Comitê Dom Tomás Balduíno vê perseguição Estudantes e professores sofrem retaliações em instituição de ensino, em Goiânia
15 e 30 de maio
Comitê Dom Tomás Balduíno vê perseguição
Estudantes e professores sofrem retaliações em instituição de ensino, em Goiânia
Renato Dias
O Comitê Estadual de Defesa dos Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno informa, com exclusividade, que duas professoras e três alunos do Ensino Médio, do Centro de Educação em Período Integral Sudoeste ([CEPI], em Goiânia, Goiás, teriam sido expulsos da escola na última quarta-feira. 12 de junho de 2019. Motivo: sob a acusação de que os estudantes promoveriam um suposto ‘massacre’ na escola. As professoras foram demitidas por razões injustificadas.
As exonerações seriam um processo velado de perseguições aos alunos e professors. Por parte da diretoria da escola, relatam. Não custa lembrar: a instituição de ensino já tinha adotado a proibição do ensino de disciplinas do currículo obrigatório do MEC [Ministério da Educação, Governo Federal], como Sociologia, História, Filosofia e Literaturas Brasileira e Inglesa. As quais as professoras são as responsáveis por ministrarem as referidas matérias aos estudantes.
Estudantes haviam distribuído panfletos aos estudantes para debater e exigir melhorias nas estruturas físicas da escola. A rede seria precária, narra. A ideia original era colocar em pauta os itens das reinvindicações das manifestações de 15 e 30 de maio passado. Os estudantes ensaiavam a preparação à adesão à greve geral realizada na última sexta-feira: 14 de junho. Trabalhadores e juventude saíram às ruas em 26 Estados e no DF. Em Goiânia, 20 mil.
Depois de articulações dos pais, de advogados e dos próprios estudantes, a escola voltou atrás e readmitiu os alunos – que agora frequentam a escola sob uma atmosfera repressora. O Comitê de Defesa dos Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno defende que as instituições de ensino deveriam cumprir o seu papel social básico de ser um instrumento para o diálogo entre pessoas da comunidade. No CEPI Sudoeste, esse diálogo foi interrompido, diz a nota oficial.
-O Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno repudia os atos da direção da escola, cobra a reintegração das professoras às suas atividades, o respeito ao currículo de acordo com as diretrizes do MEC e a garantia da liberdade de manifestação e expressão.