Petro gira Colômbia à esquerda
Com defesa da reforma agrária, além da taxação das fortunas, paz com o ELN e o acordo com a Venezuela
América Latina fica mais vermelha
Renato Dias
O candidato do Pacto Histórico Gustavo Petro, de esquerda, com 3,4% de votos válidos de diferença, 50,4% a 47,2%, é o novo presidente da República da Colômbia. Conservador, de direita, Rodolfo Hernández, saiu derrotado no segundo turno.
Ex-guerrilheiro do M-19, ex-senador, ex-prefeito de Bogotá
Aos 62 anos de idade, o ex-guerrilheiro do M-19, uma organização que fez a crítica das armas, já exerceu dois mandatos no Senado da República, além do cargo de prefeito de Bogotá, capital do País. A sua vitória ocorre na terceira tentativa de chegar ao poder.
Plataforma republicana e não patrimonialista
Com uma plataforma republicana e não patrimonialista, Gustavo Petro quer executar as reformas agrária e tributária. Assim como promover a taxação das fortunas. Com um acordo de paz com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional, o ELN.
A retomada das relações com a Venezuela
O Pacto Histórico quer, hoje, restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela. Além de amparar 2,5 milhões de refugiados da crise no País de Nicolas Maduro. O velho esquerdista propõe agenda de recuperação da devastada economia nacional.
Cinco décadas de violência devastaram o País
A Colômbia convive há cinco décadas com guerra civil. Os paramilitares e o narcotráfico acendem a violência no País, que possui bases militares dos EUA instaladas em seu território. Ivan Duque, o atual presidente, promete uma transição suave e moderna.
Mulher, negra de área pobre é a vice eleita
Ela é a primeira mulher negra a ascender ao Poder Executivo, na Colômbia. Quem? A bela, cult e roja Francia Marquez. Advogada, ativista ecossocialista, prêmio Goldman, uma espécie de Nobel do meio ambiente, eleita vice do economista Gustavo Petro.
Esquerdas no poder
Nova onda na América Latina
Rosas vermelhas acendem esperanças
Renato Dias
Além de Gustavo Petro, eleito presidente da explosiva Colômbia, as esquerdas na América Latina derrotaram as direitas com as suas pautas neoliberais no Chile. Registro: com Gabriel Boric, um socialista radical.
Com a ex-presidente Cristina Kirchner em sua vice, Alberto Fernández retomou o poder político na Argentina. Luis Arce derrotou o golpe e ganhou as eleições na Bolívia. Andrés Manuel López Obrador preside o México.
Honduras no mapa geopolítico da América Latina
Deposta por um golpe, no ano de 2009, com Manuel Zelaya, as esquerdas voltaram ao poder central em Honduras. Com Xiomara Castro. Do partido Liberdade e Refundação. A sua agenda é democrática e popular.
Herdeiro de Hugo Chávez, morto em 5 de março de 2013, Nicolás Maduro, é chefe de Estado da Venezuela. Com prisões de sandinistas autênticos, Daniel Ortega obteve mais um mandato. Eleito sob protestos.
Com a morte de Fidel Castro, a saída de Raúl Castro, o advogado Miguel Diaz – Canel assumiu a presidência da República de Cuba. Uma ilha. Estado de partido único com 11 milhões de habitantes, hoje.
A Frente Ampla controla, hoje, a prefeitura de Montevidéu. Sete mandatos consecutivos. A capital do País concentra um expressivo contingente populacional. A chefe do executivo é a engenheira Carolina Cosse.
Líder sindical, o professor Pedro Castillo, da legenda roja Peru Libre, é o presidente da República do referido país desde o ano passado. Ele já derrotou tentativa de impedimento do seu mandato popular.
A próxima etapa
Brasil, 2 de outubro de 2022
Vire à esquerda
Lula e Alckmin no 1° turno
Renato Dias
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, da Frente Brasil Esperança, com o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin em sua vice, lidera a corrida ao Palácio do Planalto. Como aponta pesquisa Datafolha. As eleições ocorrerão no dia 2 de outubro de 2022. Registro: o pleito poderá acabar já no primeiro turno.
Pandemia, inflação, desemprego, alta dos combustíveis
O seu adversário é o atual inquilino do Palácio do Planalto Jair Bolsonaro [PL]. Com 53% de rejeição popular. O resultado de 700 mil mortes sob a Pandemia. Mais: com 33 milhões de miseráveis, uma inflação de dois dígitos, desemprego de 13% da PEA, os escândalos de corrupção e os gastos estratosféricos com cartão corporativo.