Júlio Turra
Internacional

O que se passa em Cuba?

O que se passa em Cuba?

Júlio Turra
Milhares de manifestantes em  cidades de Cuba, pedindo alimentos, vacinação e gritando “liberdade”, não é um fato corriqueiro, convenhamos. Foi o que ocorreu no domingo passado – 11 de julho – levando o presidente Miguel Díaz-Canel a dirigir-se à nação pela TV, inclusive reconhecendo a existência de problemas, mas atribuindo-os ao bloqueio econômico imposto pelos EUA há 60 anos, reforçado no período recente por Donald Trump e mantido por Joe Biden

 

Joe Biden
Joe Biden
Não é segredo para ninguém que a situação econômica e social na ilha é dramática  (o PIB caiu de 8 a 11%  em 2020), acentuada pela pandemia. Tanto assim que o governo cubano adotou no início deste ano uma reforma econômica que o próprio Miguel Díaz-Canel disse ao anunciá-la que “não é isenta de riscos”. Sim, pois ela acaba com subsídios ao consumo popular e às empresas públicas, adota medidas de abertura ao investimento externo, provocando aumentos de preços (preventivamente houve aumentos de salários de até 500%, mas a inflação pode ser maior que isso). Assim, o próprio governo previa descontentamento e tensão social com a reforma.
Miguel Díaz-Canel
Que o imperialismo tente aproveitar qualquer manifestação de descontentamento para seus objetivos de liquidar a soberania de Cuba, e seus lacaios na América Latina cinicamente clamem pela “democracia” na ilha, enquanto a pisoteiam em seus próprios países, faz parte do jogo sujo que fazem. É hora de exigir o fim imediato do bloqueio a Cuba, de defender as conquistas da revolução cubana, sim. Ao mesmo tempo, ao rechaçar a interferência imperialista dos EUA (e também de países europeus), devemos afirmar que só ao povo cubano compete decidir o seu destino, com toda a liberdade de manifestação, de expressão e de organização que defendemos para os povos de todo o mundo!
Júlio Turra, sociólogo, sindicalista, membro da CUT, PT, Diálogo Petista, O Trabalho e IV Internacional
Júlio Turra – IV Internacional

Renato Dias

Renato Dias, 56 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, mestre em Direito e Relações Internacionais, ex-aluno extraordinário do Doutorado em Psicologia Social, estudante do Curso de Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos do Estado de Goiás, ministrado pelo médico psiquiatra e psicanalista Daniel Emídio de Souza. É autor de 22 livros-reportagem, oito documentários, ganhou 25 prêmios e é torcedor apaixonado do maior do Centro-Oeste, o Vila Nova Futebol Clube. Casado com Meirilane Dias, é pai de Juliana Dias, jornalista; Daniel Dias, economista; e Maria Rosa Dias, estudante antifascista, socialista e trotskista. Com três pets: Porquinho [Bull Dog Francês], Dalila [Basset Hound] e Geleia [Basset Hound]. Além do eterno gato Tutuquinho, que virou estrela.

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