Cidade

Gosto amargo da violência de gênero

Mulheres que fazem a diferença 

Uma mulher é assassinada a cada hora no Brasil. Cinco seriam espancadas. Negras morrem mais, registra o  Atlas da Violência

Leia Klébia promove, hoje, neste sábado, 9h, com saída da Câmara Municipal, caminhada pelo fim da violência misógina e racista

A Secretaria de Se­gu­rança Pública do Estado de Goiás registrou 2.495 casos de estupros, em 2017. Os dados são alarmantes

Levantamento estatístico diz que 61% dos agressores são os maridos, companheiros, namorados, membros da família ou conhecidos

E X P L O S I V O

Renato Dias

Renato Dias

Levantamentos exclusivos do Mapa da Violência, Atlas da Violência, da ONU, apontam que, hoje, no Brasil, uma mulher é assassinada a cada hora no País. Cinco seriam espancadas. De dois em dois minutos. Uma ação misógina, machista, racista, patriarcal. Com desigualdades econômicas e sociais abissais. Com dife­renças salariais e de oportunidades de trabalho entre homens e mulheres. Brancas e negras. A denúncia é da vereadora do PSC Leia Klébia.

– Em 80% dos casos, os responsáveis, os agressores, são maridos ou namorados.

Marielle Franco, vereadora do Psol, foi executada. A  sangue frio. No ano turbulento de 2018. Crime sem castigo. No ano de 2017, crimes de lesão corporal, enquadrados na Lei Maria da Penha, obtiveram 221 mil e 238 registros. O que significa, por dia, 606 Boletins de Ocorrência Policial, destaca, com lágrimas nos olhos. No Estado de Goiás os números totalizaram 5.171, diz a ativista, que organiza, neste sábado, 9h, a 2ª Caminhada  Pelo Fim da Violência à Mulher.

– Em 10 anos, a taxa de homicídios de mulheres cresceu 6,4%. 13 mulheres mortas por dia. Dados do Ranking Nacional de Homicídios.

As mulheres negras morrem mais. Dados do  Atlas da Violência. Edição de 2017. A pesquisa teria sido divulgada pelo Ipea.  O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.  Um órgão ligado ao Ministério da Fazenda [Economia]. O índice de mortalidade das mulheres não negras [Bran­cas, indígenas e amarelas] caiu 7,4%, explica. Em comparação como mesmo período analisado. A mortalidade das mulheres negras obteve um aumento de 22%.





Leia Klébia

– Goiás é o segundo em morte de mulheres negras, denuncia. O Brasil notificou 60.018 casos de estupros em 2017. Uma média de 164 por dia. Um a cada 10 minutos.

 A estimativa é que o número real de casos de estupro, de violência sexual, grave, que ocorrem no País, seria pelo menos dez vezes maior. Em tempo: 600 mil casos reais. A Secretaria de Se­gu­rança Pública do Estado de Goiás registrou 2.495 casos, em 2017.  Um percentual de 10,28 % maior do que os índices de 2016. Já em 2018 ocorreram 1.934 estupros de vulneráveis. Números oficiais. Não custa lembrar: um cenário que exige a intervenção do poder público.

– A 2ª Caminhada  Pelo Fim da Violência à Mulher sairá da porta da Câmara Municipal de Goiânia. O ato já faz parte do calendário oficial do município de Goiânia.

A estratégia da 2ª Caminhada  Pelo Fim da Violência à Mulher é mobilizar a sociedade civil, em Goiânia e no Estado de Goiás para acabar com a violência contra mulher, frisa a parlamentar. Assim como alertar para os altos índices de violência registrados nos últimos anos na capital. O Ligue 180teria anotad, somente no primeiro semestre de 2018, maisde 73 mil denúncias, frisa

A 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher contabilizou 10.572 atendimentos.

– O que corresponde a 47atendimentos por dia.

A DEAM notificou, em 2018, de 2.109 inquéritos policiais ao Poder Judiciário e encaminhou 1.133 pedidos de medidas protetivas de urgência. Pesquisas mostram que 40% das mulheres já sofreram assédios, dos múltiplos tipos, ao andar na rua, em transportes públicos ou sendo agarradas sem seu consentimento. Cerca de 29% das mulheres brasileiras relatam ter sofrido violência nos últimos 12 meses. As agressões mais graves são cometidas em casa, denuncia.

61% dos agressores são os maridos, companheiros, namorados, membros da família ou conhecidos.

Serviço

Ato público de denúncia: 2ª Caminhada pelo fim da violência contra a mulher

Data: Neste sábado, 16 de março de 201916/3/2019

Horário: 9 h

Local de saída: Câmara Municipal de Goiânia

Organização: Leia Klébia

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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