Dom Tomás Balduíno
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A opção pelos pobres As lutas de Dom Tomás Balduíno

A opção pelos pobres

As lutas de Dom Tomás Balduíno

Bispo da Cidade de Goiás, patrimônio histórico e cultural da humanidade, defendia Refor­ma Agrária, o direito dos povos das flores, a preservação da água, demarcações e quilombolas

 

Renato Dias

 

– Direitos não se pedem de joelhos, mas se exigem de pé.

 

É um trecho do sermão que Dom Tomás Balduíno, arcebispo da Cidade de Goiás, patrimônio histórico e cultural da Humanidade, de 1967 a 1998, não se cansava de professar. Defensor da reforma agrária, uma medida liberal para promover o desenvolvimento econômico sustentável na área rural, elevar a produção de alimentos, acabar com as desigualdades econômicas e so­ciais e saciar a fome no Brasil, era a voz dos trabalhadores rurais sem terras, dos povos indí­ge­nas, das populações ribeirinhas e dos quilombolas. Morto em 2014, a sua História de vida é um filme. Um drama. Um clamor: por resistência, dentro da Igreja Católica, pelos mais pobres.

Dom Tomás Balduíno
Dom Tomás Balduíno

É o que conta o filme O Voo da Primavera. Direção e roteiro da jornalista Dagmar Talga. Ela é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro [UFTM] e mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás [UFG]. A produção cinematográfica foi sele­cionada tanto para o Newark International Film, em Nova York, Estados Unidos [EUA], quanto para participar, na Inglaterra, do First-Time Filmmaker Sessions. Trata-se de uma espécie de sessão de filmes. Na qual as produções ficam por uma semana na plataforma online Vimeo. Registro: as cinco mais votadas seguem para a final da competição The Lift-Off Sessions.

Dom Tomás Balduíno

Sem terras

O longa-metragem traz informações e imagens da luta pela terra. Uma história entre Casa Grande & Senzala. Com um saldo trágico de mortos. Do lado mais fraco: o dos camponeses que sonham com um pedaço de chão. Apenas para plantar, produzir, consumir e comercializar alimentos mais baratos do que os produzidos pelo capital. As grandes corporações nacionais e transnacionais. Como se desenvolve o capitalismo tardio, integrado ao capital internacional e com um papel subalterno na economia globalizada. Com a ‘reprimarização’ da economia nacional. A luta pela terra, pelas demarcações, à cultura dos negros, quilombolas e pela água.

 

Ditadura de 64

A produção cinematográfica ‘O Voo da Primavera’ ganhou, na categoria longa-metragem ‘Margarida de Prata’, a 52ª Edição dos Prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que ocorreu no 11º Mutirão Brasileiro da Comunicação, em Goiânia [GO]. O Brasil vive, hoje, um período de “retrocessos nas áreas de meio ambiente e nos direitos humanos”, alfineta a diretora e roteirista Dagmar Talga. O filme ‘O Voo da Primavera’  bate de frente com tudo isso, revive esse movimento histórico de luta e resistência pela conquista dos direitos sociais, registra o que foi a ditadura civil e militar no Brasil e mostra pessoas que se uniram para lutar por um bem maior, a vida, como é o caso de Dom Tomás, diz.

Dom Tomás Balduíno
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Serviço

Assista ao filme em Português, Inglês ou Espanhol: 

Acesse “O Voo da Primavera” em Português                                               

Acesse “O Voo da Primavera” em inglês // Watch “O Voo da Primavera” [EN]

Acesse “O Voo da Primavera” em Espanhol // Ver “O Voo da Primavera” [ES]

 

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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One thought on “A opção pelos pobres As lutas de Dom Tomás Balduíno

  • Parabéns pela matéria, Renato! Tempo de resistência, de luta sem perder a esperança. Como dizia d Tomás, “precisamos referenciar e ver a beleza também do tempo de seca, pois tudo é belo e a primavera sempre chega!” Convite p a Exposição Fotográfica Repartir a Terra é dividir o pão de Antonieta Sant’Ana sobre as lutas de D Tomás Balduino. Abertura dia 24/09 às 19h na Escola de Formação de Professores da PUC.

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