sociopata Jair Bolsonaro e de Olavo de Carvalho. Com um Lobão arrependido.

Com um anticomunismo visceral, ele destila ódio à igualdade econômica e social, defende a re­pressão ao movimento autônomo dos trabalhadores, urbanos e rurais, condena a frater­nidade e a solidariedade internacional e executa um projeto de poder fundado no milita­rismo, conservadorismo dos costumes, distante das regras da democracia direta e cultua a personalidade de um líder, de seu suposto carisma. Assim o historiador marxista Reinaldo de Assis Pantaleão define o conceito de fascismo nos séculos 20 e 21. A era dos extremos, diz.

Reinaldo Pantaleão
Reinaldo Pantaleão

_ Com nacionalismo, xenofobia, racismo, o uso de termos como Il Duce, Fuhrer, Genera­líssi­mo e Mito. Jair Bolsonaro cria distopias. O que prejudica o isolamento contra a Pandemia.

Desmonte nacional

A Era de Jair Messias Bolsonaro poderia ser classificada como um verdadeiro ‘mix’ de fascismo, terraplanismo, credo neopentecostal, destruição do meio ambiente, desmonte do Estado Na­cio­nal, ensaios autoritários contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal [STF], ra­cista, sexista, misógino, homofóbico. A crítica ácida é formulada pelo sindicalista da Frente Bra­sil Popular Rosemar Cardoso Maciel. “O negacionismo aos postulados da Ciência e Acade­mia, em tempos sombrios da Pandemia do Coronavírus Covid 19 mostram visões regressivas”.

 

_ Fascismo é um governo do absurdo e do absoluto, que reporta à Idade Média, das Trevas. Hoje, do sociopata Jair Bolsonaro e de Olavo de Carvalho. Com um Lobão arrependido.

 

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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